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publicado por Justiceiro, em 30.12.12 às 19:17link do post | favorito


Este estabelecimento comercial deseja a todos os seus clientes, leitores e principalmente aos funcionários (não remunerados) do seu principal fornecedor (a sociedade Torre de Vigia!), um excelente ano 2013 repleto de sucesso, saúde e dinheiro no bolso (já que actualmente é um perigo ter o dinheiro depositado nos cofres de um qualquer banco!). Queria dirigir-me especialmente ao meu fornecedor, agradecendo-lhe por este ano rico em casos caricatos, onde podemos assistir a revelações surpreendentes, e contemplamos o mesmo a enterrar-se cada vez mais… Pelas informações que possuo, este ano será outro ano espetacular para as Testemunhas de Jeová (pelo menos cá em Portugal). "O Talho e a Cidade", assim como outras instituições, levarão a cabo uma grande campanha de esclarecimento sobre esta que se diz ser a única religião verdadeira. Neste mundo cada vez mais conturbado, onde só as melhores empresas sobrevivem, há que usar as armas ao nosso dispor. Durante anos, a sociedade Torre de Vigia tratou de fazer propaganda a estabelecimentos como este, agora é a nossa vez de retribuir esse amoroso gesto. Temos que ser uns para os outros… Quem é amigo? Publicidade em tempo de crise de borla e tudo… não é para qualquer um! É só aguardar e estar atento…


Bom ano 2013 a todos! 


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publicado por Justiceiro, em 11.12.12 às 11:32link do post | favorito

Texto integral do artigo "O mundo desconhecido em que são educadas as Testemunhas de Jeová" da revista "Sábado" edição nº 447 de 22 de Novembro de 2012.


 

 

por Isabel Lacerda 

 

Mais de 600 pessoas juntaram-se para denunciar a sua antiga religião. Oito delas contam à Sábado como, durante anos, as suas vidas foram dominadas pelo medo de pecar. E pecar podia ser, simplesmente, soprar uma vela.

 

“Lembro-me de ser miúdo, olhas para um estádio de futebol cheio e pensar angustiado que aquelas pessoas iam ser todas destruídas porque se calhar nenhuma era Testemunha de Jeová”, lembra Vítor Máximo.

“As Testemunhas de Jeová acreditam que o mundo de Satanás vai acabar e que só elas sobreviverão ao Armadegão, passando com vida para o Paraíso”, explica M. M., ex-ancião (um dos mais altos cargos na hierarquia da organização), que pede anonimato com receio de represálias para a família, que continua na religião. 

Todos os crentes são habituados a esperar pelo fim do mundo desde crianças. A essa permanente angústia, os miúdos juntaram as várias coisas que estão impedidos de fazer na escola e o pavor de ofender Jeová. Entre as proibições (como aos adultos), estão a celebração de aniversário, Carnaval, Páscoa, Natal, fim de ano e todas as outras datas de origem pagã que a religião despreza porque, conforme explica Pedro Candeias, um dos representantes da organização em Portugal, não são mencionadas nas Escrituras. 

P.T. lembra-se de andar na escola primária e fingir que cantava os parabéns aos colegas, mexendo os lábios e esquivando-se a bater palmas. Mesmo assim, só por estar presente, temia “ser destruída”. César Rodrigues fazia o mesmo e, para evitar perguntas sobre a sua festa e presentes, não dizia quando aniversariava. 

 
 

Ambos contam como agora, respectivamente, celebram todos os aniversários com o maior entusiasmo: “Faço questão de ter sempre um grande bolo. São 30 anos? Sopro 30 velas!”, diz P.T. César festeja com igual euforia, mas ainda hoje não consegue cantar os parabéns. “E como se estivesse a fazer algo de mal. Sei que não estou, mas não consigo evitar este sentimento de culpa. Nunca cantei os parabéns na vida.” 

O maior terror das crianças Testemunhas de Jeová é o Natal, antecedido de atividades como pinturas, composições, festas ou teatros. Não podem participar em nada. 

“Lembro-me como se fosse hoje dos meninos todos em grupos a fazer enfeites para colar nas janelas da sala de aula e eu sozinha de lado, a fazer outra coisa qualquer”, conta P.T. 

Por se considerarem politicamente neutras, as Testemunhas de Jeová não votam em partidos políticos — nos países em que ir às urnas é obrigatório, são incentivados a vota nulo ou em branco. Também não saúdam a bandeira nem canto o hino. “Lembro-me bem: no 3º ano, todos de pé a aprender o hino, e eu supernervosa, só a mexer a boca”, recorda P.T. A organização não encontra motivos para o embarco infantil: “Sendo esses valores baseados na Bíblia, que razões teriam para sentir vergonha?”, questiona Pedro Candeias. 

Artes marciais, que se considera ensinarem a violência, são interditas. E, com base numa passagem bíblica interpretada como Deus não gostando que os homens concorram entre si, a prática de desportos de competição também é desencorajada. É das coisas que César Rodrigues mais lamenta: “Era sempre escolhido para a seleção de futebol da escola, mas era impensável treinar num clube”, conta este co-fundador do fórum Testemunhas de Jeová.

Já com mais de 600 usuários, o fórum surgiu para denunciar todas essas situações e apoiar antigos membros. Em Portugal, onde há 52 mil Testemunhas de Jeová, é o primeiro, mas noutros países da Europa, no Brasil e nos Estados Unidos, o fórum existe há vários anos. 

Também há livros e documentários reveladores do funcionamento da religião. É o que este grupo que recentemente se organizou pretende em Portugal: “Queremos que as pessoas percebam que as Testemunhas de Jeová não são tão inofensivas como parecer as senhoras que distribuem revistas na rua”, explica um dos fundadores do fórum. 

Todos os conteúdos místicos e esotéricos são considerados um perigo para a espiritualidade. Livros como “O Senhor dos Anéis” ou “Harry Potter” não são para abrir. 

Quando a família de P.T. entrou para a religião, os anciões foram livrar-lhes a casa da presença de Satanás. Entre o vestido da noiva que a mãe usara no casamento católico, todas as fotografias desse dia e qualquer outra em que aparecesse um crucifixo (para os fiéis a Jeová, Cristo morreu numa estaca), nada escapou: foi tudo queimado num bidão de metal, até a sua coleção de livros da Anita. “Daí para a frente, só lia a Bíblia e as revistas da religião.” 

 
 

As Testemunhas de Jeová acreditam que “A Sentinela",  "Despertai!" e todas as publicações da organização transmitem a palavra de Deus com a mesma validade que a Bíblia. “Quando mais cedo começarem o estudo, melhor para já irem ensinadas para a escola. Há grávidas que leem o “Meu Livro de Históricas Bíblicas” m voz alta para os bebês que têm na barriga”, revela R.M., outra desistente. 

Vítor Máximo, crente durante mais de 35 anos, recorda-se das tardes de quarta-feira passadas a ler as revistas; P.T. estudava-as com o pai aos sábados à tarde, depois da pregação. 

A pregação porta a porta é uma atividade fundamental e incontornável para qualquer Testemunha de Jeová, pois é a única maneira de levar a “Verdade” a mais pessoas, poupando-as no dia do Juízo Final. 

Acreditando nisso, aos 12 anos G.C. desatou a estudar a Bíblia fervorosamente. A mãe convertera-se e ele também. Acatou os fortes incentivos da organização para se distanciar das pessoas do Mundo (as que não são Testemunhas) e afastou-se de todos os amigos. De um momento para o outro, recorda hoje, deixou de brincas na rua e passou a vestir fato e gravata para ir às reuniões e a andar de pasta na mão para bater às portas. 

Em menos de um ano estava a entrar, de fato de banho e t-shirt branca, na piscina de Algés, em Lisboa. Com uma mão em cima da outra e as duas a tapar o nariz, submergiu totalmente, deitando-se para trás dentro da água. Quando veio acima estava batizado — acabara de se tornar ministro do reino de Jeová. “É uma dedicação incondicional para toda a vida: ser um escravo de Jeová e tudo fazer em favor Dele”, lembra mais de 30 anos depois desse momento. 

No verão seguinte, dedicou-se em exclusivo à pregação. “Eu levava as coisas muito a sério porque estávamos perto do fim do mundo. Pensava: ‘É preciso sacrifícios, vamos fazê-los”’, conta G.C., que foi ancião durante quase 20 anos. 

Desde que a religião foi fundada, em 1879, as Testemunhas já esperaram que o mundo acabasse em vários anos. Sempre que as datas passaram sem que alguma coisa acontecesse, o Corpo Governante (entidade atualmente composta por oito homens, que é o núcleo administrativo da religião nos Estados Unidos) emitiu um novo “entendimento”, inquestionável. “Estão sempre a repetir que a dúvida é um dos laços do Diabo”, explica R.M. Invariavelmente, mas sempre a posteriori, a cúpula da organização nega ter feito qualquer previsão concreta e, apesar de os textos das revistas oficiais da religião terem sempre mencionado os sucessivos anos em que o mundo acabaria, diz-se que a expectativa decorreu da má interpretação dos fiéis. A última data mundialmente difundida para o Armagedão, com muitas famílias a vender tudo que tinha para se dedicarem em exclusivo à pregação e garantirem a passagem para o novo mundo, foi 1975. Depois nunca mais se referiu um ano específico.

