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publicado por Justiceiro, em 03.09.10 às 23:05link do post | favorito

       A educação duma criança deve ter como objectivo a preparação total da mesma para uma vida individual na sociedade. No entanto, entre as Testemunhas de Jeová, o que conta é o interesse de Jeová.

 

Todas as áreas da vida de uma criança são regidas pela obediência absoluta. O emocional, a família, a educação, a vida intelectual, a orientação profissional, o lazer, o namoro, nada é deixado ao critério da criança (e dos pais). A sua educação não teve como objectivo a formação de um espírito crítico, o desenvolvimento da sua personalidade, sua integração na sociedade, mas é guiada por aquilo que é "coisa desejável" sem nunca esquecer "glorificar a casa do Senhor". A criança deve ser um modelo de perfeição. Seguir à risca as instruções e dedicar-se ao proselitismo (a única maneira de alcançar a vida eterna). Nas Testemunhas de Jeová, a criança é uma ferramenta ao serviço da doutrina Jeovista. O que pode comprometer seu desenvolvimento mental, emocional e social. A fidelidade a Jeová prevalece sobre tudo. As crianças Testemunhas de Jeová crescem num clima de insegurança emocional, com a ideia de que o afecto dedicado a elas é apenas um dever ligado à obediência e de acordo com as conformidades do modelo Jeovista. Mais perverso ainda: as crianças são ensinadas que toda a autoridade está subordinada à Jeová. Seus próprios pais não têm plena autonomia e liberdade de escolha na sua educação. O amor dos pais está condicionado a obediência dos filhos. É uma chantagem emocional real. O amor não é uma recompensa que a criança tem que se esforçar por conquistar permanentemente. Fora das Testemunhas Jeová, não existe bons pais. Para a organização pessoas que não sejam crentes em Jeová, simplesmente não podem ser bons pais. Toda a criança tem direitos. Nas Testemunhas de Jeová a criança, só tem deveres: dever de obedecer aos seus pais, mas principalmente a Jeová, a quem ela deve obediência absoluta. Esta lógica, quando levada a cabo, pode ter consequências graves.

 

Para agradar a Jeová, a criança deve estar pronta a sacrificar a sua vida. Essa atitude pode levar a um verdadeiro culto do martírio. As Testemunhas de Jeová desenvolvem uma cultura baseada essencialmente na expectativa mórbida do Apocalipse. O propósito da vida é, paradoxalmente, a expectativa da morte. A religião é apenas uma componente da vida e da personalidade da criança, a religião torna-se a sua vida, sua personalidade, o único objectivo para o qual todos devem aspirar. Desde a infância, a criança tem que ser perfeita, livre de pecado, para assim fazer parte dos poucos escolhidos que terão acesso à vida eterna.

 

Em nome de uma chamada perfeição, as Testemunhas de Jeová permitem interferências de todo o género, na privacidade da criança. Cada momento deve ser dedicado a louvar a Jeová.  A criança não tem tempo livre para ela, para descansar ou para desenvolver sua imaginação, talento e qualidades.

 

As Testemunhas de Jeová possuem um sistema judicial interno. Comissões formadas por anciãos, fazendo "justiça” com as regras da organização. Essas comissões têm o poder sobre o destino dos seguidores, impondo penas que podem ir até a exclusão. Em muitos casos, estas comissões são para substituir o sistema judicial civil. Este facto pode ser seriamente prejudicial para as crianças, especialmente em casos de maus tratos ou abuso sexual. Muitos depoimentos atestam o facto de que as vítimas jovens que se atreveram a falar de seu calvário, sofreram pressões. A ameaça de exclusão é usada para silenciar a vítima. Além das vítimas sofrerem pressões, a sua palavra não vale nada. Sua condição de vítima é posta em causa. As instruções são para tratar dos problemas internamente. Quantos casos de agressões, actos de abuso e pedofilia foram encobertos pelos responsáveis das Testemunhas de Jeová?

