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publicado por Justiceiro, em 06.07.11 às 17:30link do post | favorito

 

Quando afirmamos a uma Testemunha de Jeová que o seu movimento religioso é uma seita, a mesma além de não concordar (o que até me parece normal visto a manipulação mental exercida sobre ela), fica irritada, agindo de forma pouco racional. Muitas vezes nem sequer sabe qual a definição da palavra “seita” e o único argumento que encontra (e parece ser o único que aprendeu), é que não são uma seita porque tão simplesmente não seguem a homens e seus mandamentos…

 

Ora o "Dicionário Priberam da Língua Portuguesa" dá a seguinte definição da palavra seita:

"(latim secta, -ae, caminho, linha de conduta, princípios, escola filosófica)

Grupo que segue uma doutrina que deriva ou diverge de uma religião".

 

De onde surgiram as Testemunhas de Jeová?


O movimento religioso começou na cidade de Allegheny, Pensilvânia, Estados Unidos da América, por volta de 1870. O seu criador chamava-se Charles Taze Russell, um comerciante, nascido naquela cidade a 16 de Fevereiro de 1852. Ele foi criado como Presbiteriano, mas afiliou-se à Igreja Congregacional. Desapontado com as religiões, perdeu a sua fé na Bíblia. Uma noite, em 1869, assistiu a um culto numa Igreja Adventista e recuperou a fé.  Formou um  grupo independente de estudo e, em 1877, associou-se a Nelson Barbour, um Segundo Adventista, com o qual passou a produzir publicações, separando-se dele (por divergências de ponto de vista) cerca de dois anos depois.  Em 1879, começou a publicar a revista WatchTower, a qual, mais tarde, se tornaria  a conhecida “A Sentinela”. O Pastor Russell, entre outras coisas, era adepto de piramidologia, simpatizante da maçonaria e extraiu alguns de seus conceitos da astrologia e dos cálculos de um inglês chamado John Acquila Brown , sobre o “fim do mundo”. Ele escreveu diversos livros durante a sua vida, nenhum dos quais é hoje publicado. Os seguidores do Pastor Russell chamavam-se inicialmente ‘Estudantes da Bíblia’, tendo adquirido o nome “Testemunhas de Jeová” apenas a partir de 1931. Estudiosos de religião consideram o movimento “Testemunhas de Jeová” como derivado do Segundo Adventismo e do ‘Millerismo’ do século 19.

(Fonte: Testemunhas de Jeová – Proclamadores do Reino de Deus  (1993), cap. 5 e Apocalypse Delayed – M. J. Penton (1985), parte I)

 

Russell foi criado na Igreja Presbiteriana, depois filiou-se na Igreja Congregacional, e, finalmente, restaurou a sua fé com os Adventistas, "sob a orientação de Deus", nas próprias palavras dele. É bem inteligível que os inicialmente Estudantes da Bíblia (agora Testemunhas de Jeová), foram uma facção de outros grupos religiosos.

 

O que dizer então sobre o raciocínio das Testemunhas de Jeová que as mesmas não seguem a homens?


A liderança das Testemunhas de Jeová é garantida a partir da sua Sede, fundada em Brooklyn, Nova Iorque nos Estados Unidos da América. A designação legal da mesma é a “Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania”, em Português: “Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados da Pensilvânia” ou tão simplesmente como os fiéis lhe chamam: “a Sociedade”. As Testemunhas de Jeová são dirigidas por um grupo de pouco mais de meia dúzia de homens, que se apelidam de “Corpo Governante” (não existe na bíblia tal termo). Esse órgão central de homens é responsável pelas actividades mundiais das Testemunhas de Jeová em redor do mundo inteiro. Eles auto-intitulam-se de “Escravo Fiel e Discreto”, também professam ser “orientados por Deus” e dizem ser “Divinamente inspirados”.

 

O livro “Poderá Viver para sempre num Paraíso na Terra” página 195, diz o seguinte:

“A organização visível de Deus hoje também recebe orientação e direcção teocráticas.