 

Com o mundo a poder acabar a qualquer altura, as Testemunhas de Jeová vivem ao mesmo tempo na expectativa do recomeço de uma nova vida e apavoradas com esse momento. Porque, mesmo para o povo eleito, o acontecimento implicará grande sofrimento. 

Uma revista "Despertai!", de 2005, avisa: “O arsenal de Deus inclui neve, saraiva, terremotos, doenças infecciosas, aguaceiro inundante, chuva de fogo e enxofre, confusão mortíferas, relâmpagos e um flagelo que causará o apodrecimento de partes do corpo.” 

Além disso, o Paraíso só está ao alcance de quem não tiver “culpa de sangue”, ou seja, quem não estiver a falhar nos preceitos da religião. 

“Eu perdi a minha vida! Não fazia nada com medo de ofender Jeová e ser destruída”, afirma P.T. 

Vítor Máximo conta que desde criança, e mesmo em adulto, acordou várias vezes a meio da noite “a chorar, com pesadelos com o Armagedão”. 

A grande prioridade das Testemunhas de Jeová é estudar e divulgar os mandamentos de Deus da maneira a salvar o maior número de pessoas possível. Por isso, são altamente desincentivadas a investir em atividades que, para a organização, apenas servem para roubar tempo ao testemunho porta a porta e de nada valem perante o fim de tudo. Quem vai para a faculdade mostra que está fraco na fé e passa a ser olhado com desconfiança. 

Quando Vítor Jacinto decidiu licenciar-se em Engenharia Química, passou a receber visitas de anciãos e superintendentes de circuito (que supervisionam várias congregações) quase semanalmente. A sua biblioteca fazia-lhes particular confusão. “Diziam que aqueles livros continham ensinamentos não cristãos e queriam que me desfizesse deles. Foi aí que começou a minha grande guerra contra eles.” Os livros ficaram, o curso foi acabado, deixou de ir à reuniões. 

Investir na carreira é encarada como outra afronta a Jeová. “Das coisas que me faziam mais impressão era ver pessoas subir à tribuna e contar, cheias de orgulho, que tinham recusado um promoção para não prejudicar a sua vida espiritual”. Revela R.M. 

Outro exemplo de dedicação à religião incutido nas reuniões e nas revistas é o desincentivo que a organização faz a que se tenha filhos: por um lado, são grandes consumidores de tempo, por outro, não é aconselhável pôr crianças num mundo que vai acabar. Para G.C., isso ficou claro no dia do casamento. Depois de uma adolescência em que não podia beijar nenhuma rapariga, nem mesmo como cumprimento, no rosto, e de um namoro com alguém da mesma congregação, sempre na presença dos pais e sem um único beijo na boca, casou-se num Salão do Reino. “O ancião que fez o discurso disse que de forma nenhuma deveríamos ter filhos, porque estamos no tempo do fim e era uma atitude pouco sábia, pouco espiritual.” 

Só contrariou a instrução mais de 10 anos depois, quando a mulher começou a ficar clinicamente deprimida com receio de já não conseguir engravidar por causa da idade. “Os casais que decidem ter filhos são criticados pelos outros que optam por não ter em virtude das orientações da organização”, revela M.M., outro ex-ancião. “Conheço casais que não têm filho e que agora já não podem e outros que continuam na expectativa de vir o fim para depois poderem ter um filho. É horrível”, afirma G.C. 

Este antigo ancião deixou o cargo e as reuniões há cinco anos. Tecnicamente, está inativo, situação de que não entrega há seis meses relatórios com o número de publicações que distribuiu e de horas que pregou. O seu mal-estar com a religião começou quando, numa formação para cerca de 200 anciões, lhes foi ordenado que escrevessem na página do manual sobre o abuso sexual de menores: “Sempre que surja um caso de pedofilia, contatem de imediato a filial [a sede, em Alcabideche, Cascais]. “ Perguntou: “Mas a pedofilia é crime, não deveria denunciar-se à polícia?” Responderam-lhe peremptoriamente: “Nós não denunciamos os nossos irmãos. As ordens são estas, escreva isso aí.” 

No manual dos anciões a que a Sábado teve acesso está impresso: “Se o acusador ou o acusado não estiverem dispostos a reunir-se com os anciãos, ou se o acusado continuar a negar a acusação de uma única testemunha e a transgressão não tiver sido comprovada, os anciãos devem deixar o caso nas mãos de Jeová”. 

 

Esta política de não divulgação valeu recentemente às Testemunhas de Jeová a condenação à maior indenização alguma vez já paga nos Estados Unidos a uma vítima de pedofilia: 22 milhões de euros. O tribunal considerou provado que a estrutura da organização tinha sabido e abafado o caso.

 


Esta é das mais desconfortáveis questões no interior da Religião. Outra é a da desassociação, ou expulsão — o pior que pode acontecer a uma Testemunha e aos seus familiares, O contato com desassociados é simplesmente proibido, mesmo que seja da família.

De possuída pelo demônio, a prostituta, P.T., com cerca de 40 anos, ouviu os piores insultos da boca dos pais quando foi desassociada, em 2006. Proibiram-na de voltar lá a casa. “Fiquei desnorteada, pensava que ser destruída, perdi a minha família e todos os meus amigos, que nem sequer me cumprimentavam. Como todas as pessoas que são desassociadas, fiquei sem ninguém.” 

“Jeová nos observará para ver se acatamos, ou não, seu mandamento de não ter contato com nenhum desassociado”, lê-se na revista “A Sentinela”, de abril deste ano. 

“Um simples ‘oi’ dito a alguém pode ser o primeiro passo para uma conversa ou mesmo para amizade. Queremos dar esse primeiro passo com alguém desassociado?”, questionava a mesma publicação já em 1981 (as Testemunhas de Jeová guardam todas as revistas que consultam). “Toem sua posição contra o Diabo (...). Não procure desculpas para se associar com um membro da família desassociada, como, por exemplo, trocando e-mails”, diz “A Sentinela” de janeiro de 2013 já disponível no site da organização. 

O ostracismo a que os desassociados são votados pode originar problemas extremos. Dos oito antigos fiéis que a Sábado entrevistou (dois dos quais ex-anciãos), quatro tiveram de procurar ajuda médica para depressões e estado de ansiedade grave — alguns fizeram terapia, todos foram medicados. Dois pensaram no suicídio. 

Vítor Máximo julgou que os pais se reaproximassem quando lhes comunicasse o seu segundo casamento. Afinal, deixaria de ser um “fornicador”, um dos maiores pecados para a religião. Mas, como a mulher era uma mundana e ele um apóstata (abandonou a religião há cinco anos), os pais nem foram à cerimônia. 

“Nesse dia, quando cheguei a casa, em vez de estar a relembrar os bons momentos da festa, sentei-me na beira da cama e desatei a chorar”, lembra. 

Embora o expulsem, insiste em aparecer de vez em quando na casa deles, nos arredores do Porto, mas na última vez que falou com o pai ele chamou-lhe adorador do Diabo e ameaçou ligar para a polícia caso voltasse. Durante muitos meses, a conversa ao jantar com a mulher terminava invariavelmente em lágrimas. Teve de ir ao psiquiatra e só superou a depressão com a ajuda de medicamentos. 

Quem privar com um desassociado arrisca-se a ser expulso. Isso é ficar sem nenhuma rede social (família e amigos), porque as Testemunhas de Jeová não criam laços com pessoas do Mundo. Por medo do que pode acontecer aos familiares, algumas pessoas falaram para este artigo sob anonimato; outras não revelaram a identidade porque estão afastadas, mas não se querem dissociar (voluntariamente) nem ser desassociadas, sabendo que nesse momento terão de cortar relações com os que lhes são mais próximos. 

 
 

César Rodrigues, 38 anos, foi Testemunha de Jeová desde que nasceu e as suas dúvidas só surgiram há quatro anos, quando fez uma coisa que a organização desaconselha insistentemente: meteu-se num fórum de dissidentes brasileiros na internet. “Para mim, aquilo era tudo mentira. Pensei: ‘Vou mostrar-lhes o que é uma verdadeira Testemunha de Jeová’”. Mas foi ele que acabou convencido. Uma das coisas que mais o chocaram foi perceber as incongruência na proibição de transfusões de sangue, que já provocou a morte a um número incalculável de crentes. 

“As Testemunhas acreditam que a transfusão de sangue lhes é proibida por passagens bíblicas como estas: “Somente a carne com a sua alma — seu sangue — não deveis comer”, explica o representante da organização, Pedro Candeias. Plasma, plaquetas, glóbulos brancos e vermelhos também são rejeitados. Mas o recurso a fracções desses componentes é permitido. “É extremamente incoerente condenar o uso de determinadas fracções e permitir o de outras e não existe base bíblica nem científica para tal distinção. Por exemplo, se se pode aceitar hemoglobina, que é 97% de um glóbulo vermelho, por que não se pode aceitar glóbulos vermelhos? “É como se eu dissesse que você pode comer uma uva sem pele, mas com pele não pode”, afirma M.M., que foi ancião durante mais de uma década.

