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publicado por Justiceiro, em 25.11.10 às 00:05link do post | favorito

O mês passado adquiri o livro “Dans l’enfer des Témoins de Jéhovah” de Dany Bouchard. Não sou propriamente um grande devorador de livros, mas desde as primeiras páginas deste, que não consegui parar de o ler. Não é menos verdade que o mesmo trouxe-me alguns momentos de tristeza e dei por mim (várias vezes) a limpar as lágrimas que corriam rosto abaixo (é verdade, homem que é homem também chora!). O que mais me impressionou, foi como a escritora deixou o seio da seita Testemunhas de Jeová. Por vezes um pequeno clic basta para mudarmos toda uma vida…


1953, as Testemunhas de Jeová tocam à porta da residência da pequena Dany. Com quatro anos de idade, ela prepara-se para conhecer quarenta anos de reclusão. Proibido de brincar como as outras crianças, proibido de celebrar aniversários, proibido escutar músicas "pagãs"… resumindo, proibido levar uma vida normal como uma qualquer adolescente. O mais pequeno desvio aos regulamentos, trás consigo um sem número de sanções severas. O seu pai tem responsabilidades dentro da comunidade Jeovista e quer dar o exemplo. Violentas punições e tentativas de quarentena são a resposta a Dany por ela ousar viver uma vida mais livre. Casada, levará muitos anos para conseguir deixar as Testemunhas de Jeová. O assédio moral que sofreu enquanto criança, foi o mesmo que impôs aos seus próprios filhos. As barras da prisão que a seita construído gradualmente na sua mente são as mais difíceis de superar. Após uma longa luta bem sucedida, finalmente Dany consegue deixar a jaula que a enclausurava e, passo a passo, recuperou o que considerava perdido para sempre: a liberdade e a alegria de viver.


Um livro muito emotivo, que retrata bem qual o tipo de educação dada as crianças Testemunhas de Jeová e quais as suas reais consequências.


Para quem teima em dizer que movimento religioso das Testemunhas de Jeová é inofensivo, recomendo vivamente a leitura deste livro.


 

 


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publicado por Justiceiro, em 25.10.10 às 18:46link do post | favorito

       Há cerca de 2 meses atrás, traduzi um documentário francês sobre o mundo oculto das Testemunhas de Jeová (aqui). Poucos saberão como realmente funciona essa denominação religiosa, e o que se esconde por trás desse “mundo perfeito” que elas tanto querem fazer crer.

 

Neste grande mundo virtual que e a internet, logo ouve quem se disponibiliza-se para colocar as legendas nos respectivos vídeos. Com a ajuda do “Ellipsis” e do “Estudante da Bíblia”, foi possível juntar esforços e editar os vídeos com legendas em português.

 

Acredito que este documentário irá ajudar muitos (mesmo sendo Testemunhas de Jeová) a conhecer um universo meio secreto, onde muito poucos saberão como realmente funciona a “máquina Jeovista”…

 

 

 

 
 
sinto-me:

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publicado por Justiceiro, em 07.10.10 às 03:26link do post | favorito

E são eles "divinamente inspirados" (é só imaginar se não fossem!) ...

 


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publicado por Justiceiro, em 03.09.10 às 23:05link do post | favorito

       A educação duma criança deve ter como objectivo a preparação total da mesma para uma vida individual na sociedade. No entanto, entre as Testemunhas de Jeová, o que conta é o interesse de Jeová.

 

Todas as áreas da vida de uma criança são regidas pela obediência absoluta. O emocional, a família, a educação, a vida intelectual, a orientação profissional, o lazer, o namoro, nada é deixado ao critério da criança (e dos pais). A sua educação não teve como objectivo a formação de um espírito crítico, o desenvolvimento da sua personalidade, sua integração na sociedade, mas é guiada por aquilo que é "coisa desejável" sem nunca esquecer "glorificar a casa do Senhor". A criança deve ser um modelo de perfeição. Seguir à risca as instruções e dedicar-se ao proselitismo (a única maneira de alcançar a vida eterna). Nas Testemunhas de Jeová, a criança é uma ferramenta ao serviço da doutrina Jeovista. O que pode comprometer seu desenvolvimento mental, emocional e social. A fidelidade a Jeová prevalece sobre tudo. As crianças Testemunhas de Jeová crescem num clima de insegurança emocional, com a ideia de que o afecto dedicado a elas é apenas um dever ligado à obediência e de acordo com as conformidades do modelo Jeovista. Mais perverso ainda: as crianças são ensinadas que toda a autoridade está subordinada à Jeová. Seus próprios pais não têm plena autonomia e liberdade de escolha na sua educação. O amor dos pais está condicionado a obediência dos filhos. É uma chantagem emocional real. O amor não é uma recompensa que a criança tem que se esforçar por conquistar permanentemente. Fora das Testemunhas Jeová, não existe bons pais. Para a organização pessoas que não sejam crentes em Jeová, simplesmente não podem ser bons pais. Toda a criança tem direitos. Nas Testemunhas de Jeová a criança, só tem deveres: dever de obedecer aos seus pais, mas principalmente a Jeová, a quem ela deve obediência absoluta. Esta lógica, quando levada a cabo, pode ter consequências graves.

 

Para agradar a Jeová, a criança deve estar pronta a sacrificar a sua vida. Essa atitude pode levar a um verdadeiro culto do martírio. As Testemunhas de Jeová desenvolvem uma cultura baseada essencialmente na expectativa mórbida do Apocalipse. O propósito da vida é, paradoxalmente, a expectativa da morte. A religião é apenas uma componente da vida e da personalidade da criança, a religião torna-se a sua vida, sua personalidade, o único objectivo para o qual todos devem aspirar. Desde a infância, a criança tem que ser perfeita, livre de pecado, para assim fazer parte dos poucos escolhidos que terão acesso à vida eterna.

 

Em nome de uma chamada perfeição, as Testemunhas de Jeová permitem interferências de todo o género, na privacidade da criança. Cada momento deve ser dedicado a louvar a Jeová.  A criança não tem tempo livre para ela, para descansar ou para desenvolver sua imaginação, talento e qualidades.

 

As Testemunhas de Jeová possuem um sistema judicial interno. Comissões formadas por anciãos, fazendo "justiça” com as regras da organização. Essas comissões têm o poder sobre o destino dos seguidores, impondo penas que podem ir até a exclusão. Em muitos casos, estas comissões são para substituir o sistema judicial civil. Este facto pode ser seriamente prejudicial para as crianças, especialmente em casos de maus tratos ou abuso sexual. Muitos depoimentos atestam o facto de que as vítimas jovens que se atreveram a falar de seu calvário, sofreram pressões. A ameaça de exclusão é usada para silenciar a vítima. Além das vítimas sofrerem pressões, a sua palavra não vale nada. Sua condição de vítima é posta em causa. As instruções são para tratar dos problemas internamente. Quantos casos de agressões, actos de abuso e pedofilia foram encobertos pelos responsáveis das Testemunhas de Jeová?

 

Desde a mais tenra idade, as crianças são levadas para o salão do Reino (lugar de culto) à noite para acompanhar os estudos bíblicos. Toda a sua atenção deverá centrar-se no estudo. Por exemplo, uma vez que são demasiado novos para entender perfeitamente o que se diz do alto da tribuna, a criança deve apontar com um lápis, o número de vezes que foi proferido o nome Jeová. Várias vezes por semana, o regresso a casa é feito por volta das 22:30 (ou mais tarde), uma hora bem tardia para uma criança. Elas também devem participar na pregação (porta a porta). Sujeitos a todas estas obrigações, quanto tempo livre resta à criança para descansar, fazer os trabalhos de casa, ou até mesmo brincar? O tempo de sono é suficientemente reparador?

 

A maneira como as Testemunhas de Jeová consideram a educação, é bem ilustrativo de como o desenvolvimento intelectual da criança está longe de ser uma prioridade. As Testemunhas de Jeová parecem incentivar a instrução, mas este é um discurso de fachada. Os estudos superiores são muitas vezes desaconselhados por ocuparem demasiado tempo, tempo esse que serviria para adorar a Jeová (veja aqui). Os jovens são incentivados desde cedo a tornarem-se "pioneiros" (pregadores) e a dedicarem-se a tempo inteiro ao proselitismo.

 

Os ensinamentos dados nas salas de aula, são sistematicamente denegridos, por estes irem contra as doutrinas do Senhor Jeová. A seita tem receio que os seus adeptos desenvolvam um pensamento crítico, quando contactam com teorias contraditórias. As crianças não participam nas actividades cívicas, como a eleição do presidente de turma. Ao invés disso, são incentivados a fazer proselitismo na escola sob o disfarce de um debate intelectual. Sempre que possível, a criança deve defender as posições de Jeová.

 

 A criança está constantemente em conflito com a sociedade em que vive. Ela é construída pela oposição sistemática aos valores da sociedade, operando numa constante batalha contra a lógica do mundo "governado por Satanás." Quando se entra em contacto com o mundo, o seu objectivo deve ser só para divulgar as ideias de Jeová. As relações fora da seita são instrumentalizadas para trazer e converter novos seguidores. A criança não pode misturar-se com os outros, ou participar em actividades, eventos (aniversários, Natal, etc) ou frequentar outras pessoas fora da seita sem se culpabilizar. Essa culpa permanente impede o acesso à noção de prazer, essencial ao processo de aprendizagem. Estas limitações num único sistema de pensamento tem inevitavelmente implicações para o equilíbrio da criança. Em vez de se abrir para o mundo, ela pode desenvolver comportamentos como fobia mórbida, depressão, apatia, mentindo para o exterior, com medo de falar.

 

Este é o verdadeiro mundo escondido, das “inofensivas” Testemunhas de Jeová…

 

Par entender melhor este mundo (e as suas consequências) à parte das Testemunhas de Jeová, traduzi uma reportagem de investigação difundida pela RTBF. Não deixem de visualizar os vídeos, pois os mesmos demonstram na integra o que muito pouca gente sabe sobre estas pessoas... 


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publicado por Justiceiro, em 23.08.10 às 20:31link do post | favorito
 

 0.03 (Enxerto do DVD Testemunhas de Jeová)

Os médicos possuem doravante técnicas eficazes, utilizáveis nos pacientes, que, por diversas razões, recusem transfusões. Pensamos que brevemente poderemos aplicar estas novas técnicas a todos.

 

0.21 (Narrador)

As Testemunhas de Jeová, navegam nestas novas descobertas científicas, para provarem aos seus adeptos que eles têm razão em recusarem transfusões. Num DVD, compilaram as entrevistas com os maiores especialistas mundiais na matéria. Este DVD de propaganda, foi condenado em França pela Academie Nationale de Medicine (Academia Nacional de Medicina) que denuncia banalidade e aproximação. O doutor Van de Linden, médico de renome internacional, participou no DVD. Foi ele manipulado?

 

0.52 (Professor PhilippeVan de Linden)

Não tive essa sensação, se a tivesse acho que não tinha participado. Os meus colegas não teriam participado também… É evidente, e lamento, que de vez em quando os médicos não se apercebam de todas as implicações que as suas diligências podem ter. As diligências foram claramente destinadas a informação, primeiramente aos meios médicos e depois ao paciente, mas não exclusivamente ao paciente Testemunha de Jeová.

 

1.27 (Narrador)

Nicolas sente-se vítima de uma manipulação. Depois de aprender todos os argumentos nas Testemunhas de Jeová, apoiou pais em França, que recusaram dar sangue a sua filha que sofria de leucemia.

 

1.42 (Nicolas Jacquette ex Testemunha de Jeová)

Os pais não queriam que ela levasse uma transfusão. E todos nós, porque ainda era uma Testemunha de Jeová naquela época, apoiávamo-los. Enviávamos letras, postais, estávamos constantemente no hospital dizendo aos pais que era uma boa decisão, que tinham de ser firmes, porque mesmo se o pior viesse a acontecer, eles tornariam a encontra-la no paraíso. Os pais nunca tiveram muita noção do que estava a acontecer, deixando-se levar por esta multidão de pessoas, que lhes diziam que estavam a fazer a escolha certa, que mais valia ela morrer de que levar sangue. Ficamos completamente cegos no meio de tudo isto. Num domingo de manhã, no inicio de uma reunião no salão, a pessoa que faz a introdução para essa mesma reunião disse que tinha algo a anunciar. Ele disse o seguinte: “Antes de começarmos esta reunião, é com tristeza que anuncio o desaparecimento da pequena Lea, que faleceu a noite passada. Mas no seu último momento de consciência ela pediu aos médicos para não levar transfusões.” Fico sempre emocionado quando falo disto, porque pergunto-me: como é possível ter um tal discurso? Como é que se pode dizer que uma criança não é manipulada, quando aos 16 anos e no seu último momento de consciência, diz que não quer transfusões? Sim é perigoso. 