 

Desde a mais tenra idade, as crianças são levadas para o salão do Reino (lugar de culto) à noite para acompanhar os estudos bíblicos. Toda a sua atenção deverá centrar-se no estudo. Por exemplo, uma vez que são demasiado novos para entender perfeitamente o que se diz do alto da tribuna, a criança deve apontar com um lápis, o número de vezes que foi proferido o nome Jeová. Várias vezes por semana, o regresso a casa é feito por volta das 22:30 (ou mais tarde), uma hora bem tardia para uma criança. Elas também devem participar na pregação (porta a porta). Sujeitos a todas estas obrigações, quanto tempo livre resta à criança para descansar, fazer os trabalhos de casa, ou até mesmo brincar? O tempo de sono é suficientemente reparador?

 

A maneira como as Testemunhas de Jeová consideram a educação, é bem ilustrativo de como o desenvolvimento intelectual da criança está longe de ser uma prioridade. As Testemunhas de Jeová parecem incentivar a instrução, mas este é um discurso de fachada. Os estudos superiores são muitas vezes desaconselhados por ocuparem demasiado tempo, tempo esse que serviria para adorar a Jeová (veja aqui). Os jovens são incentivados desde cedo a tornarem-se "pioneiros" (pregadores) e a dedicarem-se a tempo inteiro ao proselitismo.

 

Os ensinamentos dados nas salas de aula, são sistematicamente denegridos, por estes irem contra as doutrinas do Senhor Jeová. A seita tem receio que os seus adeptos desenvolvam um pensamento crítico, quando contactam com teorias contraditórias. As crianças não participam nas actividades cívicas, como a eleição do presidente de turma. Ao invés disso, são incentivados a fazer proselitismo na escola sob o disfarce de um debate intelectual. Sempre que possível, a criança deve defender as posições de Jeová.

 

 A criança está constantemente em conflito com a sociedade em que vive. Ela é construída pela oposição sistemática aos valores da sociedade, operando numa constante batalha contra a lógica do mundo "governado por Satanás." Quando se entra em contacto com o mundo, o seu objectivo deve ser só para divulgar as ideias de Jeová. As relações fora da seita são instrumentalizadas para trazer e converter novos seguidores. A criança não pode misturar-se com os outros, ou participar em actividades, eventos (aniversários, Natal, etc) ou frequentar outras pessoas fora da seita sem se culpabilizar. Essa culpa permanente impede o acesso à noção de prazer, essencial ao processo de aprendizagem. Estas limitações num único sistema de pensamento tem inevitavelmente implicações para o equilíbrio da criança. Em vez de se abrir para o mundo, ela pode desenvolver comportamentos como fobia mórbida, depressão, apatia, mentindo para o exterior, com medo de falar.

 

Este é o verdadeiro mundo escondido, das “inofensivas” Testemunhas de Jeová…

 

Par entender melhor este mundo (e as suas consequências) à parte das Testemunhas de Jeová, traduzi uma reportagem de investigação difundida pela RTBF. Não deixem de visualizar os vídeos, pois os mesmos demonstram na integra o que muito pouca gente sabe sobre estas pessoas... 


Susana Magalhães a 9 de Setembro de 2010 às 12:59
Muito bom este post! E melhor ainda a tradução dos vídeos. Respeito as outras culturas e crenças. mas coisas destas não deviam acontecer. Como deixam que crianças sejam abusadas e ainda põe a culpa nelas? Que pouca vergonha!

Justiceiro a 9 de Setembro de 2010 às 14:50
Obrigado pela visita e pelo seu comentário!

Tudo isto apenas acontece, porque os responsáveis locais das Testemunhas de Jeová (os chamados anciãos ou pastores), são orientados a ocultar crimes por parte dos seus fiéis, tudo para “não manchar o bom nome da congregação”.

No livro “Prestai Atenção a Vós Mesmos e a Todo o Rebanho” (1991), p. 137-8 (uma espécie de manual secreto e desconhecido da grande parte das Testemunhas de Jeová e apenas para uso dos anciãos) pode ler-se:
Se os anciãos souberem que um membro da congregação envolveu-se em actividade ilegal ou em algum crime sério, eles talvez não sejam legalmente obrigados a dar parte do infrator ou do delito às autoridades seculares.
Embora não seja responsabilidade do cristão fazer cumprir as leis de César, contudo, a própria natureza de alguns crimes exige que eles sejam relatados às autoridades seculares.
Pode ser necessário incentivar o transgressor a entregar-se às autoridades seculares. Antes de tomar qualquer passo neste sentido, contacte a Sociedade. Naturalmente, devem-se recapitular as últimas informações da Sociedade em tais assuntos antes de adotar um procedimento.