Quando César começou a fazer perguntas aos amigos (“Sabias que era assim?”), foi denunciado. Fizeram-lhe quatro comissões judicativas (tribunais eclesiásticos). Já sem acreditar em nada do que tomara por certo durante anos, negou todas as acusações de falta de fé. Recusa-se a ter de deixar de falar com os pais. Quando conheceu uma antiga Testemunha de Jeová, perguntou: “É possível ter amigos do Mundo?” Descobriu que sim. Deixou de aparecer nas reuniões. 

R.M. demorou a fazê-lo, mesmo depois de, no ano passado, ter lido o proibidíssimo livro “Crise de Consciência, de um antigo membro do Corpo Governante, e de perceber que “toda a vida tinha vido enganada”. “Sinto que é mesmo uma lavagem cerebral, da qual é muito difícil libertamo-nos”, explica. Só conseguiu afastar-se quando descobriu o fórum Testemunha de Jeová. Diz que só passar à frente de um Salão do Reino a deixa “agoniada”. Mas não está preparada para deixar de falar com a família. 

Para M.B., o momento está para breve. Aos 18 anos, aproveitou o fato de sair de casa e mudar de cidade para confessar aos anciãos que fumava, o que é proibido. Já sabia o que o esperava: uma semana depois lhe comunicaram a expulsão. De regresso a Lisboa, foi assaltado e ficou sem dinheiro nenhum. Ninguém da família lhe atendeu o telefone nem respondeu às mensagens — nem nessa altura nem em todo o ano que se seguiu. “Sentia-me perdido, culpado, abandonado. Passava noites inteiras sem dormir.” 

Desenvolveu um transtorno de ansiedade incapacitante. A família continuava a não lhe atender o telefone. Pensou no suicídio. “Mas depois ahcei que ninguém iria ao meu funeral”. 

Um dia em que insistiu mais uma vez, inesperadamente, a mãe atendeu. Como o motivo era doença, os anciões, aos quais ela pediu autorização, permitiram que o recebesse em casa. Mas agora que está mais estável, M.B. sabe que vai ter de voltar a sair. E que vai ter de se despedir para sempre.

 


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publicado por Justiceiro, em 07.12.12 às 13:41link do post | favorito


Depois da saída nas bancas da Revista “Sábado” com tema de capa “O mundo desconhecido em que são educadas as Testemunhas de Jeová”, vários foram os e-mails de desagrado e repudio enviados a quem conduziu as entrevistas e escreveu o artigo: a Jornalista Isabel Lacerda. Algumas mensagens estão carregadas de impropérios e ofensas por parte daqueles que se dizem fazer parte dos eleitos, aqueles que Jeová Deus escolheu para serem o seu povo. Muitos mostraram repulsa pelo artigo, limitando-se apenas a dizer que tudo não passa de mentiras e que o objetivo do mesmo era denegrir a imagem das (bondosas) Testemunhas de Jeová. Não irei aqui focar-me sobre algum tema específico, tentando mostrar a veracidade do que foi escrito, até porque sobre isso, tive já oportunidade de o fazer no Fórum. Irei falar sim sobre um assunto que parece ter melindrado muitas dezenas de Testemunhas. Ao que parece, muitos contestaram que o relato sobre a queima dos livros da Anita dentro de um bidon (o famoso bidon!), é apenas e tão simplesmente uma falsidade que chega a roçar o ridículo.


Ao ler esses argumentos vazios de conteúdo, lembrei-me de um livro que tenho há alguns anos e que narra precisamente uma história idêntica. O autor é bem conhecido em França por todas as Testemunhas de Jeová. Chama-se Nicolas Jacquette. Ele era uma Testemunha de Jeová jovem que testemunhou perante uma comissão parlamentar de inquérito sobre a influência das seitas nos menores. É membro da União Nacional das Associações de Defesa da família e do individuo (UNADFI) e da Coordenação Nacional das vítimas da organização das Testemunhas de Jeová (CNOVTJ). Nicolas também é o autor de um livro autobiográfico publicado pela editora “Balland”, com o título, “Nicolas, 25 ans, rescapé des Témoins de Jéhovah”. (Nicolas, 25 anos, sobrevivente das Testemunhas de Jeová).


Nicolas Jacquette viveu entre as Testemunhas de Jeová até aos 22 anos, respeitando com fé as regras da seita. Como para todas as outras milhares de crianças Testemunhas de Jeová, tudo foi planeado para que ele se torne um excelente pregador. Até o dia em que se atreve a questionar a visão de mundo que lhe é imposta… Depois de anos de doutrinação e isolamento, foi apenas 2004 que conseguiu sair das garras da seita. As revelações chocantes de Nicolas lançam luz sobre as práticas das Testemunhas de Jeová e denunciam os desvios sectários em todas as suas formas.


No capítulo 2 da sua obra com o título, “Do Tamanho de um Estrunfe” Nicolas descreve o absurdo, o caricato e até o cómico em que podem chegar as crenças jeovistas. Ele começa por dizer:


“A escola é perigosa! A palavra de ordem é: cuidado. Não se trata de ir com algum desconhecido que me possa abordar. Não! Tenho que desconfiar de toda a gente. As Testemunhas de Jeová estão em guerra fria com o resto da humanidade. A mensagem que eu aprendi nos compêndios da Watchtower era simples. As Testemunhas de Jeová são o povo de Deus, protegidas por ele. Fora do grupo, estão as pessoas do mundo, controladas por Satanás. Um mundo povoado de gente má, perigosa e carregada de vícios, com um único objetivo: desviar as caridosas Testemunhas de Jeová do caminho correto. Foi o que eu aprendi. É o que eu acredito. Já com 3 anos vejo todas as pessoas do mundo como o braço armado de Satã, uma ferramenta para me conquistar e me fazer tropeçar. (…) Toda a pessoa que não seja Testemunha de Jeová, que demonstrasse boas intenções, que fosse gentil, honesto, etc., que não apresentasse nenhum sinal de maldade, típica das pessoas do mundo, seria comparado a Satanás que «persiste constantemente a transformar-se em anjo de luz». Quando uma pessoa que não seja Testemunha de Jeová é amável comigo, fico na defensiva. Vejo os meus colegas e professores como agentes do Diabo. Tenho que ser gentil com todos para dar uma boa imagem das Testemunhas, mas não tenho o direito de fazer amizades, «más companhias estragam hábitos uteis» dizem-me constantemente. Acabo por ver Satanás em todo o lado. Por vezes estou persuadido que sinto a sua presença no meu quarto. Estou certo que Satanás ou um dos seus Demónios esconde-se debaixo da minha cama ou ande por ali. Tremendo e escondendo-me debaixo dos lençóis, apetecia-me gritar, pedir ajuda, mas posso apenas rezar a Jeová para que ele os expulse. (…)


Rumores circulam nas congregações dando lugar a verdadeiras psicoses coletivas. Um desses burburinhos deu mesmo muito que falar. Uma pequena Testemunha de Jeová terá visto um boneco Estrunfe a vaguear pelo quarto e a dançar. Não restam dúvidas, era uma manifestação demoníaca. A mãe da criança deitou no caixote do lixo todas as figuras. A minha mãe como todas as outras mães Testemunhas de Jeová, proibiram todo o contacto com os estrunfes. Proibido ver a série animada na televisão, proibido possuir um livro dos pequenos bonecos azuis e evidentemente, proibido colecionar as figuras dos mesmos. Ela procurava em todos as caixas do quarto, para se livrar o mais rapidamente possível do maligno. Era o boicote geral. Tudo isso porque o pesadelo de uma criança foi levado a sério por uma mãe ávida de psicose. Por medida de precaução, a minha proibiu-me de ter qualquer figura que seja em casa. Se os Estrunfes foram possuídos, qualquer boneco também podia sê-lo. Mais vale prevenir do que remediar.”


Depois deste relato, não vejo qual a grande diferença entre os livros infantis da Anita e os Estrunfes. O que terá levado os pais de P.T. a queimarem toda uma coleção para “livrarem a casa da presença de Satanás”? Estas duas descrições contrastam com uma animação infantil editada em DVD pela Watchtower que retrata a história de um menino chamado Pedro e o seu boneco (Sparlock). A criança é “incentivada” pela mãe a deitar fora a sua figura por esta considerar que se trata de um brinquedo mágico e que a magia advém de Satanás. Embora a criança sinta prazer em brincar com aquilo que fantasiou ser um “guerreiro mágico” a sua progenitora apressa-se em incutir-lhe que Jeová não iria gostar de ver Pedro a brincar com Sparlock. Chega ao ponto de culpabilizar o pequeno por este fazer o que é comum a todas as crianças: brincar (ver o vídeo aqui). O medo e o irracional estão em todo o lado no meio das Testemunhas de Jeová. Uma criança não pode crescer livremente sem ser fruto de uma manipulação mental constante. O pavor de desobedecer a Deus prevalece sobre tudo e todos até mesmo sobre o crescimento saudável de uma criança.