 

3.00 (Narrador)

Os perigos que denuncia Nicolas, foram ouvidos por uma Comissão Parlamentar francesa sobre as seitas e os menores. No relatório entregue por esta comissão em 2006, as Testemunhas de Jeová foram apontados do dedo diversas vezes.

 

3.17 (Philippe Vuilque, relator da comissão parlamentar)

Em qualquer lugar onde não haja respeito pela pessoa humana, as crianças estão em perigo. Isso acontece nas Testemunhas de Jeová, como relatamos no nosso relatório parlamentar, mas não é exclusivo deles. Também existe esses comportamentos em outras organizações. O que nós queremos é preservar as leis francesas e a integridade da pessoa, inclusive a da criança.

 

3.36 (Narrador)

Na Bélgica, os parlamentares também trabalham neste assunto. Depois de um primeiro relatório sobre as seitas em 1997, um grupo de trabalho fez novas recomendações em 2006.

 

3.48 (André Frédéric Presidente do grupo Parlamentar)

A partir do momento em que se proíbe uma criança de ter um relacionamento com outro membro da família, porque esse não está na organização, ou que se proíbe uma criança de ter um desenvolvimento afectivo e harmonioso no meio escolar, porque não podem participar em festividades, na minha maneira de ver, está-se a impedir o desenvolvimento harmonioso de uma criança que deverá ser amanhã um adulto responsável e livre.

 

4.11 (Malika Attar Jornalista)

A este estado da sua investigação Catherine, temos a sensação que o mundo político tem bem a noção do perigo que representam as Testemunhas de Jeová e por conseguinte, também para as crianças, mas temos impressão que as coisas não estão a evoluir.

 

4.23 (Catherine Lorsignol Jornalista)

Existe bem uma proposição de Lei que foi depositada por André Frédéric. Essa lei permitiria de perseguir os autores de destabilização mental. Bem, é claro que não é ainda para amanhã, e as vitimas deverão esperar que essa lei entre em vigor.

 

4.37 (Malika Attar Jornalista)

Pode-se dizer que as vítimas não estão protegidas pela lei, pela justiça. Para quem podem elas virarem-se para serem ouvidas?

 

4.46 (Catherine Lorsignol Jornalista)

Existem associações na Bélgica, em França, também as há nos Estados Unidos, onde um certo Bill Bowen criou há alguns anos, uma associação que denuncia as Testemunhas de Jeová. Ele viaja pelo mundo inteiro para explicar o que se passa na organização das Testemunhas de Jeová. É possuidor de uma lista de presumíveis pedófilos, lista essa que incomoda muito os responsáveis pela organização.

 

5.10 (Malika Attar Jornalista)

Que legitimidade tem esse senhor, ele conhece bem o mundo das Testemunhas de Jeová?

 

5.15 (Catherine Lorsignol Jornalista)

 Até se pode dizer mesmo que ele conhece muito, muito bem esse mundo, porque ele foi Testemunha de Jeová durante muitos anos e até ocupou cargos de responsabilidade no seio da Watchtower. Chegou a frequentar cursos para aprender a gerir uma congregação. Portanto ele é possuidor de informações em primeira mão, sabe do que está a falar e é isso o que aborrece os responsáveis das Testemunhas de Jeová.

 

5.48 (Narrador)

O mundo associativo também se preocupa. Em 29 de Setembro de 2008, um colectivo de associações, teve encontro na Comissão Europeia. Vieram denunciar factos ainda mais preocupantes.

 

6.04 (Charline Delporte Presidente da ADFI, Associação da defesa da família e do individuo) 

Pedimos para sermos recebidos pelo presidente da Comissão Europeia, para falarmos sobre o lado escondido desta organização americana das Testemunhas de Jeová. Queremos falar das agressões sexuais, entre outras. É claro que existe muitos outros assuntos, mas esta faceta ainda está muito escondida. Hoje temos vontade de gritar alto e em bom som, porque estar calado era ser cúmplice.

 

6.34. (Bill Bowen Presidente da Silentlambs, Associação de defesa das vitimas de abusos sexuais dentro da organização das Testemunhas de Jeová)

Silentlambs, a minha organização, foi contactada os últimos 8 anos, por 7 mil vítimas desta religião. Queremos ser os seus porta-vozes, e não mais uns cordeiros silenciosos.

 

6.50 (Narrador)

Bill Bowen conhece bem os princípios das Testemunhas de Jeová. Ele praticou-os durante 40 anos nos Estados Unidos, e tinha mesmo responsabilidades no seio da organização. Hoje, acusa as Testemunhas de Jeová de não denunciarem os pedófilos para proteger a reputação da Watchtower. Quando Bill Bowen descobriu tal prática, demitiu-se.

 

7.18 (Bill Bowen ex Testemunha de Jeová)

Eu não fiz nada de errado. Demiti-me porque não podia mais fazer parte desta comunidade. Eles reabilitaram alguns pedófilos, e mostraram-nos como um exemplo na congregação. Fui procurar os anciões para lhes dizer que eles estavam a proceder mal. Não podia mais suportar assistir as reuniões e ver esses pedófilos protegidos.

 

7.44 (Narrador)

Mais inquietante ainda, Bill Bowen afirma ter descoberto a existência de uma longa lista de pedófilos, secretamente escondido na sede mundial da Watchtower.

 

7.57 (Bill Bowen ex Testemunha de Jeová)

3 pessoas contactaram-me. Uma disse-me mais de 20 000, uma outra disse-me 23 720, e uma terceira veio com números um pouco mais acima que os anteriores. Neste estado, eu sabia que tinha um número certo. É o que denuncio no meu site Silentlambs. Pedi a casa mãe de me corrigir se não tivéssemos os números exactos. E mais ou menos um ano depois, numa reportagem da BBC, eles disseram que não tinha sentido estar a dar números concretos da sua base de dados.

 

8.39 (Narrador)

Bill Bowen e as associações Francesas e Belgas, continuam a sua cruzada de informação. Direcção França. Cemitério de Saint-Dié-des-Vosges, eles depositam uma coroa de flores na campa de Joelle Daouas. Esta ex Testemunha de Jeová suicidou-se em 2006, tinha 30 anos. Violada aos 12 anos por uma Testemunha de Jeová da sua congregação, nenhuma queixa foi feita na época.

 

9.08 (Charline Delporte )

Temos imensos casos em França e no resto do mundo, Bill está aqui para falar disso. Esta mulher representa milhares de jovens que guardaram este segredo e isso é uma coisa inaceitável e tenho de dizer que isto tem de acabar de vez.

 

Fim vídeo 5

 

 

 

 

 0.13 (Narrador)

Myriam é a irmã mais velha de Joelle. Ela não tinha conhecimento do calvário da sua irmã no momento dos factos. Hoje revoltada, ela volta ao lugar onde Joelle colocou termo a vida, precisamente um mês depois de finalmente fazer queixa do seu agressor, de à 18 anos atrás.

 

0.36 (Myriam)

É aqui. Colocou-se frente ao campo com o seu pequeno carro amarelo, fechou-se no seu interior, colocou um CD, ouviu música… Tinha uma garrafa de gás, álcool e comprimidos… e… deixou-se morrer. Foi aqui, na sua cidade natal, que ela foi violada pela primeira vez por uma Testemunha de Jeová. Eu penso que ela queria dar ainda uma última prova.

 

1.13 (Narrador)

Joelle cresceu numa família numeroso, nesta pequena aldeia des Vosges. Ela e as irmãs, seguiam a sua mãe nas Testemunhas de Jeová. Todos os domingos de manhã, acordava cedo para preencher o seu dever de pregação. Um amigo da família vinha busca-la a casa. A pequena criança começava ali um circuito interminável.

 

1.34 (Myriam)

Todos os domingos ela sabia o que a esperava. Com 12 anos deixamos facilmente manipular-nos e levar nestas coisas.

 

1.53 (Narrador)

Em vez de anunciar a palavra de Jeová de porta em porta, esse homem levava-a para o sótão dos prédios de uma rua comercial, para viola-la. Um inferno que se repetia incansavelmente todos os domingos.

 

2.18 (Myriam)

Não me sinto muito bem, sabendo o que ela passou nestes cantos sombrios e sujos… as suas primeiras experiencias sexuais não deviam ter tido lugar aqui, nem da forma que foi. É triste.

 

2.44 (Narrador)

Apenas dois anos mais tarde, a mãe fala do assunto aos anciãos. Os anciãos são os responsáveis locais ao nível da congregação. Eles convocam uma comissão judicativa: estancia disciplinar para resolver os litígios entre Testemunhas de Jeová. Por duas vezes, Joelle será ouvida pela comissão.

 

3.11 (Myriam)

Ela narrou todos os factos. Os locais dos acontecimentos, a maneira, os gestos que ele fazia, as posições que ele tomava, a violência que ele exercia nela… ela contou mesmo tudo.

 

3.26 (Jornalista)

O que decidiram depois da comissão judicativa?

 

3.30 (Myriam)

Pegaram no dossier, fecharam-no, arquivaram-no, ponto final. Ele não tinha confessado, eles não tinham provas e ele era Testemunha de Jeová.

 

3.39 (Narrador)

Os anciãos deram assim um conselho a mãe de Joelle…

 

3.45 (Myriam)

A minha mãe não fez nenhuma queixa na polícia. Ela ouviu as Testemunhas de Jeová, que disseram que não devia ir a polícia. Portanto, a minha mãe não fez nenhuma denúncia.

 

3.53 (Narrador)

Encontramos um dos membros dessa comissão judicativa. Para ele, tudo se passou com normalidade.

 

4.01 (Testemunha de Jeová membro da comissão, filmado em câmara oculta)

Se tivéssemos a certeza, tinha-mos ido a polícia, mas nós não podíamos ir a polícia.

 

4.07 (Jornalista)

Porquê?

 

4.08 (Testemunha de Jeová)

Porque era uma suspeita.

 

 

4.10 (Jornalista)

E você, porque não o fez? Era possuidor de informações.

 

4.14 (Testemunha de Jeová)

Que informações?

 

4.15 (Jornalista)

Que existia um problema.

 

4.18 (Testemunha de Jeová)

Mas que problema?

 

4.19 (Jornalista)

Que havia uma acusação.

 

4.20 (Testemunha de Jeová)

Dizem-nos tantas coisas, que não faríamos mais nada sem ser ir a polícia. São os pais que deviam ter reagido, não nos cabe a nós. Aliás, foi o que lhes dissemos.

 

4.30 (Jornalista)

E vocês disseram que deveriam fazer queixa?

 

4.33 (Testemunha de Jeová)

Dissemos a mãe. A filha estava presente. Mas foi sobretudo a mãe que dissemos: é preciso ir a polícia se está mesmo convicta.

 

4.41 (Myriam)

Nada disso. A minha mãe tinha-o feito. Desde 69 que ela está nas Testemunhas de Jeová. Ela é muito vulnerável e muito influenciável. Só vê com os olhos das Testemunhas de Jeová.

 

4.52 (Narrador)

Depois de várias tentativas de suicídio, uma vida decomposta, e um estado permanente de depressão, Joelle acaba por fazer queixa, pouco antes de prescrever. Um mês depois suicida-se. O suspeito, os anciãos e a mãe da vítima, foram interrogados e libertados até ao fim da instrução… fase instrutória essa ainda em curso.

 

5.22 (Narrador)

Em Bruxelas, Bill Bowen deseja saber mais sobre a situação Belga. Foi recebido na sede nacional (das Testemunhas de Jeová) pelos responsáveis que afirmam denunciar sempre casos de pedofilia.

 

5.34 (Responsável Testemunha de Jeová 1)

É sistemático. Oiça, não o posso dizer numa outra língua. Fazemo-lo sistematicamente quando isso acontece. Sis.. te..ma…ti…ca…mente.

 

5.44 (Responsável Testemunha de Jeová 2)

Demos instruções muito claras, aos responsáveis das nossas congregações, quando existe algum caso.

 

5.52 (Narrador)

As Testemunhas de Jeová denunciam sempre? Devemos acreditar no que dizem ou escrevem? Eis o que podemos ler numa “Sentinela “ de 1995: “Se existem boas razões para acreditar que o presumível agressor continua a cometer agressões na criança, será talvez necessário admoesta-lo. Se for este o caso, os anciãos da congregação podem fornecer ajuda. Mas se esse não for o caso, não se precipite. Com o tempo, talvez verá que não será preciso dar continuidade ao assunto”.