A Sentinela 1995 1/11 p. 28 e 29 também dá a seguinte orientação:
O que os anciãos podem fazer?
E se a pessoa decidir fazer uma acusação formal? Nesse caso, os dois anciãos poderão lembrar-lhe que, em harmonia com o princípio em Mateus 18:15, ela deverá conversar pessoalmente com o acusado sobre o assunto. Se não estiver em condições emocionais de confrontar o acusado, poderá telefonar-lhe ou enviar-lhe uma carta. Assim ele tem a oportunidade de defender-se da acusação, perante Jeová. E pode até apresentar evidências de que é impossível que tenha cometido o abuso de que é acusado. Ou talvez confesse o erro e possa haver uma reconciliação, o que seria muito positivo! Se ele confessar a culpa, os dois anciãos poderão tratar do assunto em conformidade com os princípios bíblicos.
Se o acusado negar a culpa, os anciãos deverão explicar a quem fez a acusação que nada mais poderá ser feito em termos judicativos. E a congregação continuará a considerar o acusado como inocente. A Bíblia diz que é preciso haver duas ou três testemunhas para que alguma ação judicativa seja tomada. (2 Coríntios 13:1; 1 Timóteo 5:19) Mesmo que mais de uma pessoa se “lembre” de ter sido abusada sexualmente pelo mesmo indivíduo, a natureza dessas lembranças, se não há outras evidências, é incerta demais para servir de base para decisões judicativas. Isso não significa que essas “recordações” sejam encaradas como falsas (ou como verdadeiras). Simplesmente os princípios bíblicos precisam ser acatados ao se resolver um assunto judicativamente.
É com estas leis internas que funciona o mundo das Testemunhas de Jeová.
E se o acusado — embora negue a transgressão — for realmente culpado? Será que ele vai “se livrar dessa”? De jeito nenhum! A questão de ele ser ou não culpado pode ficar, com toda a segurança, nas mãos de Jeová. “Os pecados de alguns homens manifestam-se publicamente, conduzindo diretamente ao julgamento, mas, quanto a outros homens, os pecados deles também se tornam manifestos mais tarde.” (1 Timóteo 5:24; Romanos 12:19; 14:12) O livro de Provérbios diz: “A expectativa dos justos é alegria, mas a própria esperança dos iníquos perecerá.” “Quando morre um homem iníquo, perece a sua esperança.” (Provérbios 10:28; 11:7) Em última análise, Jeová Deus e Cristo Jesus proferirão com justiça a sentença eterna. — 1 Coríntios 4:5

Gosto particularmente da parte onde refere que é preciso ter 2 ou três testemunhas para avançar com uma acção judicativa… Primeiro basta ao violador negar, ou no pior dos casos, dizer que está arrependido, para que a ocorrência seja simplesmente arquivada. Depois chega a parte caricata de tudo isto: quem é o violador que abusa das suas vitimas em frente a 2 ou 3 pessoas!? Tudo está pensado para que não haja lugar a muito alarido. Nas Testemunhas de Jeová quem sai sempre prejudicado, são as vitimas. Sempre.
Tenho dito.


Desbrida a 10 de Setembro de 2010 às 10:22
sem dúvida é uma religião onde reina o bom senso e justiça....(atenção estou a ser muito irónica) na semana passada até lembrei-me do que costumas escrever aqui sobre os TJ, porque foram a casa da minha mãe que ficou fula e respondeu com "sou católica e respeito as outras religiões mas não vou bater-vos à vossa porta, mas se quiserem também digo-vos o significado de ser católica durante horas e tenho a certeza que também não estão interessados em saber e não vão mudar de religião...". Desatei-me a rir quando ela contou-me que tinham ido lá, porque felizmente nunca tinha acontecido isso antes e nem sabia que andavam nessa zona

A minha mãe é que não achou piada nenhuma e considerou uma falta de respeito porque a partir do momento que disse que era católica deviam ter ido embora em vez de insistir, tenho pena de não ter estado lá é que a minha mãe fula é do melhor!! E ela nem sabia ao certo em que os TJ acreditam só associava essa religião ao "sangue" quando lhe disse...uiiiiiii ficou ainda mais passada!!