 

"A Sentinela” de 1 de Janeiro 1974“ também menciona: (…)

“Só a Organização de Jeová em toda a Terra é dirigida pelo Espírito Santo. Ela é a única para a qual a Palavra Sagrada de Deus, a Bíblia, não é um lacrado, a única Organização na Terra que compreende as “coisas profundas de Deus.

 

Todos os ensinamentos da seita são criados por este conjunto de pessoas e todas as suas inúmeras leis internas são costuradas por eles, tendo o Corpo Governante o poder de comandar a vida e o destino de cerca de 7 milhões de fiéis. Nenhuma Testemunha de Jeová tem o direito de duvidar das doutrinas criadas por este grupo, sobe pena de ser expulsa da seita. A obediência total e incondicional é uma obrigação. Todos os membros seguem o Corpo Governante cegamente por acreditarem que tais doutrinas veêm directamente de Jeová.

 

“A Sentinela” de 1 de Fevereiro de 1940 (em inglês), diz o seguinte sobre essa matéria:

 “Nós resolvemos obedecer todos as instruções da Torre de Vigia,sabendo que tal procede dos altos poderes de Jeová Deus e Jesus Cristo. Nós resolvemos ser completamente obedientes a Sociedade como parte visível da grande teocracia".

 

Seguem as Testemunhas de Jeová a homens? A resposta é demasiado óbvia para ser respondida!

Mas sobre serem ou não uma seita, vou deixar que a Sociedade Torre de Vigia responda a essa pergunta através das suas próprias publicações…

 

“A Sentinela” de 15 de Fevereiro de 1994 p. 4 sobe o tema: “O que são seitas?”

 “As seitas são interpretadas como grupos religiosos dotados de conceitos e práticas radicais que se chocam com o que é hoje aceite como comportamento social normal (...) Os membros de seitas muitas vezes se isolam dos amigos, da família e até da sociedade em geral. Dá-se isso com as Testemunhas de Jeová” (…)?

 

“A Sentinela” de 15 de Dezembro de 1981 p. 19 “Como encarar a desassociação”

(...)“Os que se tornam ‘não dos nossos’ por deliberadamente rejeitarem a fé e as crenças das Testemunhas de Jeová devem ser encarados e tratados apropriadamente como aqueles que foram desassociados por causa duma transgressão” (...)

 

“A Sentinela” de 4 de Janeiro de 1983 p. 31,32 na secção “Perguntas dos Leitores”

(...)”Outra espécie de falta pode ser sentida pelos avós cristãos leais, cujos filhos foram desassociados. Talvez se tenham acostumado a visitar os filhos regularmente, dando-lhes oportunidade de se deleitarem com os netos. Agora os pais foram desassociados por rejeitarem as normas e os modos de proceder de Jeová. De maneira que as coisas não são mais as mesmas na família. Naturalmente, os avós terão de decidir se alguns assuntos familiares necessários exigem contato limitado com os filhos desassociados. E poderão fazer, às vezes, que os netos os visitem”.

 

“Nosso Ministério do Reino” de Agosto de 2002 (Pequeno Jornal interno de acesso restrito e exclusivo para os membros baptizados)

 (...) "Evitamos também o convívio social com quem foi expulso. Isso significa que não vamos com ele a piqueniques, festas, jogos, compras, ao cinema, nem tomamos refeições com ele, quer em casa quer num restaurante.
A Sentinela de 15 de Dezembro de 1981, na página 21, diz: “Um simples ‘Oi’ dito a alguém pode ser o primeiro passo para uma conversa ou mesmo para amizade. Queremos dar este primeiro passo com alguém desassociado?


(...) Fica por conta dos membros da família decidir até que ponto o parente desassociado precisa ser incluído quando tomam as refeições ou cuidam de outras actividades domésticas. Mesmo assim, devem evitar dar a impressão aos irmãos com quem se associam de que nada mudou depois da desassociação.