 

6.23 (Jacques Luc ex Testemunha de Jeová)

Agora as vítimas podem fazer uma queixa. Mas também lhes é dito para não denunciar, não acusar os seus irmãos. Bem, mas vou na mesma fazê-lo. A minha consciência diz para fazê-lo… Mas serei muito mal visto perante as autoridades da congregação. Porque além de denunciar o meu irmão, como eles dizem, manchei o nome da organização de Jeová.

 

6.56 (Narrador)

Em Bruxelas, os responsáveis reafirmaram-nos, por telefone, que avisavam sistematicamente as autoridades. Para eles, nós percebemos mal a “Sentinela” de 1995.

 

7.08 (Responsável Testemunha de Jeová)

Nós temos muitas publicações que foram feitas estes últimos anos, demonstrando que é preciso denunciar o agressor. Vou-lhe enviar alguns documentos, que a ajudará a verificar que o nosso ponto de vista, é um ponto de vista maravilhoso.

 

7.26 (Narrador)

Recebemos bem essas publicações. Mas nada nesses documentos prova que as Testemunhas de Jeová aconselham a denúncia em caso de agressão sexual. Pelo contrário. Na correspondência que nos enviaram, os responsáveis Belgas esqueceram-se de mencionar a existência desta carta, enviada a todas as congregações Belgas.

 

7.48 (Jacques Luc ex Testemunha de Jeová)

É dito aqui que: “quando um membro da congregação é acusado de agredir uma criança, os anciãos devem imediatamente entrar em contacto…” com quem? Com as autoridades? Não. “…com os serviços jurídicos da Sociedade (sociedade Torre de Vigia ou watchtower)… Na Bélgica as autoridades respeitam o segredo de uma confissão recebida por um ministro do culto…” e eles dizem-se ministros do culto. “…um ancião que recebeu tal confissão, não se encontra na obrigação, em virtude do segredo moral da confissão, de revelar os factos as autoridades.”

 

8.38 (Narrador)

Apesar da existência destes documentos, os responsáveis das Testemunhas de Jeová vão ainda mais longe nas suas afirmações. Eles querem-nos convencer que não existe nenhum caso de agressão sexual nas congregações Belgas. Mas nós encontramo-los. Anastacia refugiou-se em Bruges, depois de viver um calvário na congregação de Arlon. Abusada aos 14 anos por uma Testemunha de Jeová, ela diz não ter sido ouvida.

 

9.10 (Anastacia ex Testemunha de Jeová)

Para mim, nunca acreditam nas vítimas. São como crianças, capturadas numa armadilha… assim como os ratos que caiem sozinhos na armadilha. Eu penso que se começarem a agredir também as outras crianças, se esconderem esses feitos, isso vai ter que acabar.

Fim vídeo 6

 

 

 

 

 

0.04 (Narrador)

Na época, Anastacia não ousou dizer nada aos seus pais. Foi na polícia que ela confiou, e que imediatamente fez queixa. As Testemunhas de Jeová reagiram.

 

0.19 (Anastacia ex Testemunha de Jeová)

Isso perturbou-os um pouco, porque para eles é uma má imagem que se dá, é mau para a congregação.

 

0.28 (Narrador)

Rosalia Heise, frequentava também a congregação de Arlon. No período a que se refere este assunto, os pais de Rosalia desabafaram com ela

 

0.39 (Rosalia Heise ex Testemunha de Jeová)

Os pais receberam a visita de 2 anciãos, porque a criança tinha feito uma denúncia. Eles foram a casa, para que a queixa seja retirada. Eles vieram pedir uma opinião. Eu disse: Não se pode retirar uma queixa, temos que denunciar casos de pedofilia.

 

1.03 (Narrador)

O caso foi arquivado. Mas Anastacia não é um caso isolado. Déborah viveu a mesma história.

 

1.14 (Déborah Cassart ex Testemunha de Jeová)

Eu fui abusada dos 8 aos 9 anos por uma Testemunha de Jeová. Nunca eles disseram aos meus pais que deviam fazer uma queixa e que era isso que tinha de ser feito. Nunca. Desaconselharam-nos porque sujava o nome de Deus. Era preciso calar-nos. Só mais tarde percebi porque tinha-mos de nos calar… eu não era a única.

 

1.41 (Narrador)

Recenseamos outros testemunhos idênticos, e vários ministérios públicos do país, foram alertados para situações similares. Relativo aos casos de abusos sexuais, as Testemunhas de Jeová têem uma dupla linguagem. De facto é difícil libertar-se dos princípios da Watchtower. As ex Testemunhas de Jeová que nós encontramos, pagaram um preço elevado. Mas todas tomaram as rédeas das suas vidas. Os camaradas de turma do Nicolas, assistiram a sua metamorfose.

 

2.14 (Colega de Nicolas)

No inicio quando te conhecemos eras liso… estavas formatado, melhor… muito, muito formatado. Falavas bem de mais, eras brilhante de mais. Não era normal para um adolescente de 15 anos.

 

2.30 (Nicolas Jacquette ex Testemunha de Jeová)

Eu sou eu. Agora sou eu próprio. Pela primeira vez eu sou quem deveria sempre ser, e não aquela personalidade que me queriam impor. Queriam que eu fosse um perfeito pequeno pregador, um soldado de Jeová.

 

2.44 (Déborah Cassart ex Testemunha de Jeová)

Dizem-nos que quando se deixa o povo de Deus, não podemos ser felizes, seremos infelizes. Comigo é ao contrário. Eu saí, tive as minhas depressões, graças as Testemunhas de Jeová, consegui levantar-me e agora sou feliz, graças ao meu marido e aos meus filhos.

 

3.04 (Lisa Taibi ex Testemunha de Jeová)

Dizem que a serenidade não tem preço, portanto eu tive de pegar na minha liberdade e reconstruir-me. Tive de aprender a reconhecer-me, a encontrar-me.

 

3.16 (Jacques Luc ex Testemunha de Jeová)

Lamento ter sido manipulado, mas lamento ainda mais, eu próprio ter sido um manipulador. Isto é, desempenhar um papel e transmitir essa manipulação aos outros.

 

3.38 (Malika Attar Jornalista)

Acabamos de ouvir Catherine, os testemunhos das vítimas que encontrou, são verdadeiramente pungentes. Mas gostaria de saber se essas pessoas são ameaçadas pelas Testemunhas de Jeová, simplesmente porque elas se atreveram a falar.

 

3.52 (Catherine Lorsignol Jornalista)

As vítimas foram muito corajosas por falarem nesta reportagem. Também o que é verdade, é que o hábito das Testemunhas de Jeová, é de voltar a contactar as ovelhas perdidas e de tentarem traze-las novamente. Eu própria, não sou uma ovelha perdida, mas eles tentaram converte-me. Recebi correspondência de uma Testemunha de Jeová, que talvez devo ter cruzado durante a reportagem, e essa longa carta, muito educada, muito gentil, tenta convencer-me dos benefícios dos princípios da Watchtower. Junto com a carta recebi estas publicações, que eles habitualmente deixam ficar nas caixas de correio. Talvez eles quisessem… bem não é talvez, eles queriam oferecer-me acesso ao seu paraíso eterno.

 

4.46 (Malika Attar Jornalista)

E você, vai a essa formação!?

 

4.50 (Catherine Lorsignol Jornalista)

Depois de tudo o que eu aprendi nesta reportagem, vou abster-me de responder ao convite.

 

4.56 (Malika Attar Jornalista)

Muito obrigado Catherine. Adeus.

 

Fim do vídeo 7


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publicado por Justiceiro, em 23.08.10 às 20:11link do post | favorito
 

 0.10 (Enxerto de um DVD das Testemunhas de Jeová)

Como Testemunha de Jeová, tu sofres várias pressões. Os outros pensam que és esquisito, que fazes parte de uma seita, ou algo místico. Batiam-me, cuspiam-me. Nas aulas batiam-me nas costas para que eu não conseguisse ouvir. Quando eu ia para a escola, tinha o meu coração aos pulos.

 

0.33 (Nicolas Jacquette ex Testemunha de Jeová)

Ao fim e ao cabo, começamos a nossa infância, e acabamos por continuar a nossa vida com a síndrome da perseguição, convencidos de que ser perseguido é normal e que temos que ser perseguidos porque é a prova que estamos na verdade.

 

0.52 (Nicolas Jacquette ex Testemunha de Jeová)

Temos a obrigação de proselitismo sobre as crianças no meio escolar. Dizem-nos, que por eles não estarem na verdade, irão morrer no Armagedão. As Testemunhas de Jeová acreditam que só elas sobreviverão, e que a única maneira de salvar os outros, é um proselitismo intensivo.

 

1.19 (Nicolas Jacquette ex Testemunha de Jeová)

Eles tinham um termo que era: ter o sangue dos outros em cima da nossa cabeça. E desde pequeno tenho esta imagem do sangue dos meus camaradas que me escoria pela cabeça se não os evangelizasse. Ficava aterrorizado só de pensar nisso.

 

1.31 (Narrador)

Neste livro destinado aos jovens, encontramos esse mesmo discurso. Evitar os amigos do exterior, mas aproveitar os contactos para convertê-los.

 

1.44 (Narrador)

Educado por pais Testemunhas de Jeová até a idade de 16 anos, Franz não tinha o direito de ter amizades fora do movimento religioso. Foi a sua paixão pelos autocarros que lhe permitiu fugir.

 

2.03 (Narrador)

Foi aqui que ele fez as suas primeiras amizades “no mundo” , ou seja, fora das Testemunhas de Jeová, primeiro como utente dos autocarros e depois como apaixonado pelos mesmos, protegido pelos mecânicos.

 

2.14 (Franz)

Graças aos autocarros, conheci outras pessoas que não as Testemunhas de Jeová, pois neles viajam todo o tipo de pessoas. E isso ajudou-me a reconstruir-me.

 

2.33 (Narrador)

Mas quando Franz deixou a organização, o mais difícil para ele foi ousar movimentar-se sem receio no mundo exterior.

 

2.42 (Franz)

Eu só conhecia Testemunhas de Jeová. Uma vez decidi ir dar uma volta de autocarro. Vi outras caras, outras pessoas do mundo, e tentei procurar o que me ensinaram: os seus defeitos. Não vi nada. É claro que me sentia agitado, mas estava feliz. Nas Testemunhas de Jeová eu não era ninguém, se ainda lá estivesse eu continuava a ser um Zé-ninguém. Eu teria ficado louco, louco, louco. Eu acho que se não teria ido embora, estaria a esta hora morto.

 

3.42 (Narrador)

O sofrimento descrito pelas ex Testemunhas de Jeová é bem conhecido de Sonya Jougla. No seu consultório de psicologia, os ex adeptos exprimem frequentemente as mesmas dificuldades.

 

3.56 (Sonya Jougla)

O que é grave, é que a criança não consegue desenvolver-se como pessoa, com personalidade própria. Ela só pode ser aquilo para que foi formatada, ela tem que agradar a Jeová. Elas não podem desenvolver-se no plano emocional, afectivo e psicológico.

 

4.25 (Repórter)

Pode-se falar em mais tratos?

 

4.27 (Sonya Jougla)

Sem dúvida.

 

4.32 (Narrador)

O lazer, o desporto, a música, nada é deixado ao acaso nas Testemunhas de Jeová. Quando ela era adolescente, Lisa não tinha direito de ouvir música rock. Hoje abandonou a organização, aumentando a sua cultura musical.

 

4.54 (Lisa Taibi ex Testemunha de Jeová)

Nunca tinha pensado entrar aqui, até porque tinha medo. Isto não é bem o meu estilo, por causa da violência e da violência das palavras etc. Tudo o que me pudesse influenciar, tudo o que pudesses influenciar outras Testemunhas de Jeová a fazer alguma coisa contrária a bíblia, contrário as crença, não tinha direito de fazê-lo.

 

5.17 (Narrador)

Lisa tinha 12 anos quando a sua mãe tornou-se uma Testemunhas de Jeová. Ela seguiu os mesmos regulamentos que sua mãe até a idade de 25 anos. Hoje, Lisa acha que seguindo esses princípios (princípios das Testemunhas de Jeová), ela não teve adolescência, nem a possibilidade de se construir.