Não entendo o porquê de todas as manifestações de repúdio por parte das Testemunha de Jeová ao dizerem que tudo o que foi escrito nas páginas da revista Sábado são mentiras. A ouvi-las, nunca nenhuma Testemunha de Jeová destruiu o que quer que seja usando fogo, muito menos um bidon! Muitas foram as Testemunhas de Jeová que no Facebook da revista “Sábado” (e não só) se riram e ridicularizaram quem disse que usou um bidon para queimar livros, tentando assim descredibilizar aqueles que elas chamam de “apóstatas”. Mas nós, os apóstatas, nem costumamos mentir e até conhecemos melhor a organização (que servimos durante largas dezenas de anos) do que as próprias Testemunhas de Jeová. Porque uma imagem vale mais do que mil palavras, fica aqui um bidon saído das publicações jeovistas e o uso a dar ao mesmo!


O Que a Bíblia Realmente Ensina? pág. 102

 

Se mesmo assim não chegar para provar que tudo o que foi escrito na revista "Sábado" é simplesmente as ordens expressas de uma seita chamada "Testemunhas de Jeová", fica aqui mais uns pequenos trechos retirados dos livros saídos das gráficas da sociedade Torre de Vigia de Biblias e Tratados.


“(... )se alguém quiser escapar das garras dos demônios, deve destruir todos os seus pertences relacionados à adoração satânica! Isso inclui todos os livros, revistas, pôsteres, revistas em quadrinhos, vídeos, amuletos (itens usados para “proteger”) e matéria demoníaca baixada da Internet. (Deuteronômio 7:25, 26) Jogue fora todos os seus pertences que podem ter sido usados na adivinhação, como bolas de cristal e pranchetas Ouija. Livre-se também de músicas e vídeos que apresentam temas satânicos.”

“Despertai” 22/01/02 pag. 27


“Por destruírem seus livros de magia, aqueles novos cristãos deram um exemplo para aqueles que desejam resistir aos espíritos maus hoje em dia. Pessoas que desejam servir a Jeová precisam livrar-se de todas as coisas ligadas ao espiritismo. Isso inclui livros, revistas, filmes, pôsteres e músicas que incentivam a prática do espiritismo e fazem-no parecer atraente e emocionante. Inclui também amuletos ou outros itens usados para proteção contra o mal. —  1 Coríntios 10:21.”

“A Bíblia Ensina” pag.103 § 14 “Criaturas espirituais como nos afetam?”


Depois do artigo da “Sábado” inúmeros foram os relatos a confirmar que este era o proceder a ter a quem suspeitava possuir objetos supostamente satânicos em casa. De nada servirá as Testemunhas de Jeová tentar denegrir a nossa imagem e chamar-nos de enganadores (e outros insultos). Por muito que doa, o que foi escrito na revista é a triste realidade de quem viveu toda uma vida no seio dessa organização religiosa. Saímos tarde das garras dessa seita manipuladora e totalitária, mas ainda saímos a tempo. Sabemos que a verdade não está entre as Testemunhas de Jeová e a prova-lo estão estas frases escritas no livro “Milhões que Agora Vivem Nunca Morrerão, 1920, p. 16 editado pela Watchtower!


"O erro procura sempre a obscuridade; enquanto a verdade é sempre realçada pela luz. O erro nunca deseja ser investigado. A luz sempre procura uma perfeita e completa investigação.” 


Mais uma vez obrigado à revista “Sábado” e a Jornalista Isabel Lacerda por terem investigado e procurar saber a verdade sobre as Testemunhas de Jeová. 


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publicado por Justiceiro, em 23.11.12 às 01:10link do post | favorito

Um pequeno lembrete a quem visita este blogue:


“Não é forma de perseguição religiosa alguém dizer e mostrar que a religião de outrem é falsa. Não é perseguição religiosa uma pessoa informada expor publicamente uma religião falsa, permitindo assim que outros vejam a diferença entre a falsa religião e a verdadeira."

A Sentinela de 15 de Maio de 1964, p. 304


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publicado por Justiceiro, em 22.11.12 às 15:03link do post | favorito

- Fase 1: Empolgação - é aquele estágio em que a pessoa sente-se “maravilhada” com a quantidade enorme de “novas luzes”- algumas bem inimagináveis - as quais são transmitidas num curto espaço de tempo para a pessoa que aceitou um suposto estudo “bíblico” com as Testemunhas de Jeová. Na verdade, não é a Bíblia que é estudada, mas um livro da organização - "Conhecimento que Conduz à Vida Eterna" - supostamente utilizado para 'facilitar' ou 'dirigir' o estudo. E só se recorre à Bíblia nas citações isoladas que o livro fornece em favor das suas interpretações peculiares. Como a maioria das pessoas contactadas pelas Testemunhas de Jeová são totalmente leigas em teologia, línguas mortas e arqueologia, elas tornam-se presa fácil para as exóticas doutrinas, tais como a proibição do sangue, do voto e do serviço militar. A maioria dos adeptos não sabe do passado da organização, do tempo em que ela elogiava as transfusões de sangue e proibia as vacinas e os transplantes de órgãos; orava pela vitória dos aliados na I Guerra e permitia o serviço às forças armadas. De qualquer modo, em que pese a esquisitice de alguns ensinos das Testemunhas, a pessoa que está sendo doutrinada é sutilmente envolvida e pensa, "minha igreja nunca ensinou essas coisas fantásticas, eram sempre os mesmos sermões cansativos - aquela coisa sem graça - por isso acho que esta pode ser a única religião verdadeira". Assim, embora sem compreender bem certos pontos, a pessoa aceita a religião pelo “conjunto” das coisas que aprendeu. Ela entra na fase da exaltação romântica e baptiza-se.

 

- Fase 2: Acomodação - após algum tempo de devoção à nova fé, a maior familiarização com o ambiente entre as Testemunhas de Jeová, a qual revela as mesmas fraquezas de conduta encontradas na religião anterior da pessoa, ela sente-se um pouco perturbada, mas aprende a “acomodar” a situação, atribuindo tais coisas à imperfeição humana. A empolgação inicial passa. O fiel apega-se à religião pela sensação inicial de “libertação” que tinha nos tempos de batismo. No entanto, algumas dúvidas que a pessoa tinha “varrido para baixo do tapete” começam a aflorar-lhe na mente. Ela é incentivada a “esperar em Jeová” e deixar que tais coisas se esclareçam por si mesmas com o tempo. Contudo, ao invés de explicações satisfatórias a pessoa é constantemente alertada para o perigo de se buscar o entendimento de tais pontos fora da organização. A pessoa dá-se conta de que existe um aparato de censura. Fala-se em apostasia como se fora a peste negra da idade média. A pessoa fica dividida entre manter seu conforto emocional por não investigar tais rumores ou passar adiante doutrinas com as quais já não concorda de coração. Da tribuna, os fiéis são incentivados a ler a literatura da organização e gastar mais tempo na pregação, pois, afinal, o ARMAGEDOM ESTÁ PRÓXIMO E TODO AQUELE QUE QUESTIONAR OS ENSINAMENTOS DA ORGANIZAÇÃO SERÁ DESTRUÍDO. De modo que, por temor da morte, a pessoa prefere prosseguir como está. Para ela, abandonar a organização ainda é O MESMO QUE ABANDONAR A DEUS.

 

- Fase 3: Pensamento independente - nesse estágio, as dúvidas tornam-se perturbadoras e a pessoa já consegue ter algum grau de autonomia de ideias. Por exemplo, ela talvez decida quais requisitos da organização vai atender ou não, quais ensinos vai passar adiante ou não. Ela já não tem certeza de que esta é a única religião verdadeira. Também, o conceito de “paraíso espiritual” já não convence. Ela continua a comparecer às reuniões e à pregação, mas já não é mais a mesma do início. Talvez já não concorde com o banimento social imposto àqueles que se afastam da organização por motivo de discordância e até conversa com eles, desde que não haja alguém da congregação observando. É muito comum, nessa fase, a chamada “vida dupla”, na qual a pessoa tem de representar um papel perante os irmãos de fé e outro na sua vida social. Um certo dia, chega às mãos da pessoa uma literatura de um ex-membro da organização ou ela acede por curiosidade a informações da internet. Ainda que receosa, ela se atreve a examinar às escondidas o assunto e o que ela vê, a princípio, a deixa bastante abalada. Ela examina as referências da matéria e, de fato, encontra a informação tal qual é descrita. Nesse ponto, ela passa para o próximo estágio...

 

- Fase 4: Conflito - a pessoa sente-se apoquentada pelo facto de imaginar que tudo o que vivenciou pode ter sido um logro. Teme comentar o assunto com outra pessoa e ser denunciada. Teme perder os amigos e a família. Por outro lado, o peso na consciência já é uma carga demasiado pesada para levar aos ombros e a pessoa sente-se frequentemente esgotada. Talvez decida envolver-se mais no trabalho ou envolvesse numa atividade que lhe permita não pensar muito no assunto. Ela pergunta-se sobre a finalidade da vida, a qual sempre esteve ligada à organização, e entra em crise existencial. É uma fase de contradições, ou seja, mesmo sabendo de certas coisas deploráveis sobre sua religião, a pessoa ainda tem a sensação de estar sendo, de algum modo, “indigna”. Outros questionamentos vêm-lhe à mente e ela “cede à tentação” e decide investigar mais o passado doutrinal da sua religião. Isso a deixa mais chocada ainda. Outros já notam que ela está “diferente”. O olhar das pessoas subitamente muda. A essa altura, alguns talvez já tenham “tomado nota” dela como alguém fraco na fé e os anciãos já começam a aproximar-se, falando de “apostasia” e de todos os perigos ligados a ela. Boatos espalham-se. A pessoa sabe que não pode colocar as suas dúvidas diante deles, pois poderá ser enquadrada e levada a uma comissão judicativa. Ela sabe que chegou a um momento crucial.

