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publicado por Justiceiro, em 07.12.12 às 13:41link do post | favorito


Depois da saída nas bancas da Revista “Sábado” com tema de capa “O mundo desconhecido em que são educadas as Testemunhas de Jeová”, vários foram os e-mails de desagrado e repudio enviados a quem conduziu as entrevistas e escreveu o artigo: a Jornalista Isabel Lacerda. Algumas mensagens estão carregadas de impropérios e ofensas por parte daqueles que se dizem fazer parte dos eleitos, aqueles que Jeová Deus escolheu para serem o seu povo. Muitos mostraram repulsa pelo artigo, limitando-se apenas a dizer que tudo não passa de mentiras e que o objetivo do mesmo era denegrir a imagem das (bondosas) Testemunhas de Jeová. Não irei aqui focar-me sobre algum tema específico, tentando mostrar a veracidade do que foi escrito, até porque sobre isso, tive já oportunidade de o fazer no Fórum. Irei falar sim sobre um assunto que parece ter melindrado muitas dezenas de Testemunhas. Ao que parece, muitos contestaram que o relato sobre a queima dos livros da Anita dentro de um bidon (o famoso bidon!), é apenas e tão simplesmente uma falsidade que chega a roçar o ridículo.


Ao ler esses argumentos vazios de conteúdo, lembrei-me de um livro que tenho há alguns anos e que narra precisamente uma história idêntica. O autor é bem conhecido em França por todas as Testemunhas de Jeová. Chama-se Nicolas Jacquette. Ele era uma Testemunha de Jeová jovem que testemunhou perante uma comissão parlamentar de inquérito sobre a influência das seitas nos menores. É membro da União Nacional das Associações de Defesa da família e do individuo (UNADFI) e da Coordenação Nacional das vítimas da organização das Testemunhas de Jeová (CNOVTJ). Nicolas também é o autor de um livro autobiográfico publicado pela editora “Balland”, com o título, “Nicolas, 25 ans, rescapé des Témoins de Jéhovah”. (Nicolas, 25 anos, sobrevivente das Testemunhas de Jeová).


Nicolas Jacquette viveu entre as Testemunhas de Jeová até aos 22 anos, respeitando com fé as regras da seita. Como para todas as outras milhares de crianças Testemunhas de Jeová, tudo foi planeado para que ele se torne um excelente pregador. Até o dia em que se atreve a questionar a visão de mundo que lhe é imposta… Depois de anos de doutrinação e isolamento, foi apenas 2004 que conseguiu sair das garras da seita. As revelações chocantes de Nicolas lançam luz sobre as práticas das Testemunhas de Jeová e denunciam os desvios sectários em todas as suas formas.


No capítulo 2 da sua obra com o título, “Do Tamanho de um Estrunfe” Nicolas descreve o absurdo, o caricato e até o cómico em que podem chegar as crenças jeovistas. Ele começa por dizer:


“A escola é perigosa! A palavra de ordem é: cuidado. Não se trata de ir com algum desconhecido que me possa abordar. Não! Tenho que desconfiar de toda a gente. As Testemunhas de Jeová estão em guerra fria com o resto da humanidade. A mensagem que eu aprendi nos compêndios da Watchtower era simples. As Testemunhas de Jeová são o povo de Deus, protegidas por ele. Fora do grupo, estão as pessoas do mundo, controladas por Satanás. Um mundo povoado de gente má, perigosa e carregada de vícios, com um único objetivo: desviar as caridosas Testemunhas de Jeová do caminho correto. Foi o que eu aprendi. É o que eu acredito. Já com 3 anos vejo todas as pessoas do mundo como o braço armado de Satã, uma ferramenta para me conquistar e me fazer tropeçar. (…) Toda a pessoa que não seja Testemunha de Jeová, que demonstrasse boas intenções, que fosse gentil, honesto, etc., que não apresentasse nenhum sinal de maldade, típica das pessoas do mundo, seria comparado a Satanás que «persiste constantemente a transformar-se em anjo de luz». Quando uma pessoa que não seja Testemunha de Jeová é amável comigo, fico na defensiva. Vejo os meus colegas e professores como agentes do Diabo. Tenho que ser gentil com todos para dar uma boa imagem das Testemunhas, mas não tenho o direito de fazer amizades, «más companhias estragam hábitos uteis» dizem-me constantemente. Acabo por ver Satanás em todo o lado. Por vezes estou persuadido que sinto a sua presença no meu quarto. Estou certo que Satanás ou um dos seus Demónios esconde-se debaixo da minha cama ou ande por ali. Tremendo e escondendo-me debaixo dos lençóis, apetecia-me gritar, pedir ajuda, mas posso apenas rezar a Jeová para que ele os expulse. (…)


Rumores circulam nas congregações dando lugar a verdadeiras psicoses coletivas. Um desses burburinhos deu mesmo muito que falar. Uma pequena Testemunha de Jeová terá visto um boneco Estrunfe a vaguear pelo quarto e a dançar. Não restam dúvidas, era uma manifestação demoníaca. A mãe da criança deitou no caixote do lixo todas as figuras. A minha mãe como todas as outras mães Testemunhas de Jeová, proibiram todo o contacto com os estrunfes. Proibido ver a série animada na televisão, proibido possuir um livro dos pequenos bonecos azuis e evidentemente, proibido colecionar as figuras dos mesmos. Ela procurava em todos as caixas do quarto, para se livrar o mais rapidamente possível do maligno. Era o boicote geral. Tudo isso porque o pesadelo de uma criança foi levado a sério por uma mãe ávida de psicose. Por medida de precaução, a minha proibiu-me de ter qualquer figura que seja em casa. Se os Estrunfes foram possuídos, qualquer boneco também podia sê-lo. Mais vale prevenir do que remediar.”