 

5.34 (Lisa Taibi)

Este mundo é passageiro, no entanto o futuro é o paraíso terrestre, a vida eterna sem nenhuma doença. Não teremos mais nenhum problema, tomarão conta de nós… enfim… o mundo dos Teletubbies. Os actos que a pessoa tem, servem para comprar a presença no novo mundo.

 

5.57 (Repórter)

Os estudos para si, eram um problema?

 

6.01 (Lisa Taibi)

Eu não tive direito a escolher o que gostava de seguir. Por exemplo, eu tive de aprender a costurar, porque é uma coisa que não rouba muito tempo. Queria ser fotógrafa, mas não dava, porque ainda seria obrigada a fotografar modelos nus. Seguir direito, também estava fora de questão, porque seria obrigada a defender mentirosos. Cabeleireira também não servia, por ser um meio pouco frequentável.

 

6.32 (Nicolas Jacquette ex Testemunhas de Jeová)

Eu queria ser desenhador, concretamente de desenhos animados, mas os meus pais diziam que era perigoso, porque as publicações das Testemunhas de Jeová diziam que os desenhos animados faziam apologia ao sexo, a violência, a magia, e que um dia, eu teria de desenhar coisas que fizessem referência a tudo isso.

 

6.58 (Narrador)

Jacques Luc já havia terminado os seus estudos quando veio a ser membro da organização. Durante 40 anos no meio das Testemunhas de Jeová, ele teve tempo para estudar as publicações da Watchtower. Os princípios e as directivas que dizem respeito aos jovens, ele conhece-as quase de cor.

 

7.18 (Jacques Luc ex Testemunha de Jeová)

Eles dizem o seguinte: “o ambiente universitário encoraja o espírito de independência e do laxismo, que estão na origem da impureza sexual e da toxicomania. Praticas essas que inúmeros jovens podem ter dificuldade de resistirem. Incitamos os jovens a continuar a procurar o conhecimento da bíblia, porque esse conduz a vida eterna.” Por outras palavras, é bem claro que frequentar cursos superiores, é fonte de todos os males.

 

7.56 (Narrador)

Os responsáveis das Testemunhas de Jeová, recusaram uma entrevista frente as câmaras, mas ao telefone, eis o que eles nos dizem quando os interpelamos sobre o acesso aos estudos superiores:

 

8.09 (Testemunha de Jeová)

Em alguns casos existem estudos superiores que podem ser prejudiciais

 

8.11 (Repórter)

Como por exemplo…

 

8.13 (Testemunha de Jeová)

Por causa das frequentações.

 

8.16 (Repórter)

O meio universitário é perigoso, podemos encontrar pessoas más?

 

8.17 (Testemunha de Jeová)

Não, não podemos dizer isso, porque até existem muitas Testemunhas de Jeová nesse meio, que fizeram estudos universitários e que não se deram mal. Pelo contrário, encorajamos crianças Testemunhas de Jeová a fazerem grandes estudos. 

 

8.34 (Jacques Luc ex Testemunha de Jeová)

Bem, isto tem uma dupla linguagem. Eles são obrigados a ter pessoas que cursam um nível superior, mas não os vão encorajar, pelo contrário. Discursos recentes enfatizam bem que os jovens não devem cursar níveis superiores. (Veja aqui)

 

9.17 (Narrador)

Para nos convencerem da boa integração dos seus membros na sociedade, os responsáveis das Testemunhas de Jeová, ofereceram-nos esta brochura. Uma verdadeira compilação de referências para provar o bem-estar e a adaptação social dos adeptos. Até mesmo um sério estudo do professor Saroglou da Universidade Católica de Louvain, é mencionado. “(…) essas pessoas possuem crenças essenciais a adaptação no mundo e ao bem estar (…)

 

Fim vídeo 3

 

 

 

 

 

 0.05 (Narrador)

Quisemos saber mais sobre os estudos do professor Saroglou. As conclusões dos seus estudos estariam correctamente citadas na brochura? Os princípios de Jeová levam realmente ao bem estar?

 

0.20 (Professor Saroglou)

É por vezes uma parte da realidade, uma realidade que está incompleta que não reflecte a totalidade das questões em causa.

 

0.30 (Narrador)

A outra parte da realidade, esquecida na brochura, é esta: “acreditamos que a felicidade do grupo tem um preço: o da liberdade.”

 

0.45 (Narrador)

Perder a sua liberdade de escolha, de decidir, é também o que constatam os psicólogos no terreno.

 

0.54 (Sonya Jougla)

Não é a democracia, a laicidade que é importante, é Jeová. Jeová está em primeiro lugar, sempre. Portanto, eles não podem ser cidadãos. Não podem pensar por eles próprios, não podem votar, não podem decidir por eles mesmos, porque o que eles têm de fazer há-de estar escrito em algum lado. Há que seguir o manual de instruções. Tudo está pensado antecipadamente, mais nada.

 

1.26 (Narrador)

Esta submissão completa aos princípios de Jeová, Jean-Marie Bastin, conhece-a bem. Ele foi Testemunha de Jeová durante 23 anos.

 

1.36 (Repórter)

O que tem aí dentro?

 

1.38 (Jean-Marie Bastin ex Testemunha de Jeová)

É o manual de instruções para a vida nas Testemunhas de Jeová.

 

1.45 (Narrador)

Hoje graças a este manual de instruções, ele não vê mais a sua filha que ainda é Testemunha de Jeová. O relacionamento está praticamente destruído desde que abandonou o movimento.

 

1.56 (Jean-Marie Bastin ex Testemunha de Jeová)

Uma vez que os deixamos, é feita uma carta de dissociação, e a partir daí, os livros deles, os seus ensinamentos, dizem que não podem mais frequentar a pessoa que se retirou, mesmo que essa pessoa seja o seu pai. O contacto apenas é permitido se essa pessoa viver debaixo do mesmo teto. Como não era esse o caso, é o que se vê…

 

2.22 (Narrador)

Desde que deixaram a organização, Jean-Marie e Michel Bastin, tentaram levar uma vida normal. Tentaram multiplicar os contactos com a sua filha, mas sem sucesso.    

 

2.34 (Jean-Marie Bastin ex Testemunha de Jeová)

Se há uma mensagem que podemos passar, é que estamos infelizes. Estamos felizes por os ter deixado (as Testemunhas de Jeová), mas infelizes pelas aplicações dessas sanções por pessoas que se dizem Cristãs. Uma criança que está viva, mas que não vemos, que está considerada como morta, como é que quer que façamos o luto? Está fora de questão fazer o luto, ela está viva. É um atentado a liberdade. Aliás, a convenção dos direitos humanos condena tais práticas. É um desrespeito e uma tristeza ver uma organização que se diz cristã agir assim.

 

3.07 (Narrador)

Na sede nacional das Testemunhas de Jeová, os responsáveis reconhecem a existência destas situações.

 

3.13 (Responsável Testemunha de Jeová)

As Sagradas Escrituras são claras sobre esse assunto. Deixamos a cada família, a liberdade de decisão. Não impomos nada. E se porventura uma família decide manter o contacto, é da sua própria responsabilidade.

 

3.29 (Narrador)

Mas a ameaça de ser destruído no Armagedão, leva os fiéis a obedecerem as directivas relembradas neste livro de 2008. “Outro caso é de um familiar desassociado (excomungado) (…). Mesmo que seja preciso algum contacto em raras ocasiões (…), qualquer convivência deste género,  deve ser reduzida ao mínimo.”

 

3.49 (Jacques Luc ex Testemunha de Jeová)

Desde que deixamos as Testemunhas de Jeová, ou mesmo que nos afastamos sem dizer que os vamos abandonar, perdemos todos os nossos amigos. E como as Testemunhas de Jeová dizem que não devemos fazer amizades fora do seu círculo, quando os perdemos, perdemos toda a gente.

 

4.10 (Nicolas Jacquette ex Testemunha de Jeová)

Presentemente os meus pais cortaram qualquer contacto comigo. Estou morto para eles… não existe mais nada. A minha mãe enviou-me uma carta onde dizia: “tens sorte em ser feliz”. Ela admitia que eu era feliz, mas não era a verdadeira felicidade. É a negação da felicidade, se essa mesma não corresponde aquilo que é imposto pelas Testemunhas de Jeová. “Outros não podem ser felizes porque estão roídos pela culpabilidade e pela tristeza”. Estava a falar dela e do meu pai. E depois dizia: “abriremos novamente os nossos braços, quando te dispuseres a levar uma vida pura.” Por outras palavras: a porta continuará fechada enquanto não fores novamente uma Testemunha de Jeová.

 

4.52 (Narrador)

Também Hugo não pode ver os seus pais as vezes que quiser. Conheceu a Lisa nas Testemunhas de Jeová. Desde que decidiram afastar-se, eles conhecem os mesmos problemas com as suas famílias.

 

5.04 (Hugo ex Testemunha de Jeová)

Há alguns meses atrás soube pela minha irmã Sara, que também ela tinha sido excluída e que aconselharam os meus pais a não ter mais contacto connosco. Nós costumava-mos ter reuniões de família, víamo-nos regularmente. Fazíamos churrascos e coisas assim do género.

 

5.25 (Lisa Taibi ex Testemunha de Jeová)

A última vez que estive em casa da minha mãe foi para fazer limpeza. Nesse dia uma Testemunha de Jeová foi a casa dela. A minha mãe disse-me que eu tinha que me ir embora. Fui obrigada a fugir discretamente porque era impensável alguém ver-nos juntas. Somos baixas colaterais. É triste porque não somos objectos estragados mas sim Seres humanos.

 

5.48 (Hugo ex Testemunha de Jeová)

Os actos não são premeditados, vemos isso quando deixamos as Testemunhas de Jeová. Quando pertencemos as Testemunhas de Jeová, achamos normal respeitarmos os princípios, mesmo que estejamos a prejudicar alguém, mas não damos por isso, é intencional, não posso culpar essa gente.

 

6.16 (Narrador)

Entre as vítimas dessas rupturas familiares e sociais, uma só pessoa atreveu-se a processar as Testemunhas de Jeová, invocando a lei da descriminação. As Testemunhas de Jeová ganharam os primeiros processos, mas a batalha jurídica ainda não acabou.

 

6.34 (Thierry Bontinck Advogado)

Está fora de questão para nós, e acho que isso é muito importante para o meu cliente, criticar o movimento das Testemunhas de Jeová. O que achamos inaceitável é as recomendações de descriminação dadas pelas Testemunhas, em relação a antigas Testemunhas de Jeová que foram excluídas da comunidade.

 

6.56 (Narrador)

É a primeira vez que as Testemunhas de Jeová são acusadas de descriminação frente a um tribunal. Se o tribunal der razão ao queixoso, talvez as Testemunhas de Jeová sejam obrigadas a adaptar-se para não serem mais condenadas.

 

7.10 (Thierry Bontinck Advogado)

O que o meu cliente quer ouvir dizer dum juiz, é simplesmente que as medidas tomadas pelas Testemunhas de Jeová em relação a um excluído, são discriminatórias. Quer que seja dado ordem para que essa decisão seja publicada nos inúmeros compêndios das Testemunhas de Jeová. O meu cliente não quer nenhuma compensação financeira.

 

7.34 (Narrador)

Outro campo em que as Testemunhas de Jeová enfrentam a lei, é a das transfusões de sangue.

 

7.43 (excerto do DVD Testemunhas de Jeová)

Não é preciso uma analise teológica para percebe-la ou explica-la, as escrituras dizem tão simplesmente que é preciso abster-se do sangue.

 

7.53 (Narrador)

Segundo este princípio bíblico, as Testemunhas de Jeová não podem aceitar transfusões de sangue mesmo se as suas vidas dependerem delas. Nas publicações da Watchtower assistimos a um verdadeiro culto do mártir. Neste documento distribuído no mundo inteiro, crianças são mostradas como exemplo. Todos rejeitaram as transfusões. Quase todos morreram.

 

 

8.20 (Nicolas Jacquette ex Testemunha de Jeová)

A partir dos 6 anos, estava pronto a morrer e até mesmo a arrancar as agulhas, porque davam-nos imensos exemplos nas Sentinelas de crianças que heroicamente arrancaram as agulhas dos seus braços em vez de levarem uma transfusão de sangue. Eu até cheguei a querer mais do que isso. Eu queria mesmo ter um acidente e colocar a minha vida em risco, para depois provar a minha fidelidade a Jeová por recusar uma transfusão de sangue. Tinha o desejo de aparecer na Sentinela como um exemplo.