(...) Depois de ouvir um discurso numa assembleia de circuito, um irmão e sua irmã carnal se deram conta de que precisavam mudar o modo como tratavam a mãe, que morava em outro lugar e havia sido desassociada seis anos antes. Logo depois da assembleia, o irmão ligou para a mãe e, depois de reafirmar seu amor por ela, explicou que não falaria mais com ela, a não ser que um assunto familiar importante exigisse esse contacto.


(...) Se o marido for desassociado, a esposa e os filhos não se sentirão à vontade se ele dirigir um estudo bíblico familiar ou liderar na leitura da Bíblia e na oração. Se ele quiser proferir tal oração, como numa refeição, tem o direito de fazer isso na sua própria casa. Mas eles poderão fazer calados as suas próprias orações a Deus".


“Nosso Ministério do Reino” de Março de 1971 p. 2 
(...) “Se alguns continuarem uma associação que não é absolutamente necessária com o membro da família desassociado, que mora fora do lar, a comissão deverá amorosamente ajudá-los...Desrespeito persistente à instrução da Bíblia de ‘cessar de manter convivência’ com tal pessoa pode levar à desassociação”.

 

"A Sentinela" de 15 de Março de 1986 p. 18 “Não dê margem ao Diabo!”

Alguns dos que têm atitude crítica afirmam que a organização de Jeová é estrita demais na questão de cortar os contactos sociais com pessoas desassociadas. (2 João 10, 11) Mas, por que acham isso tais críticos? Será que têm vínculos familiares íntimos ou uma lealdade errónea a um amigo, que eles colocam à frente da lealdade a Jeová, e às Suas normas e aos Seus requisitos?”

 

“A Sentinela” de 15 de Janeiro de 1971 p. 63 “Perguntas dos Leitores”
(...) “Precisamos manter claramente destacado o fato de que não poder o desassociado gozar da companhia dos seus parentes cristãos não é culpa destes, como se o negligenciassem. (...) os cristãos fiéis têm a obrigação de manter de pé a acção de desassociação por evitarem a associação com o desassociado. Se este for parente que não mora na mesma casa, procurarão não ter associação nenhuma com ele”.

 

No livro “Proclamadores” cap. 13 p. 183 “Somos reconhecidos pela nossa conduta”
“A partir de 1961, quem quer que desconsiderasse esse requisito divino, aceitando transfusão de sangue, e manifestasse uma atitude impenitente seria desassociado da congregação das Testemunhas de Jeová”.

 

“A Sentinela” de 15 de Fevereiro de 1984 p. 4 “O que são seitas?” 
“Seita é um grupo ou movimento que demonstra excessiva devoção a uma pessoa ou ideia...
Sua devoção a um autoproclamado líder humano é provavelmente incondicional e exclusiva. Com frequência, tais líderes se jactam de terem sido divinamente escolhidos”.

 

“A Sentinela” de 15 de Março de 1998 p. 10-11 “Escravos de homens ou servos de Deus?”
Definiu-se “seita” como “grupo que adere a uma doutrina distintiva ou a um líder”. De forma similar, os pertencentes a um “culto” têm “muita devoção a uma pessoa, a uma ideia ou a uma coisa”.

 

“A Sentinela” de 15 de Agosto de 1981 p. 19 “Precisamos de ajuda para entender a Bíblia?”
“Uma vez que verificamos qual o instrumento que Deus usa como seu “escravo” para distribuir o alimento espiritual ao seu povo, Jeová certamente não se agradará se recebermos este alimento como se pudesse conter algo prejudicial. Devemos ter confiança no instrumento que Deus usa. Na sede de Brooklyn, donde emanam as publicações bíblicas das Testemunhas de Jeová, há mais anciãos cristãos maduros, tanto do “restante” como das “outras ovelhas”, do que em qualquer outra parte da terra.”

 

“A Sentinela”83 de 15 de Julho de 1983 p. 27 “Armados para a luta contra espíritos iníquos”
“Podemos realmente passar sem a orientação da organização de Deus? Não, não podemos.”