Justiceiro a 14 de Setembro de 2010 às 00:12
As Testemunhas de Jeová têem a verdade (!) e como tal, temos a obrigação das ouvir! Mas quando alguém de qualquer outra religião tenta falar com elas sobre as suas crenças, elas mostram-se surdas. Uma falta de respeito. Porque haveríamos nós de as ouvir e elas não? É o que dá estarem convencidíssimas que são as únicas possuidoras da "verdade" (se é que ela realmente existe)...
Para a próxima diz que és Satânica e que adoras o diabo, vais elas a fugir a sete pés e nunca mais te incomodam!
Beijinhos e boa semana.
Tenho dito.

Susana Magalhães a 10 de Setembro de 2010 às 10:52
As TJ são uma ceita, onde tudo está preparado para não falhar. E mesmo quando falha existem regras para que não sejam reportados os crimes. Conheço quem é TJ, mas ainda não veio pregar para a minha freguesia e ainda bem!

Justiceiro a 14 de Setembro de 2010 às 00:02
Não perdes nada se não as ouvires...
Uma seita perigosa e que gosta de manipular os seus súbditos .
Boa semana.
Tenho dito.

Dulcineia Mancha dos Santos a 22 de Outubro de 2010 às 01:02
Amigo, soube do seu blog aqui do Brasil, pelo site das ex testemunhas de Jeová Agradeço muito a sua generosidade em traduzir tantas palavras, do francês para o nosso português.
Incrível, a matéria sobre o livro "Criada no Inferno", vou ver se acho para comprar este livro. Aqui no Brasil, se não tiver, algumas livrarias trazem daí para cá. Agradeço mais uma vez. Dulcineia Mancha

Justiceiro a 25 de Outubro de 2010 às 19:59
Olá... Obrigado pela visita.
De facto acredito que este documentário servirá de ajuda para algumas pessoas (Testemunhas de Jeová inclusive) conhecerem melhor essa seita que diz viver num "mundo perfeito", mas que revela totalmente o oposto.
Quanto ao livro que refere , ele é muito bom, e por vezes um pouco forte de ler. Têm partes que revelam requintes de autentica malvadez . Embora a autora de tais atrocidades fosse Testemunha de Jeová e levasse os mandamentos da seita ao extremo, tais práticas não reflectem a grande maioria TJ . Um livro a não perder!
Volte sempre...

anonimo a 10 de Setembro de 2012 às 00:22
E eu a pensar que o islão era uma religião "ma", para o que tenho lido sobre religiões , acho que esta ....
bem não há explicação pois eu já conhecia algumas coisas como as crianças não celebrarem o natal ou o aniversários , tive um colega testemunho de Jeová na escola, e ele sempre que havia bolo tinha que sair da sala para nos cantar-mos os parabéns , acho uma barbaridade, agora que crianças são violadas e ainda dizem que elas são as culpadas por favor... depois outra coisa também sabia que não podiam levar transfusões de sangue outra estupidez pois eles antes preferem deixar um familiar morrer do que levar um transfusão . em relação ás crianças em Portugal isso não acontece pois os hospitais são obrigados a transmitir a protecção de menores e aos tribunais e os tribunais normalmente dão ordem para se fazer as transfusões . 
outra coisa que eu não gosto desta religião é virem tocar a porta e impingirem folhetos e circulares e papeis e sei la mais o que para ler-mos e ainda são capazes de estar a recitar algumas coisas acho isso intoleravel, pois se eu tenho a minha religião e não ando de porta a porta não sei pk e que estes andam, e para o que li ate agora sobre as varias religiões , ainda li muito poucas esta e a unica que faz propaganda de porta a porta

Ana Claudia a 10 de Setembro de 2012 às 11:48
Bom dia. O que me preocupa de uma forma especial em relação ás crianças é a construção da personalidade, porque existem enormes problemas. Falo por experiência própria, depois de sair das TJs durante anos persegui a perfeição de forma inconsciente. Parece coisa pouca mas pensem em viver permanentemente com uma vozinha a dizer-vos:"não és suficientemente boa!".... Entre muitas outras coisas... Mas nós é que somos maus e apostatas e tal....

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