 

8.46 (Narrador)

Quando um médico encara com uma Testemunha de Jeová que recusa uma transfusão, ele tem de decidir entre duas lógicas: respeitar o direito de escolha de tratamento do paciente, ou seguir a ética médica, proporcionando os melhores cuidados.

 

9.00 (Professor Phillippe Van der Linden)

A minha prática é respeitar o desejo do paciente seja qual for a razão desse desejo. Com as crianças, evidentemente a situação é totalmente diferente. Na criança é a ética médica que prevalece, e o médico decide no momento o que é melhor para o paciente.

 

9.23 (Narrador)

Na Bélgica uma lei permite, se necessário, suspender a autoridade parental, o tempo essencial para administrar o tratamento fundamental a uma criança. Nem sempre as Testemunhas de Jeová estão erradas por não aceitarem transfusões. Hoje em dia, novas técnicas permitem evita-las.

 

Fim vídeo 4


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publicado por Justiceiro, em 23.08.10 às 19:33link do post | favorito

Par enteder melhor o mundo (e as suas consequências) à parte das Testemunhas de Jeová, tomei a liberdade de traduzir uma reportagem difundida pela RTBF. Todos aqueles que desejarem retirar a tradução, estejam à vontade para fazê-lo. Se a mesma for colocada num outro sítio, por favor, dêem os créditos aqui ao Justiceiro, proprietário do Talho! Parecendo que não, isto requereu algumas (muitas) horas de trabalho.

 

 

 

O Mundo Perfeito de Jeová

 

 Eles são 7 milhões no mundo e mais de 24 na Bélgica. Eles dizem ser uma das religiões mais importante do país. Eles são as Testemunhas de Jeová. Eles prometem-nos um mundo perfeito, mas esta noite irá ver que esta bonita promessa pode bem ser fantasiosa.

 

0.58 (Malika Attar Jornalista)

Catherine Lorsignol boa noite. Foi você que realizou, juntamente com Jean-Michel Dehon o primeiro “Dever de Investigação” desta noite. Você interessou-se pelas Testemunhas de Jeová, mas nós gostaríamos de saber porque teve vontade de fazer esta investigação agora. Afinal temos a sensação que conhecemos bem essa gente. Elas parecem pessoas tão pacíficas, mas então Catherine, o que suscitou a seu interesse?

 

1.23 (Catherine Lorsignol Jornalista)

Foi o destino das crianças. Crianças essas que hoje são adultas e que decidiram falar. Nesta reportagem encontramos muitas ex Testemunhas de Jeová. Contaram-nos como lhes roubaram a sua infância, como foram destruídos psicologicamente. É verdade que descobrimos um mundo preocupante nas Testemunhas de Jeová. É um universo, onde por exemplo, os pedófilos são protegidos, porque os responsáveis pelas Testemunhas de Jeová desaconselham as vítimas de agressão sexual a formalizarem queixa. Essas vítimas encontramo-las e quisemos também ter algumas explicações dos responsáveis das Testemunhas de Jeová e irá ver que não foi sempre fácil.

 

 2.15 (Jacques Luc ex testemunha de Jeová)

Muito amor no inicio, mas acredite que depois de ser uma Testemunha de Jeová por algum tempo, somos um móvel como todos os outros.

 

2.25 (Franz ex Testemunha de Jeová)

O que eu passei e o que vi no meio deles, não é aquilo que eles querem fazer querer.

 

2.33 (Jacques Luc ex Testemunha de Jeová)

É a anti liberdade, a não aplicação dos direitos humanos e… pronto, não existe liberdade.

 

2.43 (Rosalia Heise Ex Testemunha de Jeová)

Eu sei que saí de lá, e sei que nunca mais voltarei… nunca mais, a menos que perca a cabeça.

 

2.53 (Lisa Taibi ex Testemunha de Jeová)

Eu chamo a isso clonagem. É do género: mete-se as pessoas dentro de uma máquina e saímos de lá todos iguais.

 

3.01 (Nicolas Jacquette ex Testemunha de Jeová)

Toda a gente pensava que eu era uma criança Testemunha de Jeová feliz, quando na verdade eu morria de infelicidade. Era depressivo e tinha tendências suicidas.

 

3.09 (Sonya Jougla Psicóloga)

A criança não pode desenvolver-se enquanto pessoa.

 

3.16 (Déborah Cassart ex Testemunha de Jeová)

Eles quiseram abafar os actos de pedofilia que existem no seu meio. E isso aniquilou-me. Foi por causa disso que eu quis acabar com a minha vida.

 

3.30 (Bill Bowen ex Testemunha de Jeová)

Na minha opinião é um paraíso para pedófilos.

 

3.34 (Lisa Taibi ex Testemunha de Jeová)

Eles vêem um mundo perfeito, portanto querem dar a imagem que são perfeitos. Mas por detrás de tudo isto, existe sujidade.

 

3.49 (Orador testemunha de Jeová)

Repararam os termos utilizados por Paulo neste versículo? Bonito e agradável. Eis o que é a pregação. Por outras palavras, mais iremos pregar por amor a Jeová e amor ao nosso próximo, mais teremos vontade de ir.

 

4.10 (Narrador)

Assembleia de distrito anual em Charles Roy. 3 Dias de discurso espiritual, estudos de textos bíblicos, cânticos entoados em uníssono. O programa é dado em Francês, Italiano, e em Lingala para 6 mil Testemunhas de Jeová e simpatizantes vindos em família. Todos procuram acima de tudo reconforto e respostas.

 

4.34 (Testemunha de Jeová)

Estamos quase como que num sonho nas assembleias. Estamos num meio onde nos sentimos em segurança. Recebemos sempre as respostas as nossas perguntas e ao que devemos fazer para nos adaptar aos problemas desta geração… desta sociedade.

 

4.51 (Testemunha de Jeová)

Quando crescemos temos algumas perguntas sobre a vida de todos os dias, e procurando as respostas, vimos que a bíblia tem lógica e que responde a imensas coisas.

 

5.04 (Testemunha de Jeová)

É preciso leis únicas para podermos ter sucesso, e nas Testemunhas de Jeová respeitamos a bíblia a 100%.

 

5.13 (Narrador)

Na assembleia muitas crianças e os seus pais, ouvem horas de discursos sem praticamente deixarem os seus lugares.

 

5.23 (Testemunha de Jeová)

Desde a sua tenra infância, eles apreciam saber que Deus gosta das crianças, e que Jesus quando esteve na terra abraçava-as. Penso que as crianças têm aqui o seu lugar e que também encontram muita alegria em estar aqui.

 

5.45 (Criança Testemunha de Jeová)

Gosto muito de ouvir com a minha mamã o que é dito na assembleia, para aprender mais sobre Jeová.

 

5.51 (Repórter)

E isso interessa-te?

 

5.53 (Criança Testemunha de Jeová)

Sim muito. Talvez daqui a alguns anos serei um baptizado.

 

6.06 (Mãe Testemunha de Jeová)

Ensinamo-los aos poucos a ouvir e a portarem-se bem, o que os ajuda muito na escola.

 

6.15 (Criança Testemunha de Jeová)

Nos vemos no mundo que hoje existe violência em todo o lado, mas aqui, nunca vi violência.

 

6.24 (Narrador)

Muitos adolescentes exprimem a sua motivação e fé. Jovens que querem dar uma imagem de uma juventude sã e radiante.

 

6.36 (Jovem Testemunha de Jeová)

Quando eu era pequeno, acompanhava os meus pais as reuniões espirituais, tais como esta, e aos poucos, enquanto crescia, verificava que era a verdade. Assim, o meu coração decidiu servir a Jeová.

 

6.55 (Jovem Testemunha de Jeová)

Aqui encontramos amigos, porque na escola por vezes não encontramos boas companhias, mas aqui encontramos imensa gente, verdadeiros amigos. É mesmo bom.

 

7.19 (Narrador)

Hoje muitos jovens irão ser baptizados. Aqui não se baptiza bebés. Primeiro o candidato ao baptismo tem de seguir muitas horas de estudo da bíblia e tem também de conhecer e aplicar os princípios da organização. Uma última vez, o orador lhes explica que o baptismo é um verdadeiro compromisso para obedecer a Jeová.

 

7.39 (Orador Testemunha de Jeová)

Mas tem que ficar claro no seu espírito, caro candidato ao baptismo… enquanto segurar firmemente a mão de Jeová, enquanto fizer o que Ele quer, serão profundamente felizes… e podemos garanti-lo.

 

7.58 (Narrador)

Depois de um discurso musculado, os candidatos ao baptismo deslocam-se com as suas famílias, ao salão do Reino da zona. Muitos foram educados por pais Testemunhas de Jeová.

 

8.09 (Candidata ao baptismo)

Isto representa todo um caminho desde a minha infância, desde a minha nascença. Fui educada na verdade e aprendi a conhecer e a aplicar os seus princípios. E agora estou apta para fazer o que é correcto aos seus (Deus) olhos.

 

8.28 (Candidato ao baptismo)

O importante é ter vontade e que acreditemos verdadeiramente em Deus e que digamos: eu quero servir a Deus. O mais importante, é o que vai no coração.

 

8.41 (Narrador)

Um a um, os 37 candidatos ao baptismo vão ser submersos na piscina. O ritual leva apenas uns segundos. Alguns instantes que servirá para transformar a vida do baptizado, doravante totalmente dedicada à vontade divina.

 

9.01 (Repórter)

O que vai mudar a partir de hoje?

 

9.04 (Nova Testemunha de Jeová)

A única coisa que muda, é que tomamos uma posição pública. Antes já a tinha-mos tomado no nosso coração, mas agora ela é pública.

 

9.25 (Narrador)

O dia ainda não acabou para estas novas Testemunhas de Jeová. O grupo volta para a assembleia. Os discursos vão novamente prosseguir até ao último dia do fim-de-semana.

 

Fim video 1

 

 

 

 

 0.04 (Narrador)

Quisemos saber mais sobre as regras que seguem perto de 7 milhões de Testemunhas de Jeová no mundo. A sede Mundial está situada em Brooklyn, nos Estados Unidos e tem como nome a Watchtower. Não existem chefes, mas um colégio de uma dezena de homens. Eles dirigem a organização dando as mesmas directivas divinas a todas as congregações ao redor do mundo. Foi um certo Charles Taze Russell que inicia em 1871 grupos bíblicos. Rapidamente cria a Watchtower, propondo a leitura da bíblia corrigida, anunciando o fim do mundo para 1914. Para Russell, o mundo será destruído no Armagedão e Jeová estabelecerá o paraíso eterno na terra.

 

1.10 (Narrador)

A humanidade sobrevive a 1914, mas os sucessores de Charles Taze Russell avançam com outras datas: 1925, 1975. Hoje em dia, as Testemunhas de Jeová esperam ainda o eminente fim do mundo, sem nunca fixar novas desilusões.

 

1.26 (Testemunha de Jeová)

Nós pensamos que Jeová irá intervir. E depois da catástrofe, Deus irá solucionar os problemas da terra. Mas as pessoas que não quiserem vergarem-se aos ensinamentos bíblicos, estas pessoas não estarão nesta sociedade que Deus irá criar.

 

1.50 (Narrador)

Para não ser destruído no Armagedão, apenas uma única solução: agradar a Jeová, respeitando uma série de princípios inspirados de uma leitura literal da bíblia.

 

2.01 (Testemunha de Jeová)

Desde o acordar até ao deitar, pensamos e vivemos os ensinamentos bíblicos. De manhã até a noite, não há repouso.

 

2.12 (Testemunha de Jeová)

Claro que somos imperfeitos, mas se pusermos os nossos ensinamentos em prática, tiramos daí muitos benefícios.

 

2.27 (Narrador)

E para salvar os outros, aqueles que não conhecem os princípios de Jeová, os fiéis tem uma missão: converter. Um dever ao qual eles consagram o máximo de tempo.

 

2.43 (Narrador)

Para os ajudar na sua luta, a Watchtower edita mais de 30 milhões de diversas publicações, traduzidas em 81 língua. Na Bélgica as Testemunhas de Jeová são perto de 24 mil. Quem são esses homens e mulheres que servem uma organização denunciada em diversas comissões parlamentares sobre as seitas? Como crescem as suas crianças? Educadas em princípios rigorosos, as suas vidas são ritmadas por reuniões no Salão do Reino, horas de estudo bíblico e porta a porta para a pregação. Mas quando fazemos perguntas que incomodam, as portas fecham-se. Depois da Assembleia de Charles Roy, os responsáveis das Testemunhas de Jeová recusaram-nos qualquer entrevista.