 

- Fase 5: Decisão - a partir desse momento, a pessoa pesa todas as consequências de deixar a organização. Talvez, em face da perda da família, do emprego e dos amigos, chegue à conclusão de que tem de viver uma farsa. Enquanto puder deixar suas convicções no “anonimato” ela o fará. Nesse caso, corre o risco a todo momento de ser denunciada e as coisas se precipitarem a um ritmo para o qual não se preparou. Outras pessoas decidem enfrentar o problema de frente e comunicam à organização a sua intenção de se afastar dela, já sabendo do alto preço que pagarão por isso. Os parentes e amigos, fazem apelos chorosos para que reconsidere a decisão, mas a pessoa sente que não pode tornar-se refém deles. Os anciãos não têm respostas satisfatórias para as perguntas e nem conseguem refutar as provas documentais. Na verdade, a maioria nem está ciente delas. Isso só convence mais a pessoa do fato de eles também terem sido ludibriados pela organização. Ao final, a pessoa é expurgada. Só aí ela sentirá na pele o que é ser banido, com pessoas virando-lhe a cara e boatos maldosos sendo espalhados sobre a vida pessoal dela. Nesse momento, compreende-se o limite do tão alardeado “amor cristão” entre as Testemunhas de Jeová. O rótulo de “apóstata” corresponde à lepra na antiga Judeia.

 

- Fase 6: Readaptação - a pessoa agora passa por um gradativo processo de desprogramação, no qual ela se refaz das sequelas que a religião deixou na sua vida. Precisa de fazer novos amigos, retornar a projetos de vida que tinha negligenciado em troca da religião. Na verdade, é possível que a pessoa cultive desinteresse ou até aversão por temas religiosos. Alguns ficam perdidos e adotam um estilo de vida desregrado (a organização gosta de usar o exemplo destes como prova de que ela é a única religião verdadeira, desconsiderando a própria responsabilidade dela nesse processo). Outros buscam saciar a sua sede espiritual conhecendo outras organizações religiosas, talvez filiando-se a uma delas. Ainda outros mantêm os valores cristãos básicos, mas decidem não mais se submeter à autoridade de organizações humanas (esses são os mais importantes na tarefa de esclarecer outros). Enfim, os caminhos são diversos. Todavia, a pessoa nunca mais será a mesma. Certamente será preciso algum tempo até que ela descubra que, ao contrário do que lhe fora ensinado por anos a fio, EXISTE, SIM, VIDA FORA DA ORGANIZAÇÃO!


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publicado por Justiceiro, em 21.11.12 às 16:54link do post | favorito


Ao fim de algumas semanas de espera, finalmente chegou a reportagem que todos aguardávamos. Com o apoio da Jornalista Isabel Lacerda (que eu agradeço pessoalmente, por nos ter dado voz e ter pesquisado sobre a organização das Testemunhas de Jeová. Por querer saber todos os mais pequenos pormenores e os mais ínfimos detalhes), amanhã sai nas bancas a revista "Sábado" que ajudará a conhecer melhor o meio um pouco secreto das Testemunhas de Jeová. Lá estarão experiencias de alguns ex membros da seita, desde a infância até aos dias de hoje. Irá ter relatos pungentes de pessoas que ainda hoje sofrem apenas porque cometeram um único "pecado": o de sair da organização. Irá ler como são tratadas as pessoas que, como eu, deixaram de querer pertencer ao "povo escolhido de Deus"... Sem dúvida um dia histórico para a dissidência em Portugal. A não perder!


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publicado por Justiceiro, em 27.09.12 às 22:56link do post | favorito

 

 

Quem verdadeiramente são as Testemunhas de Jeová? Porque as doutrinas deste grupo religioso são perigosas? Quais as leis internas que o povo que se diz escolhido por Deus esconde do público em geral? Porque é difícil sair desta denominação religiosa sem sofrer sequelas psicológicas? 


Em Portugal, pouco se sabe sobre esta organização. A não ser sobre a (famigerada) questão do sangue, nada haveria a apontar a este pequeno grupo de pouco mais de 49000 fiéis (em Portugal). Mas a verdade não é tão simples assim… 

Depois de uma pequena reunião de Ex Testemunhas de Jeová no ano transacto (ver aqui), ficou decidido criar um Fórum de discussão que tem como objetivo alertar para os malefícios e as mentiras das Testemunhas de Jeová. Em apenas um ano de vida, o mesmo Fórum viu os seus membros crescerem de uma forma vertiginosa. Dos iniciais 4 membros, contamos hoje com mais de 500, onde cerca de 200 são portugueses. Muitas são as Testemunhas de Jeová que nos visitam, e algumas delas procuram saber mais sobre a organização a que pertencem.


Não somos apologistas de tentar forçar a saída de membros de uma religião, seja ela qual for. Eu próprio sou ateu, portanto, talvez muitos pensariam que faria sentido eu querer "extinguir" com toda e qualquer crença religiosa, tentando por isso que os fiéis renunciem à sua fé. Não, não tenho esse direito… Todos nós somos livres de acreditar, ou não, no que bem entendermos (mesmo que por vezes isso não faça sentido). Não temos o direito de impor qualquer tipo de crença ou ideia a alguém. Para isso chegou o tempo em que fomos Testemunhas de Jeová e que cegamente seguíamos doutrinas impostas por um grupo de pessoas (Corpo Governante). 

 
Desde a primeira hora que ficou determinada a criação de uma associação que teria como objectivo a ajuda a vítimas de preconceito religioso. Os estatutos da mesma serão apresentados no próximo sábado (dia 29) numa reunião a realizar em Lisboa com alguns membros do Fórum. A associação terá como denominação a APVIPRE - Associação Portuguesa de Vítimas de Preconceito Religioso. Este projecto tem como objectivo auxiliar outros a conseguir ver os erros crassos da sociedade Torre de Vigia e a ocultação de determinadas matérias. Daremos auxílio nos momentos difíceis que antecedem as descobertas da “verdade sobre a verdade”. Tentaremos oferecer o que muitos de nós nunca tiveram: alguém com quem dialogar, que perceba toda a linguagem Jeovista, e que tenham passado pela fase conturbada de adaptação a uma nova realidade. Todos que saem do domínio da toda-poderosa multinacional são unanimes: é difícil reaprender a viver fora dos muros da Torre…


Muitas são as críticas por parte de certas Testemunhas de Jeová. Algumas argumentam de forma vazia, usando o ataque pessoal, chamando-nos de mentirosos. Mas uma coisa sempre ficou bem clara: nunca nenhuma Testemunha de Jeová conseguiu provar que,  o que nós, os apóstatas dizemos é falso. O que tem a temer um povo que é nada mais, nada menos, do que o “povo escolhido de Deus”? Se o altíssimo está do lado deles, não há que temer uns insignificantes dissidentes!


"Um indício de que nos tornamos vítimas do auto-engano é se ficamos irados quando nossas crenças são questionadas. Em vez de ficarmos irados, é sábio manter a mente aberta e escutar com atenção o que outros dizem - mesmo quando temos certeza de que a nossa opinião está certa."


A Sentinela de 15 de julho de 2003, p. 22


Visite o Fórum clicando aqui


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publicado por Justiceiro, em 05.04.12 às 00:08link do post | favorito

 

“Se Deus existisse, duvido que ele fosse capaz de odiar alguém,

Duvido que ele sequer permitisse que usassem o seu nome 

Como desculpa para a intolerância, para o preconceito

Para semear ódio e discórdia

Para esconder os seus medos

Para camuflar um ódio que, no fundo, é da própria pessoa....

Se Deus existisse, duvido que ele gostasse de homens agindo feito debilóides,

Caindo e rolando no chão,

Só para se sentirem especiais,

Para se sentirem “tocados por Deus”...

Se Deus existisse, duvido que ele gostasse de ver o homem tão crédulo,

Tão ingênuo, tão facilmente enganado,

E com essa tendência horrível de querer se manter no erro,

Não importando as evidências...

Se Deus existisse, duvido que ele fosse surdo

Ou se impressionasse com gritarias e histerias,

Duvido que ele gostasse de atitudes tão infantis....

Se Deus existisse, duvido que ele permitisse que uma única vida,

Uma única vida que fosse,

Matasse ou morresse em seu nome...

Se Deus existisse, duvido que ele gostasse de ver pessoas a aproveitar-se da inocência e ingenuidade de crianças,

Ele não permitiria que elas fossem exploradas dessa maneira torpe...

Sim, se Deus existisse

Seria tudo tão diferente...”