Depois deste relato, não vejo qual a grande diferença entre os livros infantis da Anita e os Estrunfes. O que terá levado os pais de P.T. a queimarem toda uma coleção para “livrarem a casa da presença de Satanás”? Estas duas descrições contrastam com uma animação infantil editada em DVD pela Watchtower que retrata a história de um menino chamado Pedro e o seu boneco (Sparlock). A criança é “incentivada” pela mãe a deitar fora a sua figura por esta considerar que se trata de um brinquedo mágico e que a magia advém de Satanás. Embora a criança sinta prazer em brincar com aquilo que fantasiou ser um “guerreiro mágico” a sua progenitora apressa-se em incutir-lhe que Jeová não iria gostar de ver Pedro a brincar com Sparlock. Chega ao ponto de culpabilizar o pequeno por este fazer o que é comum a todas as crianças: brincar (ver o vídeo aqui). O medo e o irracional estão em todo o lado no meio das Testemunhas de Jeová. Uma criança não pode crescer livremente sem ser fruto de uma manipulação mental constante. O pavor de desobedecer a Deus prevalece sobre tudo e todos até mesmo sobre o crescimento saudável de uma criança.


Não entendo o porquê de todas as manifestações de repúdio por parte das Testemunha de Jeová ao dizerem que tudo o que foi escrito nas páginas da revista Sábado são mentiras. A ouvi-las, nunca nenhuma Testemunha de Jeová destruiu o que quer que seja usando fogo, muito menos um bidon! Muitas foram as Testemunhas de Jeová que no Facebook da revista “Sábado” (e não só) se riram e ridicularizaram quem disse que usou um bidon para queimar livros, tentando assim descredibilizar aqueles que elas chamam de “apóstatas”. Mas nós, os apóstatas, nem costumamos mentir e até conhecemos melhor a organização (que servimos durante largas dezenas de anos) do que as próprias Testemunhas de Jeová. Porque uma imagem vale mais do que mil palavras, fica aqui um bidon saído das publicações jeovistas e o uso a dar ao mesmo!


O Que a Bíblia Realmente Ensina? pág. 102

 

Se mesmo assim não chegar para provar que tudo o que foi escrito na revista "Sábado" é simplesmente as ordens expressas de uma seita chamada "Testemunhas de Jeová", fica aqui mais uns pequenos trechos retirados dos livros saídos das gráficas da sociedade Torre de Vigia de Biblias e Tratados.


“(... )se alguém quiser escapar das garras dos demônios, deve destruir todos os seus pertences relacionados à adoração satânica! Isso inclui todos os livros, revistas, pôsteres, revistas em quadrinhos, vídeos, amuletos (itens usados para “proteger”) e matéria demoníaca baixada da Internet. (Deuteronômio 7:25, 26) Jogue fora todos os seus pertences que podem ter sido usados na adivinhação, como bolas de cristal e pranchetas Ouija. Livre-se também de músicas e vídeos que apresentam temas satânicos.”

“Despertai” 22/01/02 pag. 27


“Por destruírem seus livros de magia, aqueles novos cristãos deram um exemplo para aqueles que desejam resistir aos espíritos maus hoje em dia. Pessoas que desejam servir a Jeová precisam livrar-se de todas as coisas ligadas ao espiritismo. Isso inclui livros, revistas, filmes, pôsteres e músicas que incentivam a prática do espiritismo e fazem-no parecer atraente e emocionante. Inclui também amuletos ou outros itens usados para proteção contra o mal. —  1 Coríntios 10:21.”

“A Bíblia Ensina” pag.103 § 14 “Criaturas espirituais como nos afetam?”


Depois do artigo da “Sábado” inúmeros foram os relatos a confirmar que este era o proceder a ter a quem suspeitava possuir objetos supostamente satânicos em casa. De nada servirá as Testemunhas de Jeová tentar denegrir a nossa imagem e chamar-nos de enganadores (e outros insultos). Por muito que doa, o que foi escrito na revista é a triste realidade de quem viveu toda uma vida no seio dessa organização religiosa. Saímos tarde das garras dessa seita manipuladora e totalitária, mas ainda saímos a tempo. Sabemos que a verdade não está entre as Testemunhas de Jeová e a prova-lo estão estas frases escritas no livro “Milhões que Agora Vivem Nunca Morrerão, 1920, p. 16 editado pela Watchtower!


"O erro procura sempre a obscuridade; enquanto a verdade é sempre realçada pela luz. O erro nunca deseja ser investigado. A luz sempre procura uma perfeita e completa investigação.” 


Mais uma vez obrigado à revista “Sábado” e a Jornalista Isabel Lacerda por terem investigado e procurar saber a verdade sobre as Testemunhas de Jeová. 


Ana Cláudia a 7 de Dezembro de 2012 às 16:23
Muito Bom!

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