 

3.28 (Malika Attar Jornalista)

Neste momento do seu inquérito, deu-se uma ruptura com as Testemunhas de Jeová e esta mesma parece ser repentina. Não percebemos muito bem o que se passou. No início você podia filmar tudo, e de um dia para o outro … bem … põe-na na rua.

 

3.40 (Catherine Lorsignol Jornalista)

Bem, é verdade que no início podíamos fazer tudo o que queríamos. Vocês viram… filmamos baptismos, podemos ir facilmente a Assembleia a Charles Roy, e depois, muito, muito repentinamente nos início das rodagens, os responsáveis avisaram-nos que há alguns temas tabus. De facto eles não queriam que falasse-mos de algumas acusações que existiam sobre as testemunhas de Jeová, no que diz respeito a pedofilia. E para bem percebermos que este tema era proibido, eles enviaram directamente para a mais alta hierarquia da RTBF (canal de televisão e rádio belga) alguma correspondência.

 

4.12 (Malika Attar Jornalista)

Você evidentemente continuou o seu trabalho Catherine. Mas as pressões pararam depois desta carta, ou teve de prosseguir o seu trabalho… vamos lá… constrangida?

 

 

4.24 (Catherine Lorsignol Jornalista)

É verdade que o clima continuou pesado, mas não podíamos dizer que tivemos pressões, mas como continuamos a negociar entrevistas com os responsáveis das Testemunhas de Jeová, eles propuseram-nos uma espécie de pequeno contrato que era o seguinte: “Nós podemos lhes facultar mais uma entrevista, mas numa condição: vocês não podem falar com alguns opositores bem concretos”. Está claro que não cedemos a esta espécie de chantagem, e estes opositores simplesmente fomos ao encontro deles.

 

4.57 (Narrador)

Hoje cada vez mais Testemunhas de Jeová ousam falar da sua infância diferente.

 

5.16 (Narrador)

Déborah cresceu no seio de uma família Testemunha de Jeová. Ela abandonou a organização à 10 anos para que as suas filhas possam ter outro tipo de educação. Débora descreve num mundo cheio de proibições, sem Natais, sem Pai Natal, sem aniversários. Todas essas festas pertencem aquilo que as Testemunhas de Jeová denominam de Religião falsa.

 

5.37 (Déborah ex Testemunha de Jeová)

Quando eu andava na escola, na primária, certa vez enfeitei a árvore de Natal apenas com uma bola, e a minha pequena camarada de turma, também ela Testemunha de Jeová, foi nesse mesmo dia contar o sucedido aos pais. Eles ligaram para minha casa dizendo que se eu não pedisse perdão, iria ser destruída… Não tinha agradado a Jeová, por conseguinte iria morrer. Tinha medo, porque tinha na época mais ou menos 8 anos. Quando alguém diz uma coisa dessas a uma criança, é claro que a atormenta. Somos fechados, estamos stressados e ficamos depressivos. E quando se tem medo, a pessoa fecha-se sobre ela mesmo, não olha para o exterior, obedece e não quer ver o mundo lá fora.

 

6.25 (Narrador)

Nicolas é Francês, também ele deixou as Testemunhas de Jeová. Até à idade de 22 anos seguiu rigorosamente os mandamentos ensinados pela organização.

 

6.38 (Nicolas Jacquette ex Testemunha de Jeová)

Luzes como esta, não tinha-mos o direito de acha-las bonitas, porque o Natal era Satânico, Demoníaco, uma festa pagã. Portanto, mesmo que enquanto criança tivéssemos vontade de nos encantar como toda a criança, frentes a estas bonitas montras, não tinha-mos o direito de o fazer. Em auto consciência, em auto crítica, tinha-mos de dizer a nós próprios que aquilo não era bom, que não temos esse direito, que aquilo que estávamos a sentir era um sentimento diabólico e o que tínhamos de fazer, era pedir ajuda. 

 

7.09 (Deborah Cassart ex Testemunha de Jeová)

Quando somos pequenos, dizem-nos que temos de obedecer a Jeová e ao que nos mandam fazer, caso contrário não seremos salvos no dia do Armagedão. Seremos destruídos. Quando se é uma criança, fica-se com medo de não ser poupado e de não viver no paraíso, porque dizem-nos que viveremos num paraíso terrestre. Tinha muito medo e todas as noites rezava a Jeová. Também tinha medo porque falavam-me dos Demónios, de Satanás e por tudo isso, rezava e escondia-me no escuro, com medo dos demónios e de Satanás estivesse no meu quarto. Contavam-me que ele (Satanás) sabia qual o nosso pensamento. Portanto, andava sempre amedrontada.

 

 

7.51 (Nicolas Jacquette ex testemunha de Jeová)

A maior parte dos pais, reconfortava os filhos, dizendo que o monstro debaixo da cama não existia, mas o problema é que os meus pais diziam que ele existia e que se chamava Satanás. Para agravar mais a situação, as publicações das Testemunhas de Jeová estão carregadas de ilustrações monstruosas: dragões com 7 cabeças e 10 chifres, grandes feras parecidas com leões mas com varias cabeças, anjos maus, querendo levar toda a gente numa destruição final. Todas essas imagens povoavam os meus pesadelos e alimentava os mesmos. Quando fazia alguma asneira, suplicava a Jeová, pedindo-lhe perdão, dizendo-lhe que eu não valia nada, que não era digno e que não devia ter pecado. Vivemos num mundo de culpa, deixando de existir enquanto Ser humano.

 

8.38 (Narrador)

Para instruir nas crianças os ensinamentos de Jeová, a organização proporciona inúmeras publicações aos seus membros, livros e DVD`S, adaptados a todas as idades. Encontramos lá conselhos sobre todos as áreas do dia-a-dia.

 

8.51 (Enxerto de um DVD das Testemunhas de Jeová)

Descubra nos “Jovens Perguntam”, o perigo de alguns amigos pouco recomendáveis. O desejo de sermos aceites é perigoso quando este nos leva para amizades pouco recomendáveis. A Bíblia previne-nos: Más companhias estragam hábitos úteis. As más companhias, são aqueles que não amam a Jeová. É alguém que mostra pelas suas atitudes, pela sua maneira de agir, que não respeita os princípios de Jeová. O respeito dos princípios divino, limitará a escolha dos seus amigos. Sendo diferentes, você fará a diferença sobre os outros.

 

9.32 (Nicolas Jacquette ex Testemunhas de Jeová)

Disseram-me: tu vais para a escola, é um meio perigoso porque irás encontrar pessoas que não são Testemunhas de Jeová. Vais frequentar professores que não são Testemunhas de Jeová, e todos eles são instrumentos do diabo, que os utiliza para te fazer tropeçar, para que vás para o seu (do diabo) caminho. Graças ao afastamento com as outras crianças, a escola foi um calvário.

 

Fim vídeo 2


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publicado por Justiceiro, em 17.07.10 às 18:17link do post | favorito

       Por varias vezes aqui, falei sobre o tratamento dado pelas Testemunhas de Jeová a quem deixa de pertencer a essa denominação religiosa. Gostaria de voltar ao assunto, porque parece que no Brasil as coisas estão finalmente a ficar mais “claras”… É sabido por quem já foi uma Testemunha de Jeová, que além de cruéis, as leis internas da seita são desumanas e violam de uma forma evidente a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

 

Artigo 5.º

Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.

 

Artigo 18.º

Todo o homem tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos.

 

Artigo 19.º

 Todo o homem tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão.

 

Artigo 20.º
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

 

Entre a seita, quando um membro viola uma das (incontáveis) regras de conduta da organização, ou até mesmo deixa de acreditar nos ensinos oficiais das Testemunhas de Jeová, sofre um processo interno através de um tribunal eclesiástico denominado "Comissão Judicativa". Uma espécie de tribunal interno, bem ao estilo PIDE. Caso o indivíduo não demonstre intenções sérias de abandonar a prática pelo qual é julgado, apresentando sólidas evidências de seu arrependimento, ele é desassociado (excomungado), e fica sujeito as consequências dos ensinos das Testemunhas de Jeová neste assunto. O mais grotesco, é quando alguém decide, de livre e espontânea vontade, deixar de pertencer a organização (tornando-se assim um dissociado), o procedimento é idêntico. É claro que as Testemunhas de Jeová entendem este comportamento como sendo amoroso…

 

No livro “Mantenha-se no Amor de Deus” publicado pela seita, na página 207, referindo-se a quem deixa de ser membro das Testemunhas de Jeová, lembra o seguinte: “É realmente necessário evitar todo e qualquer contacto com a pessoa? Sim, por várias razões. Primeiro, é uma questão de lealdade a Deus e à sua Palavra. Obedecemos a Jeová não apenas quando é conveniente, mas também quando envolve grandes desafios. O amor a Deus nos motiva a obedecer todos os seus mandamentos, reconhecendo que ele é justo e amoroso, e que suas leis visam o bem dos que o servem. (Isaías 48:17; 1 João 5:3) Segundo, cortar o contacto com o pecador não arrependido evita que nós e a congregação sejamos corrompidos em sentido espiritual e moral, e preserva a boa reputação da congregação. (1 Coríntios 5:6, 7) Terceiro, nossa firme posição a favor dos princípios bíblicos pode até mesmo beneficiar o desassociado. Por apoiarmos a decisão da comissão judicativa, talvez contribuamos para tocar o coração de um pecadorque até então não correspondeu aos esforços dos anciãos para ajudá-lo. Perder a preciosa associação com pessoas amadas talvez o ajude a ‘cair em si’, a ver a seriedade de seu erro e a tomar os passos necessários para retornar a Jeová.” (negrito meu)

 

Será difícil de vislumbrar neste texto onde realmente existe amor… O que resta a quem perde amigos e principalmente família? Muitos não aguentam a pressão de ficarem sozinhos num mundo real (e não o fantasioso mundo Jeovista), que nunca conheceram e que sempre lhes foi escondido e vedado pelas doutrinas da organização. Abandonados e depois de anos e anos de manipulação mental, só resta uma coisa a fazer a quem está só: voltar. Todas estas crenças retiradas do seu contexto bíblico e com uma interpretação muito própria, por vezes atingem o seu objectivo.

 

Num pequeno jornal interno, com o nome “Nosso Ministério do Reino” de Agosto de 2002 (de acesso restrito apenas as Testemunhas de Jeová), lê-se a seguinte experiencia (mais uma vez de um amor excepcional!): “Depois de ouvir um discurso numa assembleia de circuito, um irmão e sua irmã carnal se deram conta de que precisavam mudar o modo como tratavam a mãe, que morava em outro lugar e havia sido desassociada seis anos antes. Logo depois da assembleia, o irmão ligou para a mãe e, depois de reafirmar seu amor por ela, explicou que não falaria mais com ela, a não ser que um assunto familiar importante exigisse esse contacto. Pouco depois, a mãe começou a assistir às reuniões e, com o tempo, foi readmitida. Também, o marido dela, um descrente, passou a estudar e com o tempo foi baptizado.”

 

A isto não chamo de amor, mas sim uma imposição, quase como que um ultimato. É obrigar outros a seguir as nossas próprias crenças, sobe pena de não poderem ter mais convivência com quem amam… Mais uma vez, o que resta a estas pessoas, que, por um ou outro motivo deixaram as fileiras da organização Torre de Vigia (designação legal das Testemunhas de Jeová)? Com todas estas leis internas, as Testemunhas de Jeová cultivam a hipocrisia, pois muitos voltam apenas porque não suportam mais estarem longe de quem estimam. Outros, mesmo sabendo de todos os erros e podres da organização, não saem, pois não querem perder os seus familiares ou amigos, levando assim uma vida dupla…

 

Por estes e outros motivos, a organização das Testemunhas de Jeová no Brasil, será chamada a tribunal. Adivinha-se uma luta complexa, e enfrentar uma armada de advogados que a multinacional Torre de Vigia possui ou contratará, não será de todo fácil, mas com certeza que se conseguirá provar que as doutrinas Jeovistas são discriminatórias.

 

Talvez um dia, as mentalidades mudem, e a proibição de contactar com alguém desassociado ou dissociado faça parte do passado. Quem sabe… talvez... um dia...