 

“A Sentinela” de 15 de Março de 1996 p. 16-17 “Como passar na prova da lealdade”

“Passamos agora a tratar do assunto de se ser leal à organização visível de Jeová. Nós certamente devemos lealdade a ela, inclusive ao "escravo fiel e discreto", por meio de quem a congregação cristã é alimentada espiritualmente. (Mateus 24:45-47) Suponhamos que apareça nas publicações da Torre de Vigia algo que não entendemos ou com que não concordamos no momento. O que faremos? Ficar ofendidos e abandonar a organização? Isto foi o que alguns fizeram... De modo que a lealdade inclui esperar até que o escravo fiel e discreto publique entendimento adicional.”

 

“A Sentinela” de 15 de Fevereiro de 1994 p. 7 “São as Testemunhas de Jeová uma seita?”
“É precisamente devido a essa estreita aderência aos ensinos bíblicos que não se encontra entre as Testemunhas de Jeová a veneração e a idolatria de líderes humanos, tão características das seitas hoje em dia. Elas rejeitam a ideia duma distinção entre uma classe clerical e outra leiga.” A mesma “Sentinela” diz o seguinte na página 2: “Sabe-se que os líderes de seitas utilizam métodos manipuladores para controlar a mente de seus seguidores. Há qualquer evidência de que as Testemunhas de Jeová fazem isso?

 

Depois dos textos supra citados, podemos afirmar que não existe qualquer tipo de coerência nas publicações da Torre de Vigia. Por todos os factos evidenciados, as Testemunhas de Jeová são realmente uma seita. Vivem num mundo aparte, afastando-se da sociedade em geral, regem-se com leis próprias e todos aqueles que não seguirem à risca as suas doutrinas, estão condenados à expulsão, sujeitando-se assim a severas consequências. Para mim, não será difícil afirmar que além de serem uma seita, as Testemunhas de Jeová (inconscientemente) tornam-se perigosas para elas próprias e para quem as rodeia…

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Jo a 21 de Julho de 2011 às 08:36
Muito bom o teu blogue. Parabéns. Podes continuar.

André a 6 de Fevereiro de 2012 às 03:46
Já é tarde e os olhos já pesam, por isso vou ser sucinto. Em primeiro lugar, sinto-me no dever de parabenizá-lo pela iniciativa e sobretudo pelo conteúdo do blog. Em segundo, estou em crer que iremos manter contato sobre este assunto de ora em diante - também eu me interesso por religião e e tenho seguido - não literalmente enquanto membro mas o fenómeno - os Testemunhas de Jeová nos últimos dois anos. Por último, se me permitir, existe uma correção a fazer na lista de proibições do post. Pelo menos da experiência que tenho (e creio que isso anula a "proibição") o cumprimento com um beijo na face não é alvo de nenhuma restrição quer entre membros quer entre outsiders como eu.
Esperando não o ter maçado e comprometendo-me a manter o intercâmbio de informação sobre este tema, subscrevo-me:
André

André a 6 de Fevereiro de 2012 às 03:47
Já é tarde e os olhos já pesam, por isso vou ser sucinto. Em primeiro lugar, sinto-me no dever de parabenizá-lo pela iniciativa e sobretudo pelo conteúdo do blog. Em segundo, estou em crer que iremos manter contato sobre este assunto de ora em diante - também eu me interesso por religião e e tenho seguido - não literalmente enquanto membro mas o fenómeno - os Testemunhas de Jeová nos últimos dois anos. Por último, se me permitir, existe uma correção a fazer na lista de proibições do post. Pelo menos da experiência que tenho (e creio que isso anula a "proibição") o cumprimento com um beijo na face não é alvo de nenhuma restrição quer entre membros quer entre outsiders como eu.
Esperando não o ter maçado e comprometendo-me a manter o intercâmbio de informação sobre este tema, subscrevo-me:
André

matheus a 10 de Abril de 2013 às 02:02
isso e mentira eu sou um bem ativo seus imbeçis

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