Autor desconhecido

 

 

 

 


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publicado por Justiceiro, em 24.03.12 às 00:25link do post | favorito

 

À semelhança do que aconteceu há alguns meses atrás (ver aqui), vai realizar-se hoje (24 de Março) na cidade do Porto, mais uma reunião de dissidentes da seita “Testemunhas de Jeová”. Por inúmeras vezes, referi neste espaço o tratamento desumano que é dado a todos os membros que deixam de pertencer a essa denominação religiosa. Ser uma Testemunhas de Jeová é carimbar o passaporte para uma eventual ostracização. Se por algum motivo, um fiel deixar de pertencer a esse bando, verá todos os seus amigos e família afastarem-se, deixando de ter o direito de conviverem e até mesmo um simples “olá” lhe será negado.

 

Face a toda esta descriminação, esta reunião terá como objectivo delinear estratégias para dar a conhecer melhor ao grande público, esta faceta escondida da organização que se diz de "representante de Deus na terra". Temos também como objectivo auxiliar terceiros a poder sair da mesma sem sofrerem mazelas psicológicas significativas. Será também discutido a possível criação de uma associação de ajuda às vítimas de seitas (a semelhança do que já existe, por exemplo, em França). Outros assuntos estarão “em cima da mesa” mas apenas depois de debatidos com todos os participantes, é que poderão ser tornados públicos.

 

Já não somos apenas quatro, a nossa causa está a crescer e brevemente talvez a mesma seja suficientemente incomodativa.


 


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publicado por Justiceiro, em 29.12.11 às 21:41link do post | favorito

Obrigado menino Jesus, foste muito atencioso com a prenda que me deste neste Natal. Já tinha lido, mas não importa, vou voltar a lê-lo e depois irá para um lugar especial na minha estante.

 

Tu ao menos não és como o teu pai, uma desilusão.

 

 

 



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publicado por Justiceiro, em 24.12.11 às 17:16link do post | favorito

O gerente do Talho deseja a todos os seus clientes e amigos um Feliz e Santo Natal.

 

Para todos os apóstatas, um grande Natal junto daqueles que mais amam. Sei que muitos de vós, mesmo tendo saído da influência da Torre de Vigia, não ligarão a esta festividade por acreditar se tratar de uma festa pagã... Hoje em dia, é certo e sabido que esta quadra nada tem haver com o nascimento de Jesus Cristo. E se a mesma servisse para podermos estar todos em harmonia e confraternizarmos com familiares e amigos que já não vemos há muito, e que só neste contexto é que podemos estar todos juntos? Para mim, Natal é isto, uma festa em família, onde durante 2 dias estamos com pessoas que normalmente não teríamos contacto por força das circunstâncias da vida.

 

Como todos vós sabeis (e pelos vistos a sociedade Torre de Vigia ainda mais!), todos somos pecadores (vocês mais do que eu!), e como tal gostaria de deixar aqui uma pequena recomendação: cuidado, não sucumbis à tentação da carne (neste caso do bacalhau), a gula é um pecado capital! Comei pouco e não agis como essa gentalha, esses facínoras simplórios, estou a falar de “os do mundo”. Esses mesmos (nós), aproveitam esta data para se embebedarem e praticarem tudo o que é mais detestável aos olhos de Jeová… Se a Torre nas suas publicações diz que é assim é porque é (ou não)! Deixo aqui uma imagem do conceito Jeovista sobre o Natal “mundano”, ou pelo menos aquele que ela tenta fazer crer aos seus súbditos.

 

 

Para finalizar, vou deixar uma linda música, muito apropriada a esta época. Vou dedica-la à mulher do dia, aquela que deu á luz o “nosso salvador”, Jesus (o verdadeiro) Cristo. Com certeza que todos reconheceram nossa senhora, aquela a que chamaram de “virgem” Maria!

 

Para todos: um Feliz Natal.

 

Para ouvir a bela melodia clicar aqui

  

 




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publicado por Justiceiro, em 16.12.11 às 13:11link do post | favorito

"Deus não criou o homem à sua imagem. Evidentemente foi o contrário, e essa é a explicação indolor para a profusão de deuses e religiões e o fratricídio entre religiões e no interior delas que vemos ao nosso redor e que tanto tem adiado o desenvolvimento da civilização." 

 

Sempre muito controverso e com os seus ideais bem definidos, Christopher Hitchens nunca teve medo de escrever, dizer e demonstrar tudo o que pensava e defendia, fosse sobre os políticos e o estado da governação do mundo ou mesmo sobre religião. Mais do que jornalista ou escritor, Hitchens foi um orador e filosofo, que desde cedo incomodou. 

Hitchens dizia que esperava morrer “totalmente consciente”. E assim foi.

 

Obrigado Christopher Hitchens.

 

Definitivamente, Deus não é grande.



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publicado por Justiceiro, em 11.09.11 às 15:02link do post | favorito

 

Sem religião haveria muito menos preconceito, mais liberdade e acima de tudo, muito menos mortes. Com certeza o mundo seria um lugar muito melhor para se viver... Utopia?  Talvez...


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publicado por Justiceiro, em 31.08.11 às 17:14link do post | favorito

Informa-se os estimados clientes e frequentadores deste espaço, que o mesmo irá encerrar para férias! O Talho estará fechado para descanso do pessoal (ou seja eu!) por alguns dias, mas reabrirá brevemente com algumas novidades. Estão na forja mais algumas revelações para deleite de todo o “povo de Jeová”…

 

Aguardem!

sinto-me:

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publicado por Justiceiro, em 06.07.11 às 17:30link do post | favorito

 

Quando afirmamos a uma Testemunha de Jeová que o seu movimento religioso é uma seita, a mesma além de não concordar (o que até me parece normal visto a manipulação mental exercida sobre ela), fica irritada, agindo de forma pouco racional. Muitas vezes nem sequer sabe qual a definição da palavra “seita” e o único argumento que encontra (e parece ser o único que aprendeu), é que não são uma seita porque tão simplesmente não seguem a homens e seus mandamentos…

 

Ora o "Dicionário Priberam da Língua Portuguesa" dá a seguinte definição da palavra seita:

"(latim secta, -ae, caminho, linha de conduta, princípios, escola filosófica)

Grupo que segue uma doutrina que deriva ou diverge de uma religião".

 

De onde surgiram as Testemunhas de Jeová?


O movimento religioso começou na cidade de Allegheny, Pensilvânia, Estados Unidos da América, por volta de 1870. O seu criador chamava-se Charles Taze Russell, um comerciante, nascido naquela cidade a 16 de Fevereiro de 1852. Ele foi criado como Presbiteriano, mas afiliou-se à Igreja Congregacional. Desapontado com as religiões, perdeu a sua fé na Bíblia. Uma noite, em 1869, assistiu a um culto numa Igreja Adventista e recuperou a fé.  Formou um  grupo independente de estudo e, em 1877, associou-se a Nelson Barbour, um Segundo Adventista, com o qual passou a produzir publicações, separando-se dele (por divergências de ponto de vista) cerca de dois anos depois.  Em 1879, começou a publicar a revista WatchTower, a qual, mais tarde, se tornaria  a conhecida “A Sentinela”. O Pastor Russell, entre outras coisas, era adepto de piramidologia, simpatizante da maçonaria e extraiu alguns de seus conceitos da astrologia e dos cálculos de um inglês chamado John Acquila Brown , sobre o “fim do mundo”. Ele escreveu diversos livros durante a sua vida, nenhum dos quais é hoje publicado. Os seguidores do Pastor Russell chamavam-se inicialmente ‘Estudantes da Bíblia’, tendo adquirido o nome “Testemunhas de Jeová” apenas a partir de 1931. Estudiosos de religião consideram o movimento “Testemunhas de Jeová” como derivado do Segundo Adventismo e do ‘Millerismo’ do século 19.

(Fonte: Testemunhas de Jeová – Proclamadores do Reino de Deus  (1993), cap. 5 e Apocalypse Delayed – M. J. Penton (1985), parte I)

 

Russell foi criado na Igreja Presbiteriana, depois filiou-se na Igreja Congregacional, e, finalmente, restaurou a sua fé com os Adventistas, "sob a orientação de Deus", nas próprias palavras dele. É bem inteligível que os inicialmente Estudantes da Bíblia (agora Testemunhas de Jeová), foram uma facção de outros grupos religiosos.

 

O que dizer então sobre o raciocínio das Testemunhas de Jeová que as mesmas não seguem a homens?


A liderança das Testemunhas de Jeová é garantida a partir da sua Sede, fundada em Brooklyn, Nova Iorque nos Estados Unidos da América. A designação legal da mesma é a “Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania”, em Português: “Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados da Pensilvânia” ou tão simplesmente como os fiéis lhe chamam: “a Sociedade”. As Testemunhas de Jeová são dirigidas por um grupo de pouco mais de meia dúzia de homens, que se apelidam de “Corpo Governante” (não existe na bíblia tal termo). Esse órgão central de homens é responsável pelas actividades mundiais das Testemunhas de Jeová em redor do mundo inteiro. Eles auto-intitulam-se de “Escravo Fiel e Discreto”, também professam ser “orientados por Deus” e dizem ser “Divinamente inspirados”.

 

O livro “Poderá Viver para sempre num Paraíso na Terra” página 195, diz o seguinte:

“A organização visível de Deus hoje também recebe orientação e direcção teocráticas.

 

"A Sentinela” de 1 de Janeiro 1974“ também menciona: (…)

“Só a Organização de Jeová em toda a Terra é dirigida pelo Espírito Santo. Ela é a única para a qual a Palavra Sagrada de Deus, a Bíblia, não é um lacrado, a única Organização na Terra que compreende as “coisas profundas de Deus.

 

Todos os ensinamentos da seita são criados por este conjunto de pessoas e todas as suas inúmeras leis internas são costuradas por eles, tendo o Corpo Governante o poder de comandar a vida e o destino de cerca de 7 milhões de fiéis. Nenhuma Testemunha de Jeová tem o direito de duvidar das doutrinas criadas por este grupo, sobe pena de ser expulsa da seita. A obediência total e incondicional é uma obrigação. Todos os membros seguem o Corpo Governante cegamente por acreditarem que tais doutrinas veêm directamente de Jeová.

 

“A Sentinela” de 1 de Fevereiro de 1940 (em inglês), diz o seguinte sobre essa matéria:

 “Nós resolvemos obedecer todos as instruções da Torre de Vigia,sabendo que tal procede dos altos poderes de Jeová Deus e Jesus Cristo. Nós resolvemos ser completamente obedientes a Sociedade como parte visível da grande teocracia".

 

Seguem as Testemunhas de Jeová a homens? A resposta é demasiado óbvia para ser respondida!

Mas sobre serem ou não uma seita, vou deixar que a Sociedade Torre de Vigia responda a essa pergunta através das suas próprias publicações…

 

“A Sentinela” de 15 de Fevereiro de 1994 p. 4 sobe o tema: “O que são seitas?”

 “As seitas são interpretadas como grupos religiosos dotados de conceitos e práticas radicais que se chocam com o que é hoje aceite como comportamento social normal (...) Os membros de seitas muitas vezes se isolam dos amigos, da família e até da sociedade em geral. Dá-se isso com as Testemunhas de Jeová” (…)?

 

“A Sentinela” de 15 de Dezembro de 1981 p. 19 “Como encarar a desassociação”

(...)“Os que se tornam ‘não dos nossos’ por deliberadamente rejeitarem a fé e as crenças das Testemunhas de Jeová devem ser encarados e tratados apropriadamente como aqueles que foram desassociados por causa duma transgressão” (...)

 

“A Sentinela” de 4 de Janeiro de 1983 p. 31,32 na secção “Perguntas dos Leitores”

(...)”Outra espécie de falta pode ser sentida pelos avós cristãos leais, cujos filhos foram desassociados. Talvez se tenham acostumado a visitar os filhos regularmente, dando-lhes oportunidade de se deleitarem com os netos. Agora os pais foram desassociados por rejeitarem as normas e os modos de proceder de Jeová. De maneira que as coisas não são mais as mesmas na família. Naturalmente, os avós terão de decidir se alguns assuntos familiares necessários exigem contato limitado com os filhos desassociados. E poderão fazer, às vezes, que os netos os visitem”.

 

“Nosso Ministério do Reino” de Agosto de 2002 (Pequeno Jornal interno de acesso restrito e exclusivo para os membros baptizados)

 (...) "Evitamos também o convívio social com quem foi expulso. Isso significa que não vamos com ele a piqueniques, festas, jogos, compras, ao cinema, nem tomamos refeições com ele, quer em casa quer num restaurante.
A Sentinela de 15 de Dezembro de 1981, na página 21, diz: “Um simples ‘Oi’ dito a alguém pode ser o primeiro passo para uma conversa ou mesmo para amizade. Queremos dar este primeiro passo com alguém desassociado?


(...) Fica por conta dos membros da família decidir até que ponto o parente desassociado precisa ser incluído quando tomam as refeições ou cuidam de outras actividades domésticas. Mesmo assim, devem evitar dar a impressão aos irmãos com quem se associam de que nada mudou depois da desassociação.


(...) Depois de ouvir um discurso numa assembleia de circuito, um irmão e sua irmã carnal se deram conta de que precisavam mudar o modo como tratavam a mãe, que morava em outro lugar e havia sido desassociada seis anos antes. Logo depois da assembleia, o irmão ligou para a mãe e, depois de reafirmar seu amor por ela, explicou que não falaria mais com ela, a não ser que um assunto familiar importante exigisse esse contacto.


(...) Se o marido for desassociado, a esposa e os filhos não se sentirão à vontade se ele dirigir um estudo bíblico familiar ou liderar na leitura da Bíblia e na oração. Se ele quiser proferir tal oração, como numa refeição, tem o direito de fazer isso na sua própria casa. Mas eles poderão fazer calados as suas próprias orações a Deus".


“Nosso Ministério do Reino” de Março de 1971 p. 2 
(...) “Se alguns continuarem uma associação que não é absolutamente necessária com o membro da família desassociado, que mora fora do lar, a comissão deverá amorosamente ajudá-los...Desrespeito persistente à instrução da Bíblia de ‘cessar de manter convivência’ com tal pessoa pode levar à desassociação”.

 

"A Sentinela" de 15 de Março de 1986 p. 18 “Não dê margem ao Diabo!”

Alguns dos que têm atitude crítica afirmam que a organização de Jeová é estrita demais na questão de cortar os contactos sociais com pessoas desassociadas. (2 João 10, 11) Mas, por que acham isso tais críticos? Será que têm vínculos familiares íntimos ou uma lealdade errónea a um amigo, que eles colocam à frente da lealdade a Jeová, e às Suas normas e aos Seus requisitos?”

 

“A Sentinela” de 15 de Janeiro de 1971 p. 63 “Perguntas dos Leitores”
(...) “Precisamos manter claramente destacado o fato de que não poder o desassociado gozar da companhia dos seus parentes cristãos não é culpa destes, como se o negligenciassem. (...) os cristãos fiéis têm a obrigação de manter de pé a acção de desassociação por evitarem a associação com o desassociado. Se este for parente que não mora na mesma casa, procurarão não ter associação nenhuma com ele”.

 

No livro “Proclamadores” cap. 13 p. 183 “Somos reconhecidos pela nossa conduta”
“A partir de 1961, quem quer que desconsiderasse esse requisito divino, aceitando transfusão de sangue, e manifestasse uma atitude impenitente seria desassociado da congregação das Testemunhas de Jeová”.

 

“A Sentinela” de 15 de Fevereiro de 1984 p. 4 “O que são seitas?” 
“Seita é um grupo ou movimento que demonstra excessiva devoção a uma pessoa ou ideia...
Sua devoção a um autoproclamado líder humano é provavelmente incondicional e exclusiva. Com frequência, tais líderes se jactam de terem sido divinamente escolhidos”.

 

“A Sentinela” de 15 de Março de 1998 p. 10-11 “Escravos de homens ou servos de Deus?”
Definiu-se “seita” como “grupo que adere a uma doutrina distintiva ou a um líder”. De forma similar, os pertencentes a um “culto” têm “muita devoção a uma pessoa, a uma ideia ou a uma coisa”.

 

“A Sentinela” de 15 de Agosto de 1981 p. 19 “Precisamos de ajuda para entender a Bíblia?”
“Uma vez que verificamos qual o instrumento que Deus usa como seu “escravo” para distribuir o alimento espiritual ao seu povo, Jeová certamente não se agradará se recebermos este alimento como se pudesse conter algo prejudicial. Devemos ter confiança no instrumento que Deus usa. Na sede de Brooklyn, donde emanam as publicações bíblicas das Testemunhas de Jeová, há mais anciãos cristãos maduros, tanto do “restante” como das “outras ovelhas”, do que em qualquer outra parte da terra.”

 

“A Sentinela”83 de 15 de Julho de 1983 p. 27 “Armados para a luta contra espíritos iníquos”
“Podemos realmente passar sem a orientação da organização de Deus? Não, não podemos.”

 

“A Sentinela” de 15 de Março de 1996 p. 16-17 “Como passar na prova da lealdade”

“Passamos agora a tratar do assunto de se ser leal à organização visível de Jeová. Nós certamente devemos lealdade a ela, inclusive ao "escravo fiel e discreto", por meio de quem a congregação cristã é alimentada espiritualmente. (Mateus 24:45-47) Suponhamos que apareça nas publicações da Torre de Vigia algo que não entendemos ou com que não concordamos no momento. O que faremos? Ficar ofendidos e abandonar a organização? Isto foi o que alguns fizeram... De modo que a lealdade inclui esperar até que o escravo fiel e discreto publique entendimento adicional.”

 

“A Sentinela” de 15 de Fevereiro de 1994 p. 7 “São as Testemunhas de Jeová uma seita?”
“É precisamente devido a essa estreita aderência aos ensinos bíblicos que não se encontra entre as Testemunhas de Jeová a veneração e a idolatria de líderes humanos, tão características das seitas hoje em dia. Elas rejeitam a ideia duma distinção entre uma classe clerical e outra leiga.” A mesma “Sentinela” diz o seguinte na página 2: “Sabe-se que os líderes de seitas utilizam métodos manipuladores para controlar a mente de seus seguidores. Há qualquer evidência de que as Testemunhas de Jeová fazem isso?

 

Depois dos textos supra citados, podemos afirmar que não existe qualquer tipo de coerência nas publicações da Torre de Vigia. Por todos os factos evidenciados, as Testemunhas de Jeová são realmente uma seita. Vivem num mundo aparte, afastando-se da sociedade em geral, regem-se com leis próprias e todos aqueles que não seguirem à risca as suas doutrinas, estão condenados à expulsão, sujeitando-se assim a severas consequências. Para mim, não será difícil afirmar que além de serem uma seita, as Testemunhas de Jeová (inconscientemente) tornam-se perigosas para elas próprias e para quem as rodeia…

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publicado por Justiceiro, em 23.04.11 às 00:36link do post | favorito

 

Hereges adoradores do chocolate, a Páscoa é um óptimo pretexto para se empanturrarem de ovos!

 

 Curiosamente, as pessoas mais e mais esquecem-se da simbologia cristã da Páscoa, a qual vai se tornando uma festa consumista, como o Natal. Parece que, da mesma maneira que o Cristianismo usurpou aos pagãos a sua festa, o consumismo capitalista faz o mesmo ao Cristianismo. Doce ironia…

 

Leitores do Talho e outros crentes em geral (!), boa Páscoa a todos e cuidado, eu estou de olho em vocês (principalmente os devotos)…

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publicado por Justiceiro, em 16.04.11 às 19:57link do post | favorito

Tenho certeza que aparecerá pelo menos um “religioso” a dizer: “Não podemos generalizar”…


Não podemos generalizar? Enquanto segues um Padre banhado a Ouro como se fosse um “deus”, há crianças morrendo á fome. Enquanto ouves um Pastor fingir que conhece “deus” e assim sugar o teu dinheiro, há famílias inteiras andando pelas ruas sobrevivendo do lixo. Isso serve para todas as religiões e crenças que se gabam das suas riquezas e tem a coragem de pregar a humildade.


É fácil andar pelas ruas e virar o rosto fingindo não ver uma criança pedindo uma moedinha para comprar um pão, ou um mendigo doente e com frio, pedindo algum dinheiro para comprar uma dose de vinho para se embriagar e esquecer o sofrimento e humilhação que passa todos os dias.


Onde está deus (ou se preferirem Deus)? Está em casa dos bonitinhos, cheirosinhos e limpinhos, enquanto os famintos, miseráveis e humilhados estão assim por que “merecem”…


DEUS NÃO EXISTE.  

 

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publicado por Justiceiro, em 31.03.11 às 02:00link do post | favorito

 

 

Hoje ao abrir a minha caixa de e-mail, deparei-me com uma “linda” mensagem que me deixou a pensar…  Fiquei contente em saber que os anjos existem e que podem muito bem ser os meus amigos (alguns são uns anjinhos, mas isso é outra história!) mas sem a parte que caracteriza essa espécie divina: as asas! Estou deveras feliz por me comunicarem que amanhã, precisamente as 11:09 (porque não as 11h10? Não sei, coisas de anjo, que não tem mais que fazer e gosta de ser mesquinho ao ponto de até implicar com os minutos!), algo "maravilhoso" me irá acontecer. Mais fascinado fiquei ao saber que deus (o mail não diz qual) tem estado atento às minhas lutas e que brevemente as mesmas irão chegar ao fim… E esta, heim!? Será que me vai sair o Euro-milhões (o que eu acho pouco provável porque não jogo)? É que para eu deixar de lutar, a casa tem de estar paga, os meus filhos deixarem de comer, não precisar de roupa para vestir, ter electricidade de borla, água gratuita, ser sócio da Galp, etc etc… Basicamente, deixar de viver! Portanto ou é o Euro- milhões, ou não estou a ver um milagre a ocorrer… Quanto ao resto do conteúdo do e-mail, não vou comentar, porque pérolas destas não merecem comentários! Mas ainda há aqueles crentes que enviam os mesmos para toda a sua lista, na esperança, sei lá, de uma vida melhor! E o que acontece? Nada. Mas aqui fica:

 


Anjo da Guarda

“Repasse esta mensagem no mesmo dia que a receber. Pode parecer ridículo, mas faça-o. Acreditamos  que algo está para acontecer. Os anjos existem. Só que às vezes eles não  tem asas e você os chama de "amigos". Você é um deles!
Algo maravilhoso vai acontecer a você e aos seus amigos!
Amanhã às 11:09 h da manhã  alguém vai te escrever e te dizer algo que você está esperando  ouvir.
Deus tem visto suas  Lutas 
Deus diz que elas estão chegando ao fim 
Uma bênção está vindo em sua direcção 
Se você crê em Deus, por favor envie esta mensagem para 20 amigos 
Dentro de 4 minutos te darão uma  notícia.”



Quero aproveitar para deixar uma pequena mensagem a esse deus que parece que está preocupado comigo:

 Senhor Deus (até ponho maiúscula para veres que não estou a brincar), preocupa-te em fazeres o Teu trabalho, ou seja NADA, e deixa que eu desenrasco-me bem sem ti… Se porventura quiseres finalmente dar um ar da Tua graça, olha cá para baixo e verás que tens muito que fazer e que muitos estão a padecer injustamente… Não te peço grandes manifestações ao estilo “7 pragas do Egipto”, nem nenhum daqueles milagres que tanto gostas de te vangloriar na bíblia, fazendo de ti um Deus Poderoso… Como Tu bem deves saber (já que pareces ler os nossos pensamentos), eu como mero humano imperfeito, faço muito melhor do que Tu. Pelo menos EU tento fazer TUDO para proporcionar felicidade aos meus filhos, procuro protegê-los de qualquer mal, e NUNCA os abandonaria por motivo algum. Sabes porquê ó Deus “Todo-Poderoso”? Porque os amo (ao contrario de Ti). Se amasses a Tua criação (os Teus filhos), não permitirias todo o sofrimento que muitos humanos atravessam… No mínimo, do alto da Tua “grandiosa bondade”, olhavas para as crianças, esses Seres indefesos, e não consentias as incontáveis crueldades infligidas às mesmas (algumas em Teu nome…). Bem sei que irás dizer que estamos a pagar por Adão e Eva terem pecado e por te terem desobedecido. E agora pergunto-te: quantos milhares de anos serão ainda precisos para que finalmente vejas que talvez tenha chegado a hora de por um fim a todo esta dor que Tu mesmo criaste? Teremos nós humanos, culpa alguma de que um homem e uma mulher, há milhares de anos atrás te tenham desrespeitado? Tu que és dono de uma sabedoria infindável, aliás, Tu és A Sabedoria, Tu que vês tudo e prevês o futuro (Isaías 46: 9 e 10), não sabias desde o início que a Tua criação Te decepcionaria? Como ainda foste capaz de os criar sabendo todo o caos que 2 humanos iriam gerar? Como Ser perfeito, não conseguiste encontrar outra solução a não ser o sofrimento para toda a humanidade? Se realmente existisses, não passarias de um Ser cruel e bárbaro… Ainda não consigo perceber como há quem Te venere, mas já se sabe como é o homem… imperfeito e ingénuo. Mesmo com todos os seus defeitos, ainda acredito na única espécie capaz de fazer alguma coisa por nós: nós mesmos.

 

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publicado por Justiceiro, em 29.01.11 às 01:12link do post | favorito

Porque estar permanentemente a escrever sobre assuntos mais ou menos sérios (dependendo da expectativa de cada um), não é vida (!), achei que um pouco de descontracção, não faria mal a ninguém...

 

Religiosos, crentes e afins, deliciai-vos com estas lindas imagens de conotação erótica a roçar o pornográfico...  Não tenhais medo de sucumbir às tentações da carne, porque na verdade se deus (o vosso senhor) criou a mulher, foi com certeza para deleite de todos nós, homens...


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado por Justiceiro, em 23.01.11 às 19:43link do post | favorito

 

 

 

“O ridículo é a única arma que pode ser utilizada contra proposições ininteligíveis. As ideias devem ser nítidas antes de a razão poder agir com base nelas, e nenhum homem alguma vez teve uma ideia nítida acerca do que seja a trindade”  Thomas Jefferson.

 

Pensando nestas palavras, perguntei-me afinal quantos deuses fazem parte da “misteriosa” Santíssima trindade. Temos então um deus em três partes, ou um, três em um!? A Enciclopédia Católica esclareceu-me essa questão, o que constitui uma obra-prima de raciocínio teológico apurado:


"Na unidade do Divino existem três Pessoas, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, sendo todas verdadeiramente distintas umas das outras. Assim sendo, e nas palavras do credo atanasiano: “O Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus, e no entanto não existem três Deuses, mas sim um Deus.”

 

E se isso não fosse suficientemente claro, a mesma enciclopédia cita São Gregório, teólogo do século III:

 

"Nada existe, portanto, na Trindade que seja criado, nada que seja sujeito a outrem: nem existe nada que seja acrescentado como se não tivesse existido anteriormente, mas antes houvesse sido introduzido mais tarde: por isso, o Pai nunca foi sem o Filho, nem o Filho sem o Espírito Santo: e esta mesma Santíssima Trindade é imutável e para sempre inalterável."

 

Sejam quais foram os milagres que valeram o cognome a São Gregório, não foram com certeza milagres de pura lucidez...


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