 

 


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publicado por Justiceiro, em 04.06.10 às 19:30link do post | favorito

       Gostaria de prestar homenagem a um grande Senhor, do seu nome Raymond Victor Franz. Infelizmente este Homem faleceu no passado dia 2 de Junho. Não conheci pessoalmente Raymond, mas pelo que li dele, foi um Grande Senhor e um Ser Humano excepcional. Dedicou toda uma vida a uma organização que acabou mais tarde por o abandonar deixando-o sem nenhum meio de subsistência e esquecendo-se do seu passado em prol daquilo em que acreditava. Mesmo sabendo que o seu futuro não seria nada risonho, Raymond Franz decidiu abdicar de todas as mordomias ofertadas à elite dessa organização. Raymond Victor Franz foi membro do Corpo governante das Testemunhas de Jeová (grupo de homens com autoridade mundial sobre as Testemunhas de Jeová e que ditam as leis das mesmas), e viveu os primeiros sessenta anos da sua vida, servindo em todos os níveis da estrutura organizacional. Nove desses sessenta anos foram passados no conselho executivo central (Corpo Governante). Aqueles anos levaram-no a uma crise de consciência, que viria a ser mais tarde o tema do seu primeiro livro (Crise de Consciência) e que ajudou milhares de ex-Testemunhas de Jeová em todo mundo, a conhecer melhor o funcionamento secreto do Corpo Governante, assim como a elaboração das doutrinas do grupo e criação das normas da seita. Um livro a não perder, e que todos os membros das Testemunhas de Jeová deveriam ler, para perceberem os podres dessa organização. Raymond Franz auxiliou milhares de pessoas a ter uma visão diferente do seu pequeno mundo, e com certeza que irá ajudar outros tantos…

Obrigado Ray…

 


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publicado por Justiceiro, em 17.03.10 às 13:00link do post | favorito

 

       Num qualquer mundo paralelo...

Estas boas novas do reino serão pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações; e então virá o fim.” Mateus 24:14

       Tenha medo, tenha muito medo (é essa a intenção!)!


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publicado por Justiceiro, em 06.03.10 às 16:43link do post | favorito

       É do conhecimento de todos os leitores deste blogue, que nutro um especial carinho pelas Testemunhas de Jeová e principalmente pelas leis inquisidoras dos mesmos. Embora não deixem ficar aqui nenhum comentário, este blogue é visitado por alguns que se dizem os únicos representantes de Deus na terra. É para eles que hoje deixo ficar aqui este vídeo com uma breve história do passado da organização que se auto intitula de “divinamente inspirada”...

A todos os meus clientes habituais aqui do Talho, uma vista de olhos a este pequeno vídeo, não fará mal nenhum e um pouco de história (não confundir com histórias, que é o que a todos os Jeovistas dizem!), nunca fez mal a ninguém!

 


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publicado por Justiceiro, em 18.12.09 às 14:01link do post | favorito

 

       Quando Eunice Spry, uma Testemunha de Jeová, mãe de acolhimento, foi condenada a catorze anos de prisão por abusar das crianças ao seu cuidado, os detalhes da sua crueldade eram tão doentios que chocaram a Inglaterra. Uma das jovens vítimas desta mulher foi Alloma Gilbert, que viveu com ela desde os seis anos e esteve à sua mercê durante onze violentos anos.

 

       Eunice usava as suas crenças religiosas distorcidas como desculpa para punir as crianças que acolhia. Quando as levou para viverem numa quinta isolada, os abusos atingiram um nível aterrorizador. Era frequente empurrar um pau pela garganta de Alloma até ficar vermelho e manchado de sangue; fazia-a passar fome e a menina sobreviveu com a comida dos porcos que conseguia às escondidas; era espancada de forma implacável. Aos dezassete anos, Alloma finalmente fugiu, mas, sozinha no mundo, foi uma presa fácil para os abusos dos homens. O nascimento da sua filha salvou-a e ensinou-lhe, por fim, o que era realmente o amor.

 

       Livro escrito com uma sinceridade pungente, Criada no Inferno é uma comovente e inspiradora história de sobrevivência.

sinto-me:

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publicado por Justiceiro, em 13.12.09 às 22:57link do post | favorito

 

     

       "Para os vizinhos, era um carpinteiro e um pintor atencioso, tímido, que jogava dominó com os amigos nos dias em que não ia para a igreja pregar sermões aos fiéis. Crente das Testemunhas de Jeová, mostrava-se preocupado com a mulher, Jennifer, acamada devido a esclerose múltipla. Mas, à noite, Delroy Grante, de 52 anos, era outra pessoa. Durante 17 anos, este pai de sete filhos abusou de pelo menos 108 idosos do sul de Londres. Chamavam-lhe Night Stalker (perseguidor nocturno).

 

       Entre Outubro de 1992 e Maio de 2009 atacou velhos solitários. Não matou ninguém. A maioria eram mulheres, mas há três anos que os homens também entravam na lista. Finalmente, na semana passada foi detido pela polícia britânica, em Croydon, bem perto da vila onde morava, Brockley. Foi acusado de cinco violações, 11 roubos e seis agressões sexuais. A mais nova das vítimas tinha 68 anos; a mais velha, 93. Delroy usava sempre o mesmo método. Escolhia idosos pobres que vivessem sozinhos. Seleccionava moradias, nunca apartamentos. Entrava pela traseira da casa, vestido de negro, com um gorro na cabeça. Colocava luvas de látex, desligava a electricidade e cortava o telefone. Enquanto a vítima dormia, aproximava-se dela e começava os sussurros e carícias.

      

       Por vezes, passava horas a falar com as vítimas imobilizadas enquanto lhes apontava uma lanterna ao rosto. Uma das vezes até contou a uma idosa que a sua mãe tinha morrido em 2000. Estas conversas acabaram por servir como prova para o deter. A seguir abusava dos idosos.

      

       Durante quase 20 anos de investigação, a polícia seguiu vários rastos (até Delroy já tinha sido interrogado) e reuniu duas mil amostras de ADN. Em 2004, uma nova tecnologia genética permitiu reduzir de 21 mil para mil os suspeitos. As provas genéticas indicaram que Night Stalker era descendente de nativos americanos, europeus e subsarianos, e os seus antepassados podiam estar numa ilha das Caraíbas. Com outras pistas dadas por testemunhas, Delroy foi finalmente encontrado."

In, Sábado nrº 292 de 3 a 9 de Dezembro

      

      

       Foi com este relato que abordei hoje um conhecido meu, Testemunha de Jeová. Como não seria de esperar, a única maneira que essa mesma pessoa encontrou para rebater tal notícia foi dizendo que não passava de uma mentira e que as Testemunhas de Jeová são odiadas e perseguidas. Frente a tais afirmações e sabendo que não adianta falar com alguém cuja mente está moldada por doutrinas sectárias, decidi apenas não continuar mais com o dialogo…

      

       Quanto à notícia da revista Sábado, essa mesma exibe o que realmente são as Testemunhas de Jeová: uns indivíduos como tantos outros e não uns Seres superiores, os únicos escolhidos por Deus...

 

 

sinto-me:

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publicado por Justiceiro, em 21.10.09 às 13:23link do post | favorito

     Parece que este blogue anda a causticar algumas pessoas... Na passado semana fui alertado para o facto de o meu texto sobre as Testemunhas de Jeová ter sido mal recebido por parte de alguns membros dessa designação religiosa (pessoas que me conhecem)... Sentiram-se incomodadas por eu "ter dito mal da organização do Senhor Jeová"... "Posso dizer o que eu quero, mas nem tenho o direito de usar a internet (!) para dizer mal"... Tais afirmações pareceram-me quase surreais (e descabidas), ainda por cima proferidas em pleno século 21. Estive a ler e reler o meu texto a procura de algo que os pudesse ter ofendido, mas devo de concluir que nada encontrei... Onde em todo o post faço uso de alguma qualquer linguagem imprópria? Mencionei algum nome ou alguma pessoa atacando de modo pessoal essa mesma? Mas o mais importante ainda, menti no que escrevi? Tudo aquilo que relatei é baseado em factos concretos, facilmente provados por documentos acessíveis a toda a gente, não uma mera invenção minha.

       Eu sei que por vezes a verdade dói e que não é fácil reconhecer o engano. Mas o mais burlesco em tudo isto é o facto das Testemunhas de Jeová  não aceitarem que se exponha as suas crenças. Porquê? Não é por mero acaso... Todas as Testemunhas de Jeová (TJ) confundem "descrever" com "dizer mal". Ora entre uma coisa e outra vai uma grande diferença. Por vezes fico atónito quando me dizem que disse mal da organização das Testemunhas de Jeová! Não seria melhor estar-mos calados quando nós próprios temos telhados de vidro? Nunca aqui (nem noutro sitio) insultei as TJ. Discordo delas, o que é bem diferente. O contrário já não acontece. Fica aqui alguns ataques por parte das TJ a Igreja Católica e Protestante.
"As igrejas Católica, Ortodoxa e, mais tarde, as Protestantes... tornaram-se parte de Babilónia a Grande, o império mundial da religião falsa do diabo." A Sentinela de1/12/1991, pág. 13
De modo que católicos mataram outros católicos com aprovação de seus líderes religiosos, e os protestantes fizeram o mesmo". - Poderá Viver para Sempre no Paraíso na Terra (1982), pág. 2
Em vez de ajudar as pessoas na sua busca do Deus Verdadeiro, as numerosas seitas e denominações que surgiram em resultado do livre espírito da Reforma Protestante apenas as dirigiram a muitas diferentes direcções. De fato, a diversidade e a confusão levaram muitos a questionar a própria existência de Deus." - O Homem em Busca de Deus (1990), pág. 328

       Não avistei no meu relato palavras tão "doces" como as descritas acima! Enunciei sim o que uma grande maioria das TJ desconhece sobre a sua própria religião. Descrevi a maneira cruel (e anti-bíblica) com que tratam os seus ex companheiros de fé, quando por algum motivo são desassociados (expulsos), ou dissociados (solicitação voluntaria para sair). A edição de A Sentinela de 1/10/1993, pág. 19, referindo-se aos dissidentes (normalmente chamados “apóstatas”) diz:
"Alguns apóstatas professam conhecer e servir a Deus, mas rejeitam ensinos ou requisitos delineados na Sua Palavra. Outros afirmam crer na Bíblia, mas rejeitam a organização de Jeová e tentam activamente obstaculizar a sua obra. Quando eles deliberadamente escolhem tal maldade depois de conhecerem o que é correcto, quando o mal se torna tão entranhado que se torna parte inseparável de sua constituição, o cristão precisa odiar (no sentido bíblico da palavra) os que se agarraram inseparavelmente à maldade".
Tal "ódio santo" foi definido cerca de 40 anos antes na Sentinela de 1/10/1952, pág. 599 (em inglês): "Temos de odiar no sentido mais verdadeiro, que é encarar com extrema e activa aversão, considerar como uma abominação, odioso, nojento, detestar".
O que acontece a alguem que tenha contacto com um desassociado? A Sentinela de 1/10/1955, p. 607 (em inglês) é bem explícita: "Se um publicador  se recusa a fazer isto e ignora a proibição de se associar com o desassociado, esse publicador está a rebelar-se contra a congregação de Jeová, e "rebelião é o pecado de bruxaria, e teimosia é como idolatria e terafins." Ele deve ser fortemente admoestado, ficando impressionado com os fatos de que, por se associar com o desassociado ele é participe da iniquidade e que pelo seu modo de proceder ele está a separar-se da congregação para estar com o malfeitor. Se, depois de suficientes avisos, o publicador persistir em se associar com a pessoa desassociada, em vez de se alinhar com a organização de Jeová, ele também deve ser desassociado".
No livro “Mantenha-se no amor de Deus” na pág. 209, o assunto é a submissão das Testemunhas de Jeová às autoridades religiosas onde diz o seguinte:
“Membros leais de uma família cristã não procuram desculpas para ter tratos com parentes desassociados que não more na mesma casa. Em vez disso, lealdade a Jeová e a sua organização os faz seguir os princípios bíblicos relacionados com desassociação. Seu proceder leal visa o bem do desassociado e pode ajudá-lo a se beneficiar da disciplina recebida”.
Quão estranha concepção do amor, e que palavras deveras tão sábias...

 

       Existe dezenas de outros textos que relatam bem qual a posição a tomar e o tratamento a providenciar aos que deixam de fazer parte da organização, mas apenas estes chegam perfeitamente para perceber como lidam com os seus dissidentes e qual a mentalidade incutida aos seus membros. Não consigo ver amor numa religião que insiste em manter uma família totalmente fragmentada, proibindo os pais de ter qualquer tipo de contacto com os filhos, banindo todo o relacionamento, proibindo uma salutar relação, sobe pena de serem também eles expulsos... Assusta-me quando vejo um grupo de pessoas a "orientar amorosamente" a vida de milhões de indivíduos, baseados numa tradução da bíblia (Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas) completamente enganosa traduzida de forme a conferir a própria interpretação com centenas de versículos modificados para se ajustarem às doutrinas da Torre de Vigia. 


