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publicado por Justiceiro, em 30.12.12 às 19:17link do post | favorito


Este estabelecimento comercial deseja a todos os seus clientes, leitores e principalmente aos funcionários (não remunerados) do seu principal fornecedor (a sociedade Torre de Vigia!), um excelente ano 2013 repleto de sucesso, saúde e dinheiro no bolso (já que actualmente é um perigo ter o dinheiro depositado nos cofres de um qualquer banco!). Queria dirigir-me especialmente ao meu fornecedor, agradecendo-lhe por este ano rico em casos caricatos, onde podemos assistir a revelações surpreendentes, e contemplamos o mesmo a enterrar-se cada vez mais… Pelas informações que possuo, este ano será outro ano espetacular para as Testemunhas de Jeová (pelo menos cá em Portugal). "O Talho e a Cidade", assim como outras instituições, levarão a cabo uma grande campanha de esclarecimento sobre esta que se diz ser a única religião verdadeira. Neste mundo cada vez mais conturbado, onde só as melhores empresas sobrevivem, há que usar as armas ao nosso dispor. Durante anos, a sociedade Torre de Vigia tratou de fazer propaganda a estabelecimentos como este, agora é a nossa vez de retribuir esse amoroso gesto. Temos que ser uns para os outros… Quem é amigo? Publicidade em tempo de crise de borla e tudo… não é para qualquer um! É só aguardar e estar atento…


Bom ano 2013 a todos! 


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publicado por Justiceiro, em 11.12.12 às 11:32link do post | favorito

Texto integral do artigo "O mundo desconhecido em que são educadas as Testemunhas de Jeová" da revista "Sábado" edição nº 447 de 22 de Novembro de 2012.


 

 

por Isabel Lacerda 

 

Mais de 600 pessoas juntaram-se para denunciar a sua antiga religião. Oito delas contam à Sábado como, durante anos, as suas vidas foram dominadas pelo medo de pecar. E pecar podia ser, simplesmente, soprar uma vela.

 

“Lembro-me de ser miúdo, olhas para um estádio de futebol cheio e pensar angustiado que aquelas pessoas iam ser todas destruídas porque se calhar nenhuma era Testemunha de Jeová”, lembra Vítor Máximo.

“As Testemunhas de Jeová acreditam que o mundo de Satanás vai acabar e que só elas sobreviverão ao Armadegão, passando com vida para o Paraíso”, explica M. M., ex-ancião (um dos mais altos cargos na hierarquia da organização), que pede anonimato com receio de represálias para a família, que continua na religião. 

Todos os crentes são habituados a esperar pelo fim do mundo desde crianças. A essa permanente angústia, os miúdos juntaram as várias coisas que estão impedidos de fazer na escola e o pavor de ofender Jeová. Entre as proibições (como aos adultos), estão a celebração de aniversário, Carnaval, Páscoa, Natal, fim de ano e todas as outras datas de origem pagã que a religião despreza porque, conforme explica Pedro Candeias, um dos representantes da organização em Portugal, não são mencionadas nas Escrituras. 

P.T. lembra-se de andar na escola primária e fingir que cantava os parabéns aos colegas, mexendo os lábios e esquivando-se a bater palmas. Mesmo assim, só por estar presente, temia “ser destruída”. César Rodrigues fazia o mesmo e, para evitar perguntas sobre a sua festa e presentes, não dizia quando aniversariava. 

 
 

Ambos contam como agora, respectivamente, celebram todos os aniversários com o maior entusiasmo: “Faço questão de ter sempre um grande bolo. São 30 anos? Sopro 30 velas!”, diz P.T. César festeja com igual euforia, mas ainda hoje não consegue cantar os parabéns. “E como se estivesse a fazer algo de mal. Sei que não estou, mas não consigo evitar este sentimento de culpa. Nunca cantei os parabéns na vida.” 

O maior terror das crianças Testemunhas de Jeová é o Natal, antecedido de atividades como pinturas, composições, festas ou teatros. Não podem participar em nada. 

“Lembro-me como se fosse hoje dos meninos todos em grupos a fazer enfeites para colar nas janelas da sala de aula e eu sozinha de lado, a fazer outra coisa qualquer”, conta P.T. 

Por se considerarem politicamente neutras, as Testemunhas de Jeová não votam em partidos políticos — nos países em que ir às urnas é obrigatório, são incentivados a vota nulo ou em branco. Também não saúdam a bandeira nem canto o hino. “Lembro-me bem: no 3º ano, todos de pé a aprender o hino, e eu supernervosa, só a mexer a boca”, recorda P.T. A organização não encontra motivos para o embarco infantil: “Sendo esses valores baseados na Bíblia, que razões teriam para sentir vergonha?”, questiona Pedro Candeias. 

Artes marciais, que se considera ensinarem a violência, são interditas. E, com base numa passagem bíblica interpretada como Deus não gostando que os homens concorram entre si, a prática de desportos de competição também é desencorajada. É das coisas que César Rodrigues mais lamenta: “Era sempre escolhido para a seleção de futebol da escola, mas era impensável treinar num clube”, conta este co-fundador do fórum Testemunhas de Jeová.

Já com mais de 600 usuários, o fórum surgiu para denunciar todas essas situações e apoiar antigos membros. Em Portugal, onde há 52 mil Testemunhas de Jeová, é o primeiro, mas noutros países da Europa, no Brasil e nos Estados Unidos, o fórum existe há vários anos. 

Também há livros e documentários reveladores do funcionamento da religião. É o que este grupo que recentemente se organizou pretende em Portugal: “Queremos que as pessoas percebam que as Testemunhas de Jeová não são tão inofensivas como parecer as senhoras que distribuem revistas na rua”, explica um dos fundadores do fórum. 

Todos os conteúdos místicos e esotéricos são considerados um perigo para a espiritualidade. Livros como “O Senhor dos Anéis” ou “Harry Potter” não são para abrir. 

Quando a família de P.T. entrou para a religião, os anciões foram livrar-lhes a casa da presença de Satanás. Entre o vestido da noiva que a mãe usara no casamento católico, todas as fotografias desse dia e qualquer outra em que aparecesse um crucifixo (para os fiéis a Jeová, Cristo morreu numa estaca), nada escapou: foi tudo queimado num bidão de metal, até a sua coleção de livros da Anita. “Daí para a frente, só lia a Bíblia e as revistas da religião.” 

 
 

As Testemunhas de Jeová acreditam que “A Sentinela",  "Despertai!" e todas as publicações da organização transmitem a palavra de Deus com a mesma validade que a Bíblia. “Quando mais cedo começarem o estudo, melhor para já irem ensinadas para a escola. Há grávidas que leem o “Meu Livro de Históricas Bíblicas” m voz alta para os bebês que têm na barriga”, revela R.M., outra desistente. 

Vítor Máximo, crente durante mais de 35 anos, recorda-se das tardes de quarta-feira passadas a ler as revistas; P.T. estudava-as com o pai aos sábados à tarde, depois da pregação. 

A pregação porta a porta é uma atividade fundamental e incontornável para qualquer Testemunha de Jeová, pois é a única maneira de levar a “Verdade” a mais pessoas, poupando-as no dia do Juízo Final. 

Acreditando nisso, aos 12 anos G.C. desatou a estudar a Bíblia fervorosamente. A mãe convertera-se e ele também. Acatou os fortes incentivos da organização para se distanciar das pessoas do Mundo (as que não são Testemunhas) e afastou-se de todos os amigos. De um momento para o outro, recorda hoje, deixou de brincas na rua e passou a vestir fato e gravata para ir às reuniões e a andar de pasta na mão para bater às portas. 

Em menos de um ano estava a entrar, de fato de banho e t-shirt branca, na piscina de Algés, em Lisboa. Com uma mão em cima da outra e as duas a tapar o nariz, submergiu totalmente, deitando-se para trás dentro da água. Quando veio acima estava batizado — acabara de se tornar ministro do reino de Jeová. “É uma dedicação incondicional para toda a vida: ser um escravo de Jeová e tudo fazer em favor Dele”, lembra mais de 30 anos depois desse momento. 

No verão seguinte, dedicou-se em exclusivo à pregação. “Eu levava as coisas muito a sério porque estávamos perto do fim do mundo. Pensava: ‘É preciso sacrifícios, vamos fazê-los”’, conta G.C., que foi ancião durante quase 20 anos. 

Desde que a religião foi fundada, em 1879, as Testemunhas já esperaram que o mundo acabasse em vários anos. Sempre que as datas passaram sem que alguma coisa acontecesse, o Corpo Governante (entidade atualmente composta por oito homens, que é o núcleo administrativo da religião nos Estados Unidos) emitiu um novo “entendimento”, inquestionável. “Estão sempre a repetir que a dúvida é um dos laços do Diabo”, explica R.M. Invariavelmente, mas sempre a posteriori, a cúpula da organização nega ter feito qualquer previsão concreta e, apesar de os textos das revistas oficiais da religião terem sempre mencionado os sucessivos anos em que o mundo acabaria, diz-se que a expectativa decorreu da má interpretação dos fiéis. A última data mundialmente difundida para o Armagedão, com muitas famílias a vender tudo que tinha para se dedicarem em exclusivo à pregação e garantirem a passagem para o novo mundo, foi 1975. Depois nunca mais se referiu um ano específico.

 

Com o mundo a poder acabar a qualquer altura, as Testemunhas de Jeová vivem ao mesmo tempo na expectativa do recomeço de uma nova vida e apavoradas com esse momento. Porque, mesmo para o povo eleito, o acontecimento implicará grande sofrimento. 

Uma revista "Despertai!", de 2005, avisa: “O arsenal de Deus inclui neve, saraiva, terremotos, doenças infecciosas, aguaceiro inundante, chuva de fogo e enxofre, confusão mortíferas, relâmpagos e um flagelo que causará o apodrecimento de partes do corpo.” 

Além disso, o Paraíso só está ao alcance de quem não tiver “culpa de sangue”, ou seja, quem não estiver a falhar nos preceitos da religião. 

“Eu perdi a minha vida! Não fazia nada com medo de ofender Jeová e ser destruída”, afirma P.T. 

Vítor Máximo conta que desde criança, e mesmo em adulto, acordou várias vezes a meio da noite “a chorar, com pesadelos com o Armagedão”. 

A grande prioridade das Testemunhas de Jeová é estudar e divulgar os mandamentos de Deus da maneira a salvar o maior número de pessoas possível. Por isso, são altamente desincentivadas a investir em atividades que, para a organização, apenas servem para roubar tempo ao testemunho porta a porta e de nada valem perante o fim de tudo. Quem vai para a faculdade mostra que está fraco na fé e passa a ser olhado com desconfiança. 

Quando Vítor Jacinto decidiu licenciar-se em Engenharia Química, passou a receber visitas de anciãos e superintendentes de circuito (que supervisionam várias congregações) quase semanalmente. A sua biblioteca fazia-lhes particular confusão. “Diziam que aqueles livros continham ensinamentos não cristãos e queriam que me desfizesse deles. Foi aí que começou a minha grande guerra contra eles.” Os livros ficaram, o curso foi acabado, deixou de ir à reuniões. 

Investir na carreira é encarada como outra afronta a Jeová. “Das coisas que me faziam mais impressão era ver pessoas subir à tribuna e contar, cheias de orgulho, que tinham recusado um promoção para não prejudicar a sua vida espiritual”. Revela R.M. 

Outro exemplo de dedicação à religião incutido nas reuniões e nas revistas é o desincentivo que a organização faz a que se tenha filhos: por um lado, são grandes consumidores de tempo, por outro, não é aconselhável pôr crianças num mundo que vai acabar. Para G.C., isso ficou claro no dia do casamento. Depois de uma adolescência em que não podia beijar nenhuma rapariga, nem mesmo como cumprimento, no rosto, e de um namoro com alguém da mesma congregação, sempre na presença dos pais e sem um único beijo na boca, casou-se num Salão do Reino. “O ancião que fez o discurso disse que de forma nenhuma deveríamos ter filhos, porque estamos no tempo do fim e era uma atitude pouco sábia, pouco espiritual.” 

Só contrariou a instrução mais de 10 anos depois, quando a mulher começou a ficar clinicamente deprimida com receio de já não conseguir engravidar por causa da idade. “Os casais que decidem ter filhos são criticados pelos outros que optam por não ter em virtude das orientações da organização”, revela M.M., outro ex-ancião. “Conheço casais que não têm filho e que agora já não podem e outros que continuam na expectativa de vir o fim para depois poderem ter um filho. É horrível”, afirma G.C. 

Este antigo ancião deixou o cargo e as reuniões há cinco anos. Tecnicamente, está inativo, situação de que não entrega há seis meses relatórios com o número de publicações que distribuiu e de horas que pregou. O seu mal-estar com a religião começou quando, numa formação para cerca de 200 anciões, lhes foi ordenado que escrevessem na página do manual sobre o abuso sexual de menores: “Sempre que surja um caso de pedofilia, contatem de imediato a filial [a sede, em Alcabideche, Cascais]. “ Perguntou: “Mas a pedofilia é crime, não deveria denunciar-se à polícia?” Responderam-lhe peremptoriamente: “Nós não denunciamos os nossos irmãos. As ordens são estas, escreva isso aí.” 

No manual dos anciões a que a Sábado teve acesso está impresso: “Se o acusador ou o acusado não estiverem dispostos a reunir-se com os anciãos, ou se o acusado continuar a negar a acusação de uma única testemunha e a transgressão não tiver sido comprovada, os anciãos devem deixar o caso nas mãos de Jeová”. 

 

Esta política de não divulgação valeu recentemente às Testemunhas de Jeová a condenação à maior indenização alguma vez já paga nos Estados Unidos a uma vítima de pedofilia: 22 milhões de euros. O tribunal considerou provado que a estrutura da organização tinha sabido e abafado o caso.

 


Esta é das mais desconfortáveis questões no interior da Religião. Outra é a da desassociação, ou expulsão — o pior que pode acontecer a uma Testemunha e aos seus familiares, O contato com desassociados é simplesmente proibido, mesmo que seja da família.

De possuída pelo demônio, a prostituta, P.T., com cerca de 40 anos, ouviu os piores insultos da boca dos pais quando foi desassociada, em 2006. Proibiram-na de voltar lá a casa. “Fiquei desnorteada, pensava que ser destruída, perdi a minha família e todos os meus amigos, que nem sequer me cumprimentavam. Como todas as pessoas que são desassociadas, fiquei sem ninguém.” 

“Jeová nos observará para ver se acatamos, ou não, seu mandamento de não ter contato com nenhum desassociado”, lê-se na revista “A Sentinela”, de abril deste ano. 

“Um simples ‘oi’ dito a alguém pode ser o primeiro passo para uma conversa ou mesmo para amizade. Queremos dar esse primeiro passo com alguém desassociado?”, questionava a mesma publicação já em 1981 (as Testemunhas de Jeová guardam todas as revistas que consultam). “Toem sua posição contra o Diabo (...). Não procure desculpas para se associar com um membro da família desassociada, como, por exemplo, trocando e-mails”, diz “A Sentinela” de janeiro de 2013 já disponível no site da organização. 

O ostracismo a que os desassociados são votados pode originar problemas extremos. Dos oito antigos fiéis que a Sábado entrevistou (dois dos quais ex-anciãos), quatro tiveram de procurar ajuda médica para depressões e estado de ansiedade grave — alguns fizeram terapia, todos foram medicados. Dois pensaram no suicídio. 

Vítor Máximo julgou que os pais se reaproximassem quando lhes comunicasse o seu segundo casamento. Afinal, deixaria de ser um “fornicador”, um dos maiores pecados para a religião. Mas, como a mulher era uma mundana e ele um apóstata (abandonou a religião há cinco anos), os pais nem foram à cerimônia. 

“Nesse dia, quando cheguei a casa, em vez de estar a relembrar os bons momentos da festa, sentei-me na beira da cama e desatei a chorar”, lembra. 

Embora o expulsem, insiste em aparecer de vez em quando na casa deles, nos arredores do Porto, mas na última vez que falou com o pai ele chamou-lhe adorador do Diabo e ameaçou ligar para a polícia caso voltasse. Durante muitos meses, a conversa ao jantar com a mulher terminava invariavelmente em lágrimas. Teve de ir ao psiquiatra e só superou a depressão com a ajuda de medicamentos. 

Quem privar com um desassociado arrisca-se a ser expulso. Isso é ficar sem nenhuma rede social (família e amigos), porque as Testemunhas de Jeová não criam laços com pessoas do Mundo. Por medo do que pode acontecer aos familiares, algumas pessoas falaram para este artigo sob anonimato; outras não revelaram a identidade porque estão afastadas, mas não se querem dissociar (voluntariamente) nem ser desassociadas, sabendo que nesse momento terão de cortar relações com os que lhes são mais próximos. 

 
 

César Rodrigues, 38 anos, foi Testemunha de Jeová desde que nasceu e as suas dúvidas só surgiram há quatro anos, quando fez uma coisa que a organização desaconselha insistentemente: meteu-se num fórum de dissidentes brasileiros na internet. “Para mim, aquilo era tudo mentira. Pensei: ‘Vou mostrar-lhes o que é uma verdadeira Testemunha de Jeová’”. Mas foi ele que acabou convencido. Uma das coisas que mais o chocaram foi perceber as incongruência na proibição de transfusões de sangue, que já provocou a morte a um número incalculável de crentes. 

“As Testemunhas acreditam que a transfusão de sangue lhes é proibida por passagens bíblicas como estas: “Somente a carne com a sua alma — seu sangue — não deveis comer”, explica o representante da organização, Pedro Candeias. Plasma, plaquetas, glóbulos brancos e vermelhos também são rejeitados. Mas o recurso a fracções desses componentes é permitido. “É extremamente incoerente condenar o uso de determinadas fracções e permitir o de outras e não existe base bíblica nem científica para tal distinção. Por exemplo, se se pode aceitar hemoglobina, que é 97% de um glóbulo vermelho, por que não se pode aceitar glóbulos vermelhos? “É como se eu dissesse que você pode comer uma uva sem pele, mas com pele não pode”, afirma M.M., que foi ancião durante mais de uma década.

Quando César começou a fazer perguntas aos amigos (“Sabias que era assim?”), foi denunciado. Fizeram-lhe quatro comissões judicativas (tribunais eclesiásticos). Já sem acreditar em nada do que tomara por certo durante anos, negou todas as acusações de falta de fé. Recusa-se a ter de deixar de falar com os pais. Quando conheceu uma antiga Testemunha de Jeová, perguntou: “É possível ter amigos do Mundo?” Descobriu que sim. Deixou de aparecer nas reuniões. 

R.M. demorou a fazê-lo, mesmo depois de, no ano passado, ter lido o proibidíssimo livro “Crise de Consciência, de um antigo membro do Corpo Governante, e de perceber que “toda a vida tinha vido enganada”. “Sinto que é mesmo uma lavagem cerebral, da qual é muito difícil libertamo-nos”, explica. Só conseguiu afastar-se quando descobriu o fórum Testemunha de Jeová. Diz que só passar à frente de um Salão do Reino a deixa “agoniada”. Mas não está preparada para deixar de falar com a família. 

Para M.B., o momento está para breve. Aos 18 anos, aproveitou o fato de sair de casa e mudar de cidade para confessar aos anciãos que fumava, o que é proibido. Já sabia o que o esperava: uma semana depois lhe comunicaram a expulsão. De regresso a Lisboa, foi assaltado e ficou sem dinheiro nenhum. Ninguém da família lhe atendeu o telefone nem respondeu às mensagens — nem nessa altura nem em todo o ano que se seguiu. “Sentia-me perdido, culpado, abandonado. Passava noites inteiras sem dormir.” 

Desenvolveu um transtorno de ansiedade incapacitante. A família continuava a não lhe atender o telefone. Pensou no suicídio. “Mas depois ahcei que ninguém iria ao meu funeral”. 

Um dia em que insistiu mais uma vez, inesperadamente, a mãe atendeu. Como o motivo era doença, os anciões, aos quais ela pediu autorização, permitiram que o recebesse em casa. Mas agora que está mais estável, M.B. sabe que vai ter de voltar a sair. E que vai ter de se despedir para sempre.

 


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publicado por Justiceiro, em 07.12.12 às 13:41link do post | favorito


Depois da saída nas bancas da Revista “Sábado” com tema de capa “O mundo desconhecido em que são educadas as Testemunhas de Jeová”, vários foram os e-mails de desagrado e repudio enviados a quem conduziu as entrevistas e escreveu o artigo: a Jornalista Isabel Lacerda. Algumas mensagens estão carregadas de impropérios e ofensas por parte daqueles que se dizem fazer parte dos eleitos, aqueles que Jeová Deus escolheu para serem o seu povo. Muitos mostraram repulsa pelo artigo, limitando-se apenas a dizer que tudo não passa de mentiras e que o objetivo do mesmo era denegrir a imagem das (bondosas) Testemunhas de Jeová. Não irei aqui focar-me sobre algum tema específico, tentando mostrar a veracidade do que foi escrito, até porque sobre isso, tive já oportunidade de o fazer no Fórum. Irei falar sim sobre um assunto que parece ter melindrado muitas dezenas de Testemunhas. Ao que parece, muitos contestaram que o relato sobre a queima dos livros da Anita dentro de um bidon (o famoso bidon!), é apenas e tão simplesmente uma falsidade que chega a roçar o ridículo.


Ao ler esses argumentos vazios de conteúdo, lembrei-me de um livro que tenho há alguns anos e que narra precisamente uma história idêntica. O autor é bem conhecido em França por todas as Testemunhas de Jeová. Chama-se Nicolas Jacquette. Ele era uma Testemunha de Jeová jovem que testemunhou perante uma comissão parlamentar de inquérito sobre a influência das seitas nos menores. É membro da União Nacional das Associações de Defesa da família e do individuo (UNADFI) e da Coordenação Nacional das vítimas da organização das Testemunhas de Jeová (CNOVTJ). Nicolas também é o autor de um livro autobiográfico publicado pela editora “Balland”, com o título, “Nicolas, 25 ans, rescapé des Témoins de Jéhovah”. (Nicolas, 25 anos, sobrevivente das Testemunhas de Jeová).


Nicolas Jacquette viveu entre as Testemunhas de Jeová até aos 22 anos, respeitando com fé as regras da seita. Como para todas as outras milhares de crianças Testemunhas de Jeová, tudo foi planeado para que ele se torne um excelente pregador. Até o dia em que se atreve a questionar a visão de mundo que lhe é imposta… Depois de anos de doutrinação e isolamento, foi apenas 2004 que conseguiu sair das garras da seita. As revelações chocantes de Nicolas lançam luz sobre as práticas das Testemunhas de Jeová e denunciam os desvios sectários em todas as suas formas.


No capítulo 2 da sua obra com o título, “Do Tamanho de um Estrunfe” Nicolas descreve o absurdo, o caricato e até o cómico em que podem chegar as crenças jeovistas. Ele começa por dizer:


“A escola é perigosa! A palavra de ordem é: cuidado. Não se trata de ir com algum desconhecido que me possa abordar. Não! Tenho que desconfiar de toda a gente. As Testemunhas de Jeová estão em guerra fria com o resto da humanidade. A mensagem que eu aprendi nos compêndios da Watchtower era simples. As Testemunhas de Jeová são o povo de Deus, protegidas por ele. Fora do grupo, estão as pessoas do mundo, controladas por Satanás. Um mundo povoado de gente má, perigosa e carregada de vícios, com um único objetivo: desviar as caridosas Testemunhas de Jeová do caminho correto. Foi o que eu aprendi. É o que eu acredito. Já com 3 anos vejo todas as pessoas do mundo como o braço armado de Satã, uma ferramenta para me conquistar e me fazer tropeçar. (…) Toda a pessoa que não seja Testemunha de Jeová, que demonstrasse boas intenções, que fosse gentil, honesto, etc., que não apresentasse nenhum sinal de maldade, típica das pessoas do mundo, seria comparado a Satanás que «persiste constantemente a transformar-se em anjo de luz». Quando uma pessoa que não seja Testemunha de Jeová é amável comigo, fico na defensiva. Vejo os meus colegas e professores como agentes do Diabo. Tenho que ser gentil com todos para dar uma boa imagem das Testemunhas, mas não tenho o direito de fazer amizades, «más companhias estragam hábitos uteis» dizem-me constantemente. Acabo por ver Satanás em todo o lado. Por vezes estou persuadido que sinto a sua presença no meu quarto. Estou certo que Satanás ou um dos seus Demónios esconde-se debaixo da minha cama ou ande por ali. Tremendo e escondendo-me debaixo dos lençóis, apetecia-me gritar, pedir ajuda, mas posso apenas rezar a Jeová para que ele os expulse. (…)


Rumores circulam nas congregações dando lugar a verdadeiras psicoses coletivas. Um desses burburinhos deu mesmo muito que falar. Uma pequena Testemunha de Jeová terá visto um boneco Estrunfe a vaguear pelo quarto e a dançar. Não restam dúvidas, era uma manifestação demoníaca. A mãe da criança deitou no caixote do lixo todas as figuras. A minha mãe como todas as outras mães Testemunhas de Jeová, proibiram todo o contacto com os estrunfes. Proibido ver a série animada na televisão, proibido possuir um livro dos pequenos bonecos azuis e evidentemente, proibido colecionar as figuras dos mesmos. Ela procurava em todos as caixas do quarto, para se livrar o mais rapidamente possível do maligno. Era o boicote geral. Tudo isso porque o pesadelo de uma criança foi levado a sério por uma mãe ávida de psicose. Por medida de precaução, a minha proibiu-me de ter qualquer figura que seja em casa. Se os Estrunfes foram possuídos, qualquer boneco também podia sê-lo. Mais vale prevenir do que remediar.”


Depois deste relato, não vejo qual a grande diferença entre os livros infantis da Anita e os Estrunfes. O que terá levado os pais de P.T. a queimarem toda uma coleção para “livrarem a casa da presença de Satanás”? Estas duas descrições contrastam com uma animação infantil editada em DVD pela Watchtower que retrata a história de um menino chamado Pedro e o seu boneco (Sparlock). A criança é “incentivada” pela mãe a deitar fora a sua figura por esta considerar que se trata de um brinquedo mágico e que a magia advém de Satanás. Embora a criança sinta prazer em brincar com aquilo que fantasiou ser um “guerreiro mágico” a sua progenitora apressa-se em incutir-lhe que Jeová não iria gostar de ver Pedro a brincar com Sparlock. Chega ao ponto de culpabilizar o pequeno por este fazer o que é comum a todas as crianças: brincar (ver o vídeo aqui). O medo e o irracional estão em todo o lado no meio das Testemunhas de Jeová. Uma criança não pode crescer livremente sem ser fruto de uma manipulação mental constante. O pavor de desobedecer a Deus prevalece sobre tudo e todos até mesmo sobre o crescimento saudável de uma criança.


Não entendo o porquê de todas as manifestações de repúdio por parte das Testemunha de Jeová ao dizerem que tudo o que foi escrito nas páginas da revista Sábado são mentiras. A ouvi-las, nunca nenhuma Testemunha de Jeová destruiu o que quer que seja usando fogo, muito menos um bidon! Muitas foram as Testemunhas de Jeová que no Facebook da revista “Sábado” (e não só) se riram e ridicularizaram quem disse que usou um bidon para queimar livros, tentando assim descredibilizar aqueles que elas chamam de “apóstatas”. Mas nós, os apóstatas, nem costumamos mentir e até conhecemos melhor a organização (que servimos durante largas dezenas de anos) do que as próprias Testemunhas de Jeová. Porque uma imagem vale mais do que mil palavras, fica aqui um bidon saído das publicações jeovistas e o uso a dar ao mesmo!


O Que a Bíblia Realmente Ensina? pág. 102

 

Se mesmo assim não chegar para provar que tudo o que foi escrito na revista "Sábado" é simplesmente as ordens expressas de uma seita chamada "Testemunhas de Jeová", fica aqui mais uns pequenos trechos retirados dos livros saídos das gráficas da sociedade Torre de Vigia de Biblias e Tratados.


“(... )se alguém quiser escapar das garras dos demônios, deve destruir todos os seus pertences relacionados à adoração satânica! Isso inclui todos os livros, revistas, pôsteres, revistas em quadrinhos, vídeos, amuletos (itens usados para “proteger”) e matéria demoníaca baixada da Internet. (Deuteronômio 7:25, 26) Jogue fora todos os seus pertences que podem ter sido usados na adivinhação, como bolas de cristal e pranchetas Ouija. Livre-se também de músicas e vídeos que apresentam temas satânicos.”

“Despertai” 22/01/02 pag. 27


“Por destruírem seus livros de magia, aqueles novos cristãos deram um exemplo para aqueles que desejam resistir aos espíritos maus hoje em dia. Pessoas que desejam servir a Jeová precisam livrar-se de todas as coisas ligadas ao espiritismo. Isso inclui livros, revistas, filmes, pôsteres e músicas que incentivam a prática do espiritismo e fazem-no parecer atraente e emocionante. Inclui também amuletos ou outros itens usados para proteção contra o mal. —  1 Coríntios 10:21.”

“A Bíblia Ensina” pag.103 § 14 “Criaturas espirituais como nos afetam?”


Depois do artigo da “Sábado” inúmeros foram os relatos a confirmar que este era o proceder a ter a quem suspeitava possuir objetos supostamente satânicos em casa. De nada servirá as Testemunhas de Jeová tentar denegrir a nossa imagem e chamar-nos de enganadores (e outros insultos). Por muito que doa, o que foi escrito na revista é a triste realidade de quem viveu toda uma vida no seio dessa organização religiosa. Saímos tarde das garras dessa seita manipuladora e totalitária, mas ainda saímos a tempo. Sabemos que a verdade não está entre as Testemunhas de Jeová e a prova-lo estão estas frases escritas no livro “Milhões que Agora Vivem Nunca Morrerão, 1920, p. 16 editado pela Watchtower!


"O erro procura sempre a obscuridade; enquanto a verdade é sempre realçada pela luz. O erro nunca deseja ser investigado. A luz sempre procura uma perfeita e completa investigação.” 


Mais uma vez obrigado à revista “Sábado” e a Jornalista Isabel Lacerda por terem investigado e procurar saber a verdade sobre as Testemunhas de Jeová. 


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publicado por Justiceiro, em 23.11.12 às 01:10link do post | favorito

Um pequeno lembrete a quem visita este blogue:


“Não é forma de perseguição religiosa alguém dizer e mostrar que a religião de outrem é falsa. Não é perseguição religiosa uma pessoa informada expor publicamente uma religião falsa, permitindo assim que outros vejam a diferença entre a falsa religião e a verdadeira."

A Sentinela de 15 de Maio de 1964, p. 304


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publicado por Justiceiro, em 22.11.12 às 15:03link do post | favorito

- Fase 1: Empolgação - é aquele estágio em que a pessoa sente-se “maravilhada” com a quantidade enorme de “novas luzes”- algumas bem inimagináveis - as quais são transmitidas num curto espaço de tempo para a pessoa que aceitou um suposto estudo “bíblico” com as Testemunhas de Jeová. Na verdade, não é a Bíblia que é estudada, mas um livro da organização - "Conhecimento que Conduz à Vida Eterna" - supostamente utilizado para 'facilitar' ou 'dirigir' o estudo. E só se recorre à Bíblia nas citações isoladas que o livro fornece em favor das suas interpretações peculiares. Como a maioria das pessoas contactadas pelas Testemunhas de Jeová são totalmente leigas em teologia, línguas mortas e arqueologia, elas tornam-se presa fácil para as exóticas doutrinas, tais como a proibição do sangue, do voto e do serviço militar. A maioria dos adeptos não sabe do passado da organização, do tempo em que ela elogiava as transfusões de sangue e proibia as vacinas e os transplantes de órgãos; orava pela vitória dos aliados na I Guerra e permitia o serviço às forças armadas. De qualquer modo, em que pese a esquisitice de alguns ensinos das Testemunhas, a pessoa que está sendo doutrinada é sutilmente envolvida e pensa, "minha igreja nunca ensinou essas coisas fantásticas, eram sempre os mesmos sermões cansativos - aquela coisa sem graça - por isso acho que esta pode ser a única religião verdadeira". Assim, embora sem compreender bem certos pontos, a pessoa aceita a religião pelo “conjunto” das coisas que aprendeu. Ela entra na fase da exaltação romântica e baptiza-se.

 

- Fase 2: Acomodação - após algum tempo de devoção à nova fé, a maior familiarização com o ambiente entre as Testemunhas de Jeová, a qual revela as mesmas fraquezas de conduta encontradas na religião anterior da pessoa, ela sente-se um pouco perturbada, mas aprende a “acomodar” a situação, atribuindo tais coisas à imperfeição humana. A empolgação inicial passa. O fiel apega-se à religião pela sensação inicial de “libertação” que tinha nos tempos de batismo. No entanto, algumas dúvidas que a pessoa tinha “varrido para baixo do tapete” começam a aflorar-lhe na mente. Ela é incentivada a “esperar em Jeová” e deixar que tais coisas se esclareçam por si mesmas com o tempo. Contudo, ao invés de explicações satisfatórias a pessoa é constantemente alertada para o perigo de se buscar o entendimento de tais pontos fora da organização. A pessoa dá-se conta de que existe um aparato de censura. Fala-se em apostasia como se fora a peste negra da idade média. A pessoa fica dividida entre manter seu conforto emocional por não investigar tais rumores ou passar adiante doutrinas com as quais já não concorda de coração. Da tribuna, os fiéis são incentivados a ler a literatura da organização e gastar mais tempo na pregação, pois, afinal, o ARMAGEDOM ESTÁ PRÓXIMO E TODO AQUELE QUE QUESTIONAR OS ENSINAMENTOS DA ORGANIZAÇÃO SERÁ DESTRUÍDO. De modo que, por temor da morte, a pessoa prefere prosseguir como está. Para ela, abandonar a organização ainda é O MESMO QUE ABANDONAR A DEUS.

 

- Fase 3: Pensamento independente - nesse estágio, as dúvidas tornam-se perturbadoras e a pessoa já consegue ter algum grau de autonomia de ideias. Por exemplo, ela talvez decida quais requisitos da organização vai atender ou não, quais ensinos vai passar adiante ou não. Ela já não tem certeza de que esta é a única religião verdadeira. Também, o conceito de “paraíso espiritual” já não convence. Ela continua a comparecer às reuniões e à pregação, mas já não é mais a mesma do início. Talvez já não concorde com o banimento social imposto àqueles que se afastam da organização por motivo de discordância e até conversa com eles, desde que não haja alguém da congregação observando. É muito comum, nessa fase, a chamada “vida dupla”, na qual a pessoa tem de representar um papel perante os irmãos de fé e outro na sua vida social. Um certo dia, chega às mãos da pessoa uma literatura de um ex-membro da organização ou ela acede por curiosidade a informações da internet. Ainda que receosa, ela se atreve a examinar às escondidas o assunto e o que ela vê, a princípio, a deixa bastante abalada. Ela examina as referências da matéria e, de fato, encontra a informação tal qual é descrita. Nesse ponto, ela passa para o próximo estágio...

 

- Fase 4: Conflito - a pessoa sente-se apoquentada pelo facto de imaginar que tudo o que vivenciou pode ter sido um logro. Teme comentar o assunto com outra pessoa e ser denunciada. Teme perder os amigos e a família. Por outro lado, o peso na consciência já é uma carga demasiado pesada para levar aos ombros e a pessoa sente-se frequentemente esgotada. Talvez decida envolver-se mais no trabalho ou envolvesse numa atividade que lhe permita não pensar muito no assunto. Ela pergunta-se sobre a finalidade da vida, a qual sempre esteve ligada à organização, e entra em crise existencial. É uma fase de contradições, ou seja, mesmo sabendo de certas coisas deploráveis sobre sua religião, a pessoa ainda tem a sensação de estar sendo, de algum modo, “indigna”. Outros questionamentos vêm-lhe à mente e ela “cede à tentação” e decide investigar mais o passado doutrinal da sua religião. Isso a deixa mais chocada ainda. Outros já notam que ela está “diferente”. O olhar das pessoas subitamente muda. A essa altura, alguns talvez já tenham “tomado nota” dela como alguém fraco na fé e os anciãos já começam a aproximar-se, falando de “apostasia” e de todos os perigos ligados a ela. Boatos espalham-se. A pessoa sabe que não pode colocar as suas dúvidas diante deles, pois poderá ser enquadrada e levada a uma comissão judicativa. Ela sabe que chegou a um momento crucial.

 

- Fase 5: Decisão - a partir desse momento, a pessoa pesa todas as consequências de deixar a organização. Talvez, em face da perda da família, do emprego e dos amigos, chegue à conclusão de que tem de viver uma farsa. Enquanto puder deixar suas convicções no “anonimato” ela o fará. Nesse caso, corre o risco a todo momento de ser denunciada e as coisas se precipitarem a um ritmo para o qual não se preparou. Outras pessoas decidem enfrentar o problema de frente e comunicam à organização a sua intenção de se afastar dela, já sabendo do alto preço que pagarão por isso. Os parentes e amigos, fazem apelos chorosos para que reconsidere a decisão, mas a pessoa sente que não pode tornar-se refém deles. Os anciãos não têm respostas satisfatórias para as perguntas e nem conseguem refutar as provas documentais. Na verdade, a maioria nem está ciente delas. Isso só convence mais a pessoa do fato de eles também terem sido ludibriados pela organização. Ao final, a pessoa é expurgada. Só aí ela sentirá na pele o que é ser banido, com pessoas virando-lhe a cara e boatos maldosos sendo espalhados sobre a vida pessoal dela. Nesse momento, compreende-se o limite do tão alardeado “amor cristão” entre as Testemunhas de Jeová. O rótulo de “apóstata” corresponde à lepra na antiga Judeia.

 

- Fase 6: Readaptação - a pessoa agora passa por um gradativo processo de desprogramação, no qual ela se refaz das sequelas que a religião deixou na sua vida. Precisa de fazer novos amigos, retornar a projetos de vida que tinha negligenciado em troca da religião. Na verdade, é possível que a pessoa cultive desinteresse ou até aversão por temas religiosos. Alguns ficam perdidos e adotam um estilo de vida desregrado (a organização gosta de usar o exemplo destes como prova de que ela é a única religião verdadeira, desconsiderando a própria responsabilidade dela nesse processo). Outros buscam saciar a sua sede espiritual conhecendo outras organizações religiosas, talvez filiando-se a uma delas. Ainda outros mantêm os valores cristãos básicos, mas decidem não mais se submeter à autoridade de organizações humanas (esses são os mais importantes na tarefa de esclarecer outros). Enfim, os caminhos são diversos. Todavia, a pessoa nunca mais será a mesma. Certamente será preciso algum tempo até que ela descubra que, ao contrário do que lhe fora ensinado por anos a fio, EXISTE, SIM, VIDA FORA DA ORGANIZAÇÃO!


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publicado por Justiceiro, em 21.11.12 às 16:54link do post | favorito


Ao fim de algumas semanas de espera, finalmente chegou a reportagem que todos aguardávamos. Com o apoio da Jornalista Isabel Lacerda (que eu agradeço pessoalmente, por nos ter dado voz e ter pesquisado sobre a organização das Testemunhas de Jeová. Por querer saber todos os mais pequenos pormenores e os mais ínfimos detalhes), amanhã sai nas bancas a revista "Sábado" que ajudará a conhecer melhor o meio um pouco secreto das Testemunhas de Jeová. Lá estarão experiencias de alguns ex membros da seita, desde a infância até aos dias de hoje. Irá ter relatos pungentes de pessoas que ainda hoje sofrem apenas porque cometeram um único "pecado": o de sair da organização. Irá ler como são tratadas as pessoas que, como eu, deixaram de querer pertencer ao "povo escolhido de Deus"... Sem dúvida um dia histórico para a dissidência em Portugal. A não perder!


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publicado por Justiceiro, em 27.09.12 às 22:56link do post | favorito

 

 

Quem verdadeiramente são as Testemunhas de Jeová? Porque as doutrinas deste grupo religioso são perigosas? Quais as leis internas que o povo que se diz escolhido por Deus esconde do público em geral? Porque é difícil sair desta denominação religiosa sem sofrer sequelas psicológicas? 


Em Portugal, pouco se sabe sobre esta organização. A não ser sobre a (famigerada) questão do sangue, nada haveria a apontar a este pequeno grupo de pouco mais de 49000 fiéis (em Portugal). Mas a verdade não é tão simples assim… 

Depois de uma pequena reunião de Ex Testemunhas de Jeová no ano transacto (ver aqui), ficou decidido criar um Fórum de discussão que tem como objetivo alertar para os malefícios e as mentiras das Testemunhas de Jeová. Em apenas um ano de vida, o mesmo Fórum viu os seus membros crescerem de uma forma vertiginosa. Dos iniciais 4 membros, contamos hoje com mais de 500, onde cerca de 200 são portugueses. Muitas são as Testemunhas de Jeová que nos visitam, e algumas delas procuram saber mais sobre a organização a que pertencem.


Não somos apologistas de tentar forçar a saída de membros de uma religião, seja ela qual for. Eu próprio sou ateu, portanto, talvez muitos pensariam que faria sentido eu querer "extinguir" com toda e qualquer crença religiosa, tentando por isso que os fiéis renunciem à sua fé. Não, não tenho esse direito… Todos nós somos livres de acreditar, ou não, no que bem entendermos (mesmo que por vezes isso não faça sentido). Não temos o direito de impor qualquer tipo de crença ou ideia a alguém. Para isso chegou o tempo em que fomos Testemunhas de Jeová e que cegamente seguíamos doutrinas impostas por um grupo de pessoas (Corpo Governante). 

 
Desde a primeira hora que ficou determinada a criação de uma associação que teria como objectivo a ajuda a vítimas de preconceito religioso. Os estatutos da mesma serão apresentados no próximo sábado (dia 29) numa reunião a realizar em Lisboa com alguns membros do Fórum. A associação terá como denominação a APVIPRE - Associação Portuguesa de Vítimas de Preconceito Religioso. Este projecto tem como objectivo auxiliar outros a conseguir ver os erros crassos da sociedade Torre de Vigia e a ocultação de determinadas matérias. Daremos auxílio nos momentos difíceis que antecedem as descobertas da “verdade sobre a verdade”. Tentaremos oferecer o que muitos de nós nunca tiveram: alguém com quem dialogar, que perceba toda a linguagem Jeovista, e que tenham passado pela fase conturbada de adaptação a uma nova realidade. Todos que saem do domínio da toda-poderosa multinacional são unanimes: é difícil reaprender a viver fora dos muros da Torre…


Muitas são as críticas por parte de certas Testemunhas de Jeová. Algumas argumentam de forma vazia, usando o ataque pessoal, chamando-nos de mentirosos. Mas uma coisa sempre ficou bem clara: nunca nenhuma Testemunha de Jeová conseguiu provar que,  o que nós, os apóstatas dizemos é falso. O que tem a temer um povo que é nada mais, nada menos, do que o “povo escolhido de Deus”? Se o altíssimo está do lado deles, não há que temer uns insignificantes dissidentes!


"Um indício de que nos tornamos vítimas do auto-engano é se ficamos irados quando nossas crenças são questionadas. Em vez de ficarmos irados, é sábio manter a mente aberta e escutar com atenção o que outros dizem - mesmo quando temos certeza de que a nossa opinião está certa."


A Sentinela de 15 de julho de 2003, p. 22


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publicado por Justiceiro, em 16.04.12 às 14:42link do post | favorito

 

Porque é que os ateus nunca são possuídos pelo Demo? Até para se estar endemoninhado é preciso ter fé! Resumindo, ser descrente só trás vantagens!


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publicado por Justiceiro, em 05.04.12 às 00:08link do post | favorito

 

“Se Deus existisse, duvido que ele fosse capaz de odiar alguém,

Duvido que ele sequer permitisse que usassem o seu nome 

Como desculpa para a intolerância, para o preconceito

Para semear ódio e discórdia

Para esconder os seus medos

Para camuflar um ódio que, no fundo, é da própria pessoa....

Se Deus existisse, duvido que ele gostasse de homens agindo feito debilóides,

Caindo e rolando no chão,

Só para se sentirem especiais,

Para se sentirem “tocados por Deus”...

Se Deus existisse, duvido que ele gostasse de ver o homem tão crédulo,

Tão ingênuo, tão facilmente enganado,

E com essa tendência horrível de querer se manter no erro,

Não importando as evidências...

Se Deus existisse, duvido que ele fosse surdo

Ou se impressionasse com gritarias e histerias,

Duvido que ele gostasse de atitudes tão infantis....

Se Deus existisse, duvido que ele permitisse que uma única vida,

Uma única vida que fosse,

Matasse ou morresse em seu nome...

Se Deus existisse, duvido que ele gostasse de ver pessoas a aproveitar-se da inocência e ingenuidade de crianças,

Ele não permitiria que elas fossem exploradas dessa maneira torpe...

Sim, se Deus existisse

Seria tudo tão diferente...”



Autor desconhecido

 

 

 

 


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publicado por Justiceiro, em 26.03.12 às 00:34link do post | favorito

Todos nós temos as Testemunhas de Jeová como indivíduos cordiais, educados e de trato fácil. Mas a realidade é bem mais complexa. Com certeza que existirá no meio Jeovista gente bondosa, mas estas mesmas deixam-se moldar por uma doutrina castradora que lhes comanda a vida ao mais ínfimo pormenor. A palavra "ínfimo" não é exagerada, pois a vida duma Testemunha de Jeová é regulada por um sem número de regras e ditames (ver aqui), desde de como agir no dia a dia nas mais diversas situações, passando pelo tratamento a dar aos que deixaram de pertencer à religião...

Certas regras de conduta, vão até interferirem na própria vida privada e íntima dos fiéis, chegando a roçar algumas delas o ridículo. A desobediência constante dessas mesmas normas, originam a expulsão do "prevaricador".

Acontece que as Testemunhas de Jeová, são um grupo religioso, que apesar de não viverem à parte da sociedade onde se inserem, tem nos seus códigos de conduta, valores morais e religiosos que consideram superiores aos valores pelos quais a sociedade actual se rege.

Existe perseguição e discriminação por parte das Testemunhas de Jeová aos ex-membros da religião, submetidos aos processos de dissociação (abandono voluntário) e desassociação (expulsão) que vem desagregando famílias inteiras e promovendo intenso sofrimento às suas vítimas. As duas práticas impedem, por imposição de dogmas religiosos, divulgados nas publicações das Testemunhas de Jeová (ver alguns exemplos mais abaixo), a convivência familiar e social dos desassociados com membros que permaneceram na seita. As "verdades" de uma determinada religião não podem estar acima dos princípios de igualdade e liberdade de consciência religiosa, previstos na nossa Constituição. É inultrapassável o direito de optar por uma religião, ou de se desligar de qualquer uma. Ninguém pode sofrer a mínima pressão e/ ou coacção de qualquer espécie, seja proveniente de organizações públicas ou privadas posto que, se assim acontecer, está-se diante de uma franca violação aos ditames constitucionais, ferindo de morte direitos fundamentais cuja protecção, o Estado tem o dever de garantir.

Baseando-se em textos bíblicos distorcidos, e com uma interpretação errónea, o povo que se diz ser "o único representante de Deus", maltratam aqueles que já foram os seus irmãos de fé, indo ao ponto de os humilhar e de os espancar moralmente... Não raro as vezes, os ex-membros são tratados como uns facínoras simplórios, como o que de mais vil há na sociedade, ou tão simplesmente como lixo. Nada disto até seria muito grave, se tais afirmações não saíssem da boca dos próprios amigos. Mais grave ainda, é quando esses mesmos comportamentos são tidos tão simplesmente pela própria família, sejam eles pais ou filhos... Como se todo este tipo de linguajar não chegasse, as leis internas das Testemunhas de Jeová determinam que todos aqueles que sejam desassociados, ou que decidem deixar a religião por um ou outro motivo, sejam afastados, não lhes sendo possível a convivência com nenhum membro da seita, nem mesmo com a própria família. Um simples "olá" é motivo de repreensão aos que ousaram desafiar as leis internas, podendo ir até a expulsão...

Eu próprio sou fruto dessa descriminação. Sinto uma enorme angústia por não conseguir ter uma convivência normal e sadia com os meus pais e o meu próprio irmão apenas porque uma "religião" lhes ordena a virarem-me (literalmente) a cara. Não sou um caso isolado, existe milhares de pessoas nesta mesma situação, privadas da comunhão dos seus amigos e familiares em nome de uma doutrina castradora, sectária e que viola de uma forma sistemática e desavergonhada a Declaração dos Direitos Humanos:

Artigo 5.º
Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanas ou degradantes.

Artigo 18.º
Todo o homem tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos.

Artigo 19.º
Todo o homem tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão.

Artigo 20.º
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

Nasci no meio Jeovista e permaneci nele durante 33 anos. Hoje, com 41, já não faço mais parte dessa denominação religiosa. Sou ateu e orgulhoso de o ser.  Sei perfeitamente como funciona os meandros da seita "Testemunhas de Jeová" e quais as suas leis internas. Muitos dirão que tudo o que se diz são invenções dos famosos "apóstatas" (no jargão Jeovista, pessoas como eu, que tentam divulgar a verdadeira faceta das mesmas), para denegrir a imagem das (quase perfeitas) Testemunhas de Jeová. Para aquelas que teimam em dizer que tudo não passa de uma invenção engendrada pelos maléficos filhos do Demo, ficam aqui algumas das inúmeras citações retiradas da literatura Jeovista.

 

"A Sentinela" de 15 de Dezembro de 1981 p. 19 "Como encarar a desassociação"

(...)"Os que se tornam 'não dos nossos' por deliberadamente rejeitarem a fé e as crenças das Testemunhas de Jeová devem ser encarados e tratados apropriadamente como aqueles que foram desassociados por causa duma transgressão" (...)

 

"Nosso Ministério do Reino" de Agosto de 2002 (Pequeno Jornal interno de acesso restrito e exclusivo para os membros baptizados)
 (...) "Evitamos também o convívio social com quem foi expulso. Isso significa que não vamos com ele a piqueniques, festas, jogos, compras, ao cinema, nem tomamos refeições com ele, quer em casa quer num restaurante.

 

"A Sentinela" de 15 de Março de 1986 p. 18 "Não dê margem ao Diabo!"

"Alguns dos que têm atitude crítica afirmam que a organização de Jeová é estrita demais na questão de cortar os contactos sociais com pessoas desassociadas. (2 João 10, 11) Mas, por que acham isso tais críticos? Será que têm vínculos familiares íntimos ou uma lealdade errónea a um amigo, que eles colocam à frente da lealdade a Jeová, e às Suas normas e aos Seus requisitos?"

 

Recentemente a revista "A Sentinela" na edição de Julho de 2011, afirma que os ex-fiéis são "doentes mentais". O artigo recomenda que os devotos devem "evitar contacto com os apóstatas" assim como um médico pede para manter distância de pessoas "infectadas com doenças contagiosas, mortal". Afirma que o objectivo dos ex-fiéis é "infectar outras pessoas com seus ensinamentos desleais". Uma associação de ex-Testemunhas de Jeová apresentou queixa à polícia do condado de Hampshire, que está a investigadar se o artigo viola as leis que punem a discriminação religiosa. Angus Robertson, um ex-ancião (pastor) da Testemunhas de Jeová, disse à polícia que é praxe da religião usar a Bíblia para intimidar os fiéis que ousam contestá-la. Rick Fenton, porta-voz da religião, negou que os devotos não possam fazer contestações, mas afirmou que quem discordar dos ensinamentos da Bíblia tem o direito de "pedir licença" (desligar-se do movimento) ", mas o que não falou foi as consequências para os mesmos.

 

Mediante todo este contexto, foi realizada este fim de semana a segunda reunião de ex Testemunhas de Jeová (ver aqui). Contactei pessoalmente a agência Lusa e convidei-a a estar presente, o que veio a acontecer. O resultado deste encontro pode ser lido no Diário de Noticias (aqui) ou no Jornal I (aqui).

Talvez outras se seguirão, é esperar que mais algum Jornal compre a noticia... Como tive ocasião de referir ontem, acho que estamos a começar a incomodar a "Santa Organização". Será assim tão difícil explicar à sociedade civil o porquê de toda esta descriminação aos seus ex membros? Por muito que nos chamem de doentes mentais, por muito que digam que somos filhos do diabo, nada justifica este tipo de tratamento. Uma coisa eu tenho a certeza: está a valer a pena todo o esforço e dedicação.


Como diz a notícia, ainda estamos numa fase muito embrionária, mas aos poucos vamos crescendo. Bem recentemente eramos apenas 4, contra já alguma centena de inscritos no nosso Fórum...

 

Para ter acesso ao Fórum, clique aqui.

 


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publicado por Justiceiro, em 24.03.12 às 00:25link do post | favorito

 

À semelhança do que aconteceu há alguns meses atrás (ver aqui), vai realizar-se hoje (24 de Março) na cidade do Porto, mais uma reunião de dissidentes da seita “Testemunhas de Jeová”. Por inúmeras vezes, referi neste espaço o tratamento desumano que é dado a todos os membros que deixam de pertencer a essa denominação religiosa. Ser uma Testemunhas de Jeová é carimbar o passaporte para uma eventual ostracização. Se por algum motivo, um fiel deixar de pertencer a esse bando, verá todos os seus amigos e família afastarem-se, deixando de ter o direito de conviverem e até mesmo um simples “olá” lhe será negado.

 

Face a toda esta descriminação, esta reunião terá como objectivo delinear estratégias para dar a conhecer melhor ao grande público, esta faceta escondida da organização que se diz de "representante de Deus na terra". Temos também como objectivo auxiliar terceiros a poder sair da mesma sem sofrerem mazelas psicológicas significativas. Será também discutido a possível criação de uma associação de ajuda às vítimas de seitas (a semelhança do que já existe, por exemplo, em França). Outros assuntos estarão “em cima da mesa” mas apenas depois de debatidos com todos os participantes, é que poderão ser tornados públicos.

 

Já não somos apenas quatro, a nossa causa está a crescer e brevemente talvez a mesma seja suficientemente incomodativa.


 


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publicado por Justiceiro, em 04.03.12 às 19:12link do post | favorito

 

 

"... só a organização de Jeová, em toda a terra, é dirigida pelo espírito santo...Ela é a única para qual a Palavra Sagrada de Deus, a Bíblia, não é um livro lacrado... a única organização na terra que compreende as 'coisas profundas de Deus'!"

A Sentinela de 1/1/1974, p. 18 (em português)


 

Nos primórdios da organização das Testemunhas de Jeová (ainda “Estudantes da Bíblia”), era notório qual o pensamento sobre as raças, desse grupo que se dizia (e diz) escolhido por Deus. O tom de superioridade é descrito em alguma literatura da época.


 

"...É verdade que a raça branca exibe algumas qualidades de superioridade sobre qualquer outra...”

 Zion’s Watch Tower de 15/7/1902, pág. 3043 (reimpressão)


 

 ”Eles  (os negros)  têm sido e são uma raça de serviçais... Não há no mundo um serviçal tão bom quanto um bom serviçal de cor, e a satisfação que ele obtém por prestar um fiel serviço é uma das mais puras satisfações que há no mundo."

A Idade de Ouro de 24/7/1929, pág. 207 (em inglês)

 

 

"Deus... evidentemente tem sido um respeitador das raças, e tem abençoado especialmente certos ramos da raça Ariana na Europa e América... a raça branca tem sido mais abundantemente abençoada com a luz das boas novas  do que outras... a Igreja eleita provavelmente será composta principalmente da altamente favorecida raça branca.."

A Bíblia versus a Teoria da Evolução  (1898), págs. 30,31  (em inglês)


 

"As raças negra e latina provavelmente sempre serão inclinadas à superstição."

Zion's Watch Tower de 1/4/1908, pág. 99


 

"...as diversas raças da humanidade provavelmente terão seus interesses espirituais como Novas Criaturas melhor preservados por alguma medida de separação." 

Estudos das Escrituras - Vol III (1904), pág. 490 (em inglês)


 

"Hispânicos… e outras raças retrógradas..."

A Idade de Ouro de 30/11/1927, pág. 141 (em inglês) 


 

"Cuidadosas observações numa escola em Londres mostraram que as crianças davam suas melhores risadas, não com comédias "pastelão", mas...olhando um mineiro negro comer um prato cheio."

A Idade de Ouro de 1928, pág. 684  (em inglês) 


 

“Deus pode mudar a pele  etíope  (negra)  no seu devido tempo.”

Zion’s Watch Tower de 15/7/1904, pág. 3320 (reimpressão)

 

 

"Realmente, nossos irmãos de cor tem um grande motivo para alegrar-se. A raça deles é dócil e educável."

A Sentinela de 1/2/1952, p. 95 (em inglês).


 

Tudo palavras carregas de uma grande sapiência e de um amor extremo... 



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publicado por Justiceiro, em 29.12.11 às 21:41link do post | favorito

Obrigado menino Jesus, foste muito atencioso com a prenda que me deste neste Natal. Já tinha lido, mas não importa, vou voltar a lê-lo e depois irá para um lugar especial na minha estante.

 

Tu ao menos não és como o teu pai, uma desilusão.

 

 

 



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publicado por Justiceiro, em 24.12.11 às 17:16link do post | favorito

O gerente do Talho deseja a todos os seus clientes e amigos um Feliz e Santo Natal.

 

Para todos os apóstatas, um grande Natal junto daqueles que mais amam. Sei que muitos de vós, mesmo tendo saído da influência da Torre de Vigia, não ligarão a esta festividade por acreditar se tratar de uma festa pagã... Hoje em dia, é certo e sabido que esta quadra nada tem haver com o nascimento de Jesus Cristo. E se a mesma servisse para podermos estar todos em harmonia e confraternizarmos com familiares e amigos que já não vemos há muito, e que só neste contexto é que podemos estar todos juntos? Para mim, Natal é isto, uma festa em família, onde durante 2 dias estamos com pessoas que normalmente não teríamos contacto por força das circunstâncias da vida.

 

Como todos vós sabeis (e pelos vistos a sociedade Torre de Vigia ainda mais!), todos somos pecadores (vocês mais do que eu!), e como tal gostaria de deixar aqui uma pequena recomendação: cuidado, não sucumbis à tentação da carne (neste caso do bacalhau), a gula é um pecado capital! Comei pouco e não agis como essa gentalha, esses facínoras simplórios, estou a falar de “os do mundo”. Esses mesmos (nós), aproveitam esta data para se embebedarem e praticarem tudo o que é mais detestável aos olhos de Jeová… Se a Torre nas suas publicações diz que é assim é porque é (ou não)! Deixo aqui uma imagem do conceito Jeovista sobre o Natal “mundano”, ou pelo menos aquele que ela tenta fazer crer aos seus súbditos.

 

 

Para finalizar, vou deixar uma linda música, muito apropriada a esta época. Vou dedica-la à mulher do dia, aquela que deu á luz o “nosso salvador”, Jesus (o verdadeiro) Cristo. Com certeza que todos reconheceram nossa senhora, aquela a que chamaram de “virgem” Maria!

 

Para todos: um Feliz Natal.

 

Para ouvir a bela melodia clicar aqui

  

 




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publicado por Justiceiro, em 16.12.11 às 13:11link do post | favorito

"Deus não criou o homem à sua imagem. Evidentemente foi o contrário, e essa é a explicação indolor para a profusão de deuses e religiões e o fratricídio entre religiões e no interior delas que vemos ao nosso redor e que tanto tem adiado o desenvolvimento da civilização." 

 

Sempre muito controverso e com os seus ideais bem definidos, Christopher Hitchens nunca teve medo de escrever, dizer e demonstrar tudo o que pensava e defendia, fosse sobre os políticos e o estado da governação do mundo ou mesmo sobre religião. Mais do que jornalista ou escritor, Hitchens foi um orador e filosofo, que desde cedo incomodou. 

Hitchens dizia que esperava morrer “totalmente consciente”. E assim foi.

 

Obrigado Christopher Hitchens.

 

Definitivamente, Deus não é grande.



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publicado por Justiceiro, em 28.09.11 às 14:18link do post | favorito

Como já tive ocasião de mencionar neste blogue, fui entrevistado em Agosto pela Agencia de notícias Lusa. Irei aqui deixar os textos escritos pelos Jornalistas Jaime Gabriel e Luís Fonseca. Apenas quem for subscritor dessa mesma agência poderá ler a reportagem (no site da Lusa). A notícia saiu em alguns órgãos de comunicação social um pouco por todo o país.

 

Esta faz parte de uma das acções levadas pela “apostasia” em Portugal, para mostrar quem realmente são as Testemunhas de Jeová e a maneira como descriminam os seus ex membros.

 

 

 

Religião: Ignorado pela família por deixar de ser Jeová, Vítor criou blogue sobre o movimento (c/vídeo)

         

Número de Documento: 12836033

 

Porto, Portugal 06/08/2011 08:42 (LUSA)

Temas: Religião, Cultos e seitas

   

*** Serviço vídeo disponível em www.lusa.pt ***

*** Jaime Gabriel de Jesus, da agência Lusa ***

Porto, 06 ago (Lusa)

 

Os pais e o irmão de Vítor Máximo, 40 anos, ainda hoje o ignoram, não lhe perdoando o facto de há sete anos se ter tornado um "apóstata", ao abandonar a confissão religiosa das Testemunhas de Jeová. "Cada vez os meus pais se afastaram mais. Cheguei a escrever-lhes cartas e eles nunca me responderam", conta Vítor, explicando que os seus próprios filhos, um de seis e outro de nove anos, são ignorados pelos avós. "O único contacto que tenho com os meus pais é porque eu os obrigo a ter, aparecendo em casa deles. Mas o meu pai frisou bem que não me quer lá, que não sou bem bem-vindo", garante. O próprio irmão, que diz mudar de passeio se se cruzarem na rua, fez questão de lhe dizer que estava tudo acabado entre eles, relatou o dissidente Jeová.

 

Vítor tornou-se um "apóstata" aos 33 anos, depois de terminar o primeiro dos seus dois casamentos, já que no seio da confissão religiosa o divórcio "não é bem encarado e dá direito a desassociação".

 

Se se arrependesse, podia ter ficado. "Mas eu achava que o meu comportamento não se adequava ao comportamento típico das testemunhas de Jeová e decidi sair. Foi a partir daí que começaram os problemas com a minha família", recorda Vítor, que reside em Matosinhos.

 

Hoje, Vítor alimenta o blogue O Talho e a Cidade, onde procura transmitir ao grande público "o que se passa por detrás" de um grupo religioso que recusa a transfusão de sangue e que ocupa os domingos a bater à porta dos cidadãos em busca de novos aderentes às suas crenças.

 

Num dos posts, cita "documentos supostamente confidenciais que caíram na internet por intermédio de fiéis dissidentes", onde as ex-testemunhas de Jeová são descritas como pessoas que, "por meio de raciocínios falsos (...) procuram causar a ruína espiritual dos servos de Jeová". Recusa, contudo, admitir que o seu blog seja retaliatório ou um instrumento de contra propaganda.

 

"A minha intenção não é mudar seja quem for, muito menos os meus pais. O que eu quero é ser livre e ter a minha família de volta. Mais nada", afirma.

 

O movimento religioso Jeová começou em Allegheny, no estado norte-americano da Pensilvânia, por volta de 1870 por iniciativa do comerciante Charles Taze Russell. Os seus seguidores começaram por se designar Estudantes da Bíblia, tendo adquirido o nome "Testemunhas de Jeová" a partir de 1931. Cerca de 7,5 milhões em todo o mundo, os seguidores do culto são evangelizadores persistentes, recusam transfusões de sangue, a Bíblia é o manual da sua vida pessoal, familiar e profissional e não toleram o abandono da confissão religiosa. A sua principal publicação é a revista quinzenal "A Sentinela", que distribui 42 milhões de exemplares em 188 idiomas.

 

Numa edição de 1981,a revista assinalava que "os que se tornam 'não dos nossos' por deliberadamente rejeitarem a fé e as crenças das Testemunhas de Jeová devem ser encarados e tratados apropriadamente como aqueles que foram desassociados por causa duma transgressão".

Lusa/fim

 

 

 Outra nóticia

 

 

Religião: Testemunhas de Jeová negam "privação de liberdade" no corte de relações com ex-membros (c/áudio)

 

Número de Documento: 12889009

 

Lisboa, Portugal 06/08/2011 08:42 (LUSA)

Temas: Religião

  

 

*** Serviço áudio disponível em www.lusa.pt ***

 

Lisboa, 06 ago (Lusa)

 

A orientação das Testemunhas de Jeová para o corte de relações com quem sai da religião é "um conselho sábio" e não uma "privação de liberdade", destaca o porta-voz da organização, Pedro Candeias, face a queixas de ex-membros à agência Lusa.

 

Vítor Máximo, 40 anos, residente em Matosinhos, e Jorge Ventura, 39 anos, residente em Castelo Branco, são dois ex-membros que acusam a religião de ter levado os pais, outros familiares e amigos a virarem-lhes costas, pondo em causa liberdades fundamentais.

 

Mas, segundo Pedro Candeias, as Testemunhas de Jeová encontram a justificação "na bíblia sagrada", segundo a qual "quem anda com pessoas sábias torna-se sábio, mas irá mal aquele que tem tratos com os estúpidos", refere. "Não se pretende catalogar ninguém, mas é um alerta sobre associações", acrescenta, sublinhando que "nunca a crença envolve odiar pessoas". Pedro Candeias compara a orientação a tradicionais conselhos de um pai para um filho sobre boas e más companhias na escola, atribuindo a uma entidade divina (deus, denominado Jeová) o "conselho sábio e amoroso, não privador de liberdade".

 

Face às queixas de restrição de liberdades por parte de ex-membros, aquele responsável contrapõe dizendo que "também é um direito das Testemunhas de Jeová não querer privar com quem não segue os ensinamentos da Bíblia". A decisão sobre o corte de relações "compete a cada um" e cada novo membro é "totalmente esclarecido" sobre a religião antes de assumir a crença, diz.

 

Pedro Candeias compara a situação às leis nacionais: "cada país tem os seus códigos legislativos" que devem ser respeitados, exemplifica. E em cada país "existe a figura da extradição para quem não respeita as normas". Para Pedro Candeias, os ex-membros "são livres de se queixar e dizer o que têm na mente e coração, mas cada um faz as escolhas que quer". "Apreciamos muito que respeitem as crenças das Testemunhas de Jeová como estas respeitam as dos outros", conclui.

 

LFO.

 

Lusa/fim

http://www.acorianooriental.pt/noticias/view/217994


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publicado por Justiceiro, em 27.09.11 às 18:29link do post | favorito

 

Para a organização das Testemunhas de Jeová, todos os outros movimentos religiosos são falsas religiões e fazem parte da Babilónia "a grande prostituta", descrito no livro do Apocalipse.

 

As Testemunhas de Jeová consideram-se a única religião verdadeira, a única organização que Deus realmente aprova. Todas as outras serão destruídas no Armagedão. A literatura Jeovista está repleta de duras críticas, chegando mesmo a escarnecer de todas as outras confissões. Em resumo, para as Testemunhas de Jeová, só existe uma religião verdadeira: a deles.

 

O mesmo acontece com aqueles que abandonam as fileiras da seita. Além de serem completamente ostracizados, ainda são rotulados com uma vasta panóplia de adjectivos. “Adoradores do Diabo”, “mentirosos”, “falsos”, “imundos”, etc., são palavras que fazem parte do vocabulário Jeovista. Não é difícil percorrer a literatura das Testemunhas de Jeová e encontrar essas “amorosas” expressões dirigidas a todos aqueles que simplesmente ousaram questionar os ensinamentos da Torre de Vigia. Mas, o adjectivo mais usado para definir esta “espécie de gentalha”, é o de Apóstata. Alterando o verdadeiro significado do termo apóstata, e usando de uma forma errónea as escrituras bíblicas, as Testemunhas de Jeová insultam, humilham todos os que já foram os seus irmãos de fé, fazendo deles uns autênticos facínoras simplórios.

 

Todo este tipo de linguajar saindo da boca dos que se dizem “representantes de Deus”, faz com que a maior parte dos que foram seguidores da seita, usem tais termos como forma de provocação. Embora nenhuma ex-Testemunha de Jeová se considere apóstata (pelo menos nos moldes em que a Torre de Vigia se refere a eles), muitos são aqueles que, de uma maneira sarcástica, o empregam à sua própria pessoa.

 

Há um medo (irracional) em volta do individuo “apóstata” e o mesmo é visto como um fiel seguidor do Demo… O pavor existente foi criado pelos “gurus” da seita: o Corpo Governante. Uma das maneiras de afastar todos os fiéis do que realmente se passa nas entranhas da seita, foi diabolizar aqueles que procuram saber mais sobre a Torre de Vigia e os seus podres: os apóstatas.

 

Foi neste contexto que se realizou no passado sábado o primeiro encontro de ex Testemunhas de Jeová em Portugal. Todos nós já nos conhecíamos virtualmente e todos temos algo em comum: somos indesejados pelas Testemunhas de Jeová. Simplesmente porque desejamos sair da seita e porque expomos as suas cruéis leis internas, todos os membros das Testemunhas de Jeová são forçados a não nos ouvir ou sequer ler algo escrito por nós. Mas porque os possuidores da “verdade”, esses mesmos que dizem ter Deus do seu lado, tem medo de uns simples “apóstatas”? A resposta é demasiado óbvia…

 

Não éramos muitos nesse encontro. Alguns ainda são Testemunhas de Jeová e vêem-se obrigados a continuar na Organização, não por hipocrisia, mas por medo de serem lançadas no solitário e escuro calabouço social reservado aos dissociados ou desassociados, além de receberem o horrendo rótulo de "apóstatas". Em Portugal os primeiros passos estão a ser dados para denunciar a descriminação religiosa empregada por este grupo religioso. Sábado fomos apenas 4, mas temos a total certeza que brevemente seremos muitos (até porque já existem contactos nesse sentido). Nesta reunião tivemos oportunidade de pôrr algumas ideias e alguns projectos em cima da mesa. Existe um que me deixou particularmente empolgado, mas sobre isso falarei na devida altura! Um Fórum de discussão em português de Portugal, foi criado. Falamos de mil e uma coisa, e esse encontro também serviu para nos conhecermos melhor.

 

Foi com agrado que conheci o Vítor 7607. Um homem maduro, com um nível de cultura acima da média e com um profundo conhecimento do passado e presente da sociedade Torre de Vigia. Foi com prazer que fiquei a conhecer o Ellipsis e o seu senso da minucia, onde tudo é planejado ao pormenor e nada é deixado ao acaso. Gostei das palavras certeiras do Português 24, possuidor de um discurso coerente e dono de um Português correto (não fosse ele professor!). Falta apenas eu, o Justiceiro, mas sobre a minha pessoa, outros falarão! Todos formamos ao que decidi chamar num tom jocoso: os 4 Cavaleiros da Apostasia!

 

Os nossos objectivos ficaram decididos: as vozes das ex-Testemunhas de Jeová têem de ser ouvidas. Já várias acções foram feitas nesse sentido, e outras estão a caminho. Não aceitamos o tratamento desumano que é dado a todos aqueles que de livre vontade, ou não, deixaram de pertencer a essa seita cruel e inquisidora.

 

À semelhança de outros países, estamos confiantes que mais cedo ou mais tarde a “apostasia” não será aquele “bicho papão” que a sociedade Torre de Vigia quer fazer crer, mas sim um movimento de pessoas que existe para ajudar o próximo…

 


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publicado por Justiceiro, em 11.09.11 às 15:02link do post | favorito

 

Sem religião haveria muito menos preconceito, mais liberdade e acima de tudo, muito menos mortes. Com certeza o mundo seria um lugar muito melhor para se viver... Utopia?  Talvez...


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publicado por Justiceiro, em 09.09.11 às 22:12link do post | favorito

 

Como tem sido hábito neste blogue, sempre que retomo as actividades no mundo virtual, começo por fazê-lo dando uma renovação aqui ao Talho!

 

Brevemente seguir-se-á alguns textos sobre a personalidade e vida privada de Joseph Franklin Rutherford, segundo presidente da Watchtower. Geralmente a Sociedade Torre de Vigia tenta apresentar uma imagem de uma pessoa diferente do que na realidade foi Rutherford…

 

Até breve!


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publicado por Justiceiro, em 31.08.11 às 17:14link do post | favorito

Informa-se os estimados clientes e frequentadores deste espaço, que o mesmo irá encerrar para férias! O Talho estará fechado para descanso do pessoal (ou seja eu!) por alguns dias, mas reabrirá brevemente com algumas novidades. Estão na forja mais algumas revelações para deleite de todo o “povo de Jeová”…

 

Aguardem!

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