       Uma coisa abomino e repudio: o falso moralismo. Para saberem o que escrevi no meu blogue é porque estiveram a lê-lo (e parece que atentamente), mas como todas as Testemunhas de Jeová bem sabem, estão a desobedecer a uma ordem expressa do Corpo Governante ao ter acesso a conteúdos ditos "apóstatas", podendo dar origem a expulsão... Não seria mais fácil dizer-me na cara o que pensam ao invés de me criticarem pelas costas e de atacarem a minha pessoa em vez de atacar o argumento em si (ataque ad-hominem)? Uma conduta própria das TJ...

 

       Para alguém que esteja mais "desatento" e que talvez pense que estou a tentar defender qualquer movimento religioso ou alguma doutrina, quero que saibam que não preciso de nenhuma religião, que não ando a reboque de pastores, “anciões” ou de alguém dito "orientado" por Deus que dite a minha vida ao mais ínfimo pormenor. Não preciso de bíblia (ou qualquer outro compendio) para me guiar, nem de nenhuma entidade superior para me dizer como fazer para me tornar um ser humano aprazível, que me ensine a desvendar onde está o “bem e o mal”... Não necessito de nenhum Deus para me indicar o caminho, que me mostre o certo e errado. Sei muito bem como agir com o meu próximo sem a autoridade de uma organização ao serviço de um Criador... Todos os dias procuro ser alguém melhor, e pelo que parece não me tenho saído muito mal. Para isso não me apoiei em nenhuma crença, religião, ou qualquer Deus, mas sim no obvio... Respeito toda e qualquer crença religiosa, mas repúdio quem tenta manipular outros, obrigando-os a seguir inconscientemente e incondicionalmente as suas regras, afirmando que tais procedem das altas esferas celestiais.

 

       "Um indício de que nos tornamos vítimas do auto-engano é se ficamos irados quando as nossas crenças são questionadas. Em vez de ficarmos irados, é sábio manter a mente aberta e escutar com atenção o que outros dizem mesmo quando temos a certeza de que a nossa opinião está certa".
A Sentinela de 15 de Julho de 2003, pag. 22


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publicado por Justiceiro, em 22.09.09 às 14:47link do post | favorito

 

Estava eu ainda a dormir, quando subitamente alguém toca a minha porta. Meio estremunhado, pensei ser a vizinha que, como é hábito, vinha-me trazer alguns pés de alface... Descontraidamente saí da cama e ainda meio ensonado desci as escadas em direcção a porta da entrada... Qual não foi o meu espanto quando verifiquei que não se tratava da minha vizinha, mas sim de duas pessoas bem vestidas e aparentemente com um ar simpático. Mas quem seriam eles, o que queriam de mim? Intrigado, escutei-os com atenção. Fiquei a saber por essas mesmas pessoas que chegara o grande dia do Todo-poderoso. Que Deus iria trazer uma guerra para solucionar todos os problemas dos homens. Que essa solução tão esperada por eles, e que tão carinhosamente chamavam de Armagedão, era a única esperança para o ser humano, que todos aqueles que não seguirem os princípios de Deus (os do mundo, conforme apelidam os que não acreditam no mesmo que eles), serão destruídos... Pelo estilo de linguagem e dos termos empregados, identifiquei logo os meus visitantes. Tratava-se de Testemunhas de Jeová. Fiquei um pouco perplexo do porquê de me terem batido a minha porta. Nunca tinha recebido a visita dessa organização (nem de nenhuma outra) e não compreendia a causa de tal visita. Não é que nunca tinha ouvido falar deles e que não os conhecia, porque até tenho familiares meus chegados que são membros dessa religião. “Jogando” com tal facto e sabendo quase qual seria a resposta, decidi verificar até que ponto estaria certo. Fiz-lhes parte da "minha dúvida". Disse-lhes que nunca até aos dias de hoje tinha sido visitado e que ficara um pouco perplexo de tal ter acontecido agora! A resposta não se fez tardar e foi mais que obvia... Se estavam ali hoje, é porque Deus achou que chegará o momento de eu conhecer a Verdade. Nada é por acaso... Soltei um leve sorriso meio envergonhado. Muito bem (pensei eu), a minha "teoria" estava certa! Como não tinha nada para fazer, decidi dar-lhes ouvidos, mas não antes sem me ir mudar (porque tronco nu não é a melhor maneira de se estar a porta!). Depois de me ter mudado, mandei entrar tão dignos representantes de Deus…

Depois de devidamente acomodados no sofá, decidi ouvi-los com atenção. Fui informado que Deus tem um plano para toda a humanidade. Que Ele brevemente irá tornar todo o nosso planeta num paraíso, habitado apenas por aqueles que realmente fazem a vontade Dele. Quem serão esses escolhidos, perguntei eu. A resposta não se fez tardar… É claro que apenas as Testemunhas de Jeová terão tal privilégio. E então o resto da humanidade? Deus pura e simplesmente os irá destruir. Fiquei pensativo… Normalmente não sou muito bom em contas, mas decidi perguntar quantos membros existe entre as Testemunhas de Jeová (TJ). Cerca de seis milhões. A população mundial é cerca de 6,6 biliões… Sou um pouco como o nosso antigo primeiro-ministro Guterres: há que fazer as contas! As TJ nem 1% da população mundial representam… Fiquei a pensar nisto mas mantive-me calado e continuei a ouvi-los. Ofereceram-me um livro (cujo o titulo não me recordo) onde basicamente dizia que existe apenas dois lados: o bem e o mal. O primeiro capítulo abordava a temática Deus. O capítulo seguinte falava de Satanás o diabo. O terceiro, do propósito de Deus Jeová para com a terra e seus habitantes. E claro que o quarto capítulo dava-nos a escolher de que lado queríamos servir. Do lado do bem, ou do lado do mal. Por outras palavras: do lado das Testemunhas de Jeová ou do lado do Diabo. É claro que ninguém escolheria estar do lado do mal! Tal pergunta obvia requer logo uma resposta também ela obvia! Todo este proceder não é por acaso…

Depois de cerca de duas horas a ouvi-los decidi aceitar um estudo bíblico. Não porque estava interessado nas suas doutrinas, mas sim porque queria saber mais sobre a organização das TJ e seu funcionamento. Nunca consegui perceber porquê que um pai e uma mãe viram a cara a um filho apenas porque esse não mais acredita nas doutrinas Jeovistas. Nunca entendi porquê que esse filho é agora tratado como um mero estranho e visto, aos olhos de todas as TJ, como um simplório criminoso. Já para não falar das transfusões de sangue onde o mais importante é seguir um texto da bíblia e dar-lhe uma interpretação que apenas eles têem… O que levava milhares de pessoas a seguir essa ideologia? Será que as Testemunhas de Jeová são aquelas pessoas que todos conhecemos: exemplares, sem mancha nem macula? Decidi investigar…

O que mais salta aos olhos é que apenas as TJ serão salvas do “grande dia de Deus” (o Armagedão). O que quer dizer que 99,9% da humanidade será destruída! Onde está o amor de Deus no meio de tudo isto!? Não haverá gente que mesmo não sendo TJ tem um comportamento mais digno, e que humanamente seja melhor? Mas esse comportamento exemplar, essa imagem que gostam de fazer passar, existirá mesmo? Dentro da organização das Testemunhas de Jeová existe um facto digno de alguns países ditatoriais: a censura. Os membros dessa organização estão proibidos de ler publicações de outras religiões ou qualquer outro livro com ideias contrárias as doutrinas jeovistas. Uma TJ não pode exprimir livremente os seus pensamentos se estes forem contrários aos seus ensinamentos. As TJ não tem o direito de duvidar e devem de acreditar em tudo o que ouvem dos seus líderes sem questionar. O contrário seria entendido como estando fraco na fé. Essa pessoa seria vista como uma presa de Satanás, passando agora a ser servo Dele. Tal comportamento levaria á desassociação (expulsão) desse membro e todos os outros estão obrigados a não terem mais contactos com ele e nem um simples “olá” é permitido. Os familiares devem de dar o mesmo “tratamento” a pessoa expulsa sendo apenas permitido o contacto em caso de extrema necessidade (ex. o falecimento de um familiar). Toda esta conduta é tida como “amorosa” entre as TJ. Está maneira cruel de proceder com quem por vezes dedicou toda uma vida ao serviço de uma “religião”, tem uma razão de ser, razão essa que muito dificilmente as TJ conseguem enxergar. Geralmente quando uma pessoa sai da organização sociedade Torre de Vigia (designação legal) é por motivo de consciência, porque descobriu algo que até a data lhe foi escondido. Por tal motivo as leis internas mandam afastar essas pessoas, pois essas poderiam contaminar o resto do rebanho. Não está aqui em causa a contaminação dita “espiritual”, mas sim a verdade e a falhas sobre a organização não é bem vinda. Toda esta maneira de agir com os seus membros, toda esta manipulação mental é digna das seitas mais radicais. Mas existirá grande diferença entre as chamada seitas e as Testemunhas de Jeová? Não. Em alguns países as TJ são tidas como tal. Uma organização que teima em tratar os seus ex membros desta maneira, é uma grave ameaça ao tecido familiar. Quantas famílias sofrem por causa destas “leis” internas, que não tem nenhum fundamento bíblico? Como pode um povo que se auto intitula de “único representante de Deus na terra”, de “divinamente inspirado”, o povo escolhido etc, errar e continuar a errar sistematicamente?

 Alguma Testemunha de Jeová teve conhecimento Das falsas previsões desde o tempo de Charles Taze Russel (fundador da seita) para o Armagedão?

- O envolvimento em ocultismo por parte dos líderes da Torre de Vigia, que acabaram envolvendo os demais adeptos por décadas a fio (o caso do espírita, Johannes Greber, entre outos).

- As crenças do lideres da Sociedade em pseudo-ciencias, bem como os seus ataques à medicina tradicional (vacinas, transplantes, uso de derivados de sangue, etc. expondo a vida das Testemunhas de Jeová desnecessariamente ao risco.

- O perjúrio cometido na Bulgária, ao assinar um acordo com as autoridades daquele país em 1995.

- O caso de mudança de cobrança pela literatura, cujo objectivo foi tão somente fugir aos impostos, depois de Jimmy Swaggart, um pastor de outra seita, apoiado pela Torre de Vigia judicialmente, ter perdido a sua causa em justiça.

- A quebra de “neutralidade Cristã”, nos episódios envolvendo a “Declaração de Factos” e a vergonhosa carta a Hitler, bem como a aprovação de Rutherford (segundo presidente da sociedade Torre de Vigia), a compra de bónus de guerra, e o dia de oração em favor dos aliados da segunda guerra.

- O envolvimento da sociedade Torre de Vigia, por cerca de 10 anos à ONU, a que as Testemunhas de Jeová apelidam de “fera cor de escarlate”.

- O caso de sonegação de impostos em França.
- Os
frequentes casos de pedofilia, encobertos pela Torre de Vigia. etc, etc…

Quando confrontei os meus ilustres visitantes com tais factos, os mesmos limitaram-se a dizer que tudo era falso e uma invenção dos apóstatas (termo usado para quem saí da seita e que deixa de apoia-la nas suas crenças). Não me limitei apenas a dizer o que tinha descoberto, mas provei com documentação e até com algumas cópias de jornais. Uma TJ é treinada a dizer que tudo o que se possa dizer contra ela é mentira e não tenta sequer verificar a veracidade de tais argumentos. Elas agem como um robot, não questionam nada, não duvidam e são mantidas longe da realidade.

A “religião” que pensamos nos ser inofensiva é totalmente o contrário. A sociedade Torre de Vigia é uma organização multimilionária que só tem uma coisa em mente: o lucro. Os seus fiéis vivem num mundo á parte longe da realidade. São mantidos assim por conveniência dos responsáveis da seita. Os seus membros estão como que num estado vegetativo onde só realmente importa o que o mestre possa dizer, esperando que brevemente venha o paraíso…

Nada tenho contra as TJ, mas sim contra esta maneira de tratar os seus seguidores. Sei perfeitamente que muitos estão sofrendo devido a tais ensinamentos, e que algumas famílias estão destruídas devido a tais “bondosos” conselhos.

“É muito mais fácil envolver o povo numa grande mentira do que numa pequena. Se a mentira tiver proporções exageradas, nem passará pela cabeça das pessoas ser possível arquitectar tamanha falsificação da verdade.”
(Adolf Hitler)

